ResumoO presente artigo tem por objetivo desenvolver uma reflexão acerca da relação entre o fazer etnográfico e a prática docente no interior de instituições de controle social. Para isso, será explorada a posição ocupada pelo pesquisador enquanto professor que leciona em unidades de internação da Fundação CASA (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), local onde os adolescentes que cometem atos infracionais são enviados para cumprirem medidas socioeducativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O envolvimento dentro da rotina da instituição permite que a narrativa seja construída por meio de um movimento simétrico, em que o professor pode experimentar e ser afetado pelos diferentes dispositivos que buscam se territorializar nas unidades. Por ser tratar de um ambiente de controle social marcado por relações conflituosas, a descrição etnográfica simétrica assume uma perspectiva tensa, pois a prática docente e a construção de vínculos no interior da instituição apresentam uma série de riscos e perigos, que podem levar o professor a ser cooptado pelas forças normativas que compõem os coletivos dos funcionários e dos adolescentes. Quando isso acontece, o professor deixa de construir uma postura mediadora de simetrização, ao mesmo tempo em que acaba se tornando um intermediário que fortalece os coletivos que buscam dominar a rotina institucional. Sendo assim, a prática docente nas unidades da Fundação CASA caracteriza-se como um exercício arriscado, na medida em que a qualquer momento o professor pode se transformar em um arrastão ou em um lagarteado. Em um caso, ele é mais um operador das normas institucionais, no outro, o professor perde o limite do envolvimento com os adolescentes e passa a atuar de acordo com a vontade dos jovens.
Palavras-chaveFundação CASA -Prática docente -Medida socioeducativaEtnografia -Simetria.
Uma etnografia em movimento. Esse parece ser o grande desafio que a pesquisa de Karina Biondi busca enfrentar ao seguir as dinâmicas, ou melhor, os ritmos, pelos quais os enunciados do Primeiro Comando da Capital se espraiam por diferentes quebradas e unidades prisionais. Proibido roubar na quebrada: território, lei e hierarquia no PCC.
O presente artigo tem como objetivo, por um lado, analisar os modos pelos quais os skatistas, a partir de espaços destinados exclusivamente a sua prática, passam a construir formas mais densas de sociabilidade e de propriedade, entendidas pela categorianativa de localismo. Por outro lado, será observado como que as localidades estão conectadas por uma espécie de socialidade skatista que permite aos seus praticantes se espraiarem por diversas pistas e picos da cidade. Para isso, o artigo valeu-se de um trabalho de cunho etnográfico tendo a skatepark do Centro Educacional Unificado do Butantã – situada na região oeste da cidade de São Paulo -, como espaço privilegiado para investigação das formas de localismo e reciprocidade que aponta para um jogo relacional de sociabilidade e conflito envolvendo os diferentes atores que atravessam o espaço da pista de skate.
O presente artigo tem como objetivo apresentar a polêmica em torno da intenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) em incluir o skate como uma modalidade olímpica. Para isso o texto irá realizar dois movimentos diferenciados; na primeira parte será feita uma descrição de como o skate surgiu e se desenvolveu como uma prática corporal singular que estabelece uma nova relação com a cidade e seus agentes para além do campo esportivo. Neste sentido ele se apresenta também como uma prática alternativa aos esportes tradicionais que tem atraído a atenção de um universo cada vez mais amplo de pessoas, e com isso trazendo visibilidade e novas possibilidades de diálogo do skate com os mais diversos campos sociais (mercado, mídia, políticas públicas, educação, arte). Na segunda parte a discussão volta-se para as diferentes perspectivas em torno da possível participação do skate nos Jogos Olímpicos como resultado de um processo de maior “esportificação” de sua prática.
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