Resumo: Neste trabalho, proponho uma reflexão sobre a ficção climática recente de língua inglesa - também conhecida como cli-fi - escrita por mulheres, articulando questões de crise ambiental, feminismo e literatura. O estudo será focado em como a cli-fi critica a destruição do meio ambiente e as políticas ambientais vigentes, bem como sua contribuição para a tradição literária da qual faz parte. Por meio de uma breve discussão sobre obras que buscam uma integração maior do ser humano com a natureza, busco pensar a crise ambiental atual e o papel que a ficção climática assume nela, além de refletir sobre a relevância dessa literatura no momento histórico em que nos encontramos. Para tanto, o trabalho será realizado a partir de uma discussão sobre a ficção climática em diálogo com teorias sobre feminismo, anticapitalismo, ecofeminismo e Antropoceno.
Este artigo propõe uma análise do filme Sangue de Pantera (Cat People, 1942), de Jacques Tourneur, no que concerne às questões de controle intrínsecas à construção do conceito de monstruosidade, principalmente de uma monstruosidade feminina. O filme em debate foi abordado a partir de uma discussão sobre o contexto histórico e cultural estadunidense durante a Segunda Guerra Mundial, situando-o em meio às produções fílmicas do período e anteriores a ele. A influência de uma estética gótica, evidenciada pelas imagens fílmicas de um universo sombrio e pela discussão de angústias do período, também serão analisadas como forma de complementar a discussão proposta neste trabalho.
Este trabalho busca analisar as relações entre monstruosidade e tecnologia na obra Androides sonham com ovelhas elétricas? (1968), de Philip K. Dick, a partir de uma aproximação do romance distópico em questão com o gótico e com estudos sobre o período no qual ele foi escrito. Sabendo que a literatura gótica foi muitas vezes descrita como uma expressão das ansiedades relacionadas a crises epistemológicas e sociais próprias de contextos históricos específicos, sua relação com a distopia é bem próxima, uma vez que o subgênero, que tem como base a crítica às estruturas e sistemas que regem a sociedade, também se utiliza de um discurso de desilusão frente ao mundo. Tendo isso em vista, este artigo propõe uma reflexão sobre a visão sombria do final da década de 1960, como surge no romance de Dick, e sua relação com a estética gótica.
O presente trabalho propõe uma discussão a respeito da representação demoníaca das mulheres, através de aspectos que são, normalmente, ligados ao próprio feminino, na novela Carmilla: a vampira de Karnstein, de Sheridan Le Fanu. Com base em estudos que analisam a perda da autonomia da mulher sobre seu próprio corpo, o primitivo e animalesco e suas representações na literatura, além de estudos que debatem a monstruosidade percebida na figura da mulher e em quase tudo que é ligado ao feminino, busco fazer uma reflexão sobre como a incorporação do selvagem, do ctônico e do dionisíaco tomam forma em Carmilla, e até que medida esses aspectos são utilizados para justificar a morte da vampira.
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