RESUMO: Este artigo dialoga com reflexões de Hannah Arendt anteriores à publicação de Origens do totalitarismo (1951), especialmente os chamados escritos judaicos e alguns excertos de sua correspondência com Karl Jaspers. Ela ressalta a importância do mestre e amigo na formação de um juízo político independente em tempos sombrios e a judeidade como afirmação política de uma diferença ontologicamente radicada na natalidade. Aqui, sugere-se que os anos de formação do pensamento político de Arendt sejam apreciados como um exílio da narrativa, um exercício de pensamento em que o silêncio da linguagem convida o narrador a expressar-se numa narrativa do exílio. No âmbito da filosofia da educação, ao traduzir a experiência do exílio político e identitário, a radicalidade da narrativa arendtidiana testemunha a violação à pluralidade humana e ajuda a pensar o sentido formativo da diferença, isto é, o cultivo de uma ética da diferença.PALAVRAS-CHAVE: Hannah Arendt; narrativa; identidade; judeidade; ética da diferença.Me parece que ninguno de nosotros puede regresar (y escribir es una forma de regresar) solo porque parezca que están dispuestos a reconocer otra vez a los alemanes como alemanes, o lo que sea; sólo podríamos regresar si fuésemos bienvenidos como judíos. Esto significa que yo escribiría con mucho gusto si pudiera escribir como judía acerca de cualquier aspecto de la cuestión judía.(Carta de Arendt a Jaspers, 29 de janeiro de 1946).
Resumo Faz-se o exame da força semântica contida nas noções de futuro em política e educação a partir do ensaio de Hannah Arendt "A crise na educação" (1958). Para a pensadora, a tradição legou uma concepção da política como fabricação (poiésis), retirando a dignidade própria da ação humana (práxis) nesse âmbito da vida ativa. O fenômeno político da natalidade - a irrupção de recém-chegados ao mundo e a promessa de um novo início - serve como contraponto ao desejo de fabricar seja a nova sociedade, seja o novo homem, no âmbito educacional. O uso abusivo do slogan de uma escola do futuro justifica um exame mais detido da atitude conservadora que Arendt confere à educação nos seus exercícios de pensamento político como forma de preservar a potencial novidade política dos recém-chegados ao mundo.
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