Este artigo investiga a (in)fidelidade conjugal feminina em um "Clube de Mulheres" na cidade do Rio de Janeiro. Dados revelam desigualdades de gênero em relação à infidelidade conjugal. Alguns alicerces da dominação masculina, como a heteronomia e a vitimização, persistem entre as informantes. Para a maioria delas, querer não equivale a poder trair, como atestam as diversas estratégias de ocultação e as "justificativas" que apresentam à traição como reação à rotina do casamento e/ou à suposta infidelidade do parceiro. Traidores e/ou traídos, os homens, enquanto categoria sociossexuada, são dominantes. A ruptura com certos preceitos normativos do gênero feminino é fonte de prazer, mas também de culpa. Valores tradicionais, como fidelidade, segurança e estabilidade aparecem lado a lado com outros considerados modernos, como independência, autonomia e privacidade.
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