Dentre minhas áreas de especialização está a imigração recente para os Estados Unidos, com especial interesse na formação da identidade étnica e no papel dos imigrantes e dos americanos étnicos no mercado e nas qualidades de fornecedores e consumidores. Explorarei duas facetas diferentes da relação entre a educação para o empreendedorismo e a experiência dos imigrantes. Começarei por um exame da cultura econômica do empreendedorismo étnico e encerrarei com uma discussão do impacto educacional em potencial das tendências, relacionando-as com a reação da América corporativa aos deslocamentos dramáticos e globalizados do panorama etnorracial dos Estados Unidos.Há mais de 180 anos, a sociedade americana atingiu seu ápice em níveis de auto-emprego. Durantes as décadas de 1820 e 1830, grandes mudanças religiosas coincidiram com uma ampla explosão da atividade dos pequenos negócios, criando o que foi chamado "milênio dos lojistas", especialmente no Nordeste dos Estados Unidos. Com a expansão da economia de mercado do século XIX, a proporção de americanos brancos livres e proprietários de seus próprios negócios chegou a 80%. Desde então, esse tipo de empreendedorismo declinou constantemente. Mas o crédito e a signifi cância do empreendedorismo étnico na vida socioeconômica americana recente, um setor da economia marcado por pequenos empreendimentos tocados por imigrantes e suas famílias, é um fenômeno que gerou grande interesse contemporâneo por um amplo espectro político e ideológico e entre estudiosos, educadores, formadores de políticas e ativistas comunitários.A maioria dos acadêmicos das ciências sociais previra que as pequenas empresas praticamente desapareceriam dos Estados Unidos ao fi m do século XX; outros projetaram que a signifi cância da etnia em relação ao sucesso econômico diminuiria muito a essa altura do capitalismo avançado. É interessante observar que todos os gigantes da sociologia moderna, inclusive Karl Marx e Max Weber, subestimaram a vitalidade do empreendedorismo no Estado moderno, e nenhum deles contribuiu com modelos teóricos capazes de explicar sua importância contínua. Assim, ergueuse um improvável consenso entre os estudiosos, à direita, à esquerda e ao centro, de que o empreendedorismo simplesmente viria a ser obsoleto nas economias avançadas. Porém, desde a década de 1880 os imigrantes têm representação desproporcional entre os pequenos empreendimentos americanos, e a última onda de recém-chegados ao país tem, mais uma vez, injetado uma nova dose de vitalidade nesse setor da economia.O espírito empreendedor tem se mostrado surpreendentemente resistente na economia pós-industrial, especialmente no caso dos empreendimentos de base étnica. Com efeito, um estudo nacional lançado pela Fundação Kauffman em maio de 2006 revelou que os imigrantes superam em muito os americanos natos em termos de atividade empreendedora. A taxa de empreendedorismo dos imigrantes em 2005 era de 0,35%, contra 0,28% dos americanos natos. Em outras palavras, aproximadamente 350 de cada 100 mil imigrantes fundaram um ne...
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