Os desastres de origem natural, associados a fenômenos atmosféricos, que ocorrem em áreas urbanas estão diretamente relacionados à influência antrópica. A falta de planejamento urbano corroborada com o crescimento desordenado das cidades e a ocupação de áreas impróprias tornam o ambiente propício a desastres provocados por eventos extremos. A convergência desses fatores deflagrou na virada do ano de 2009 para 2010 um dos piores desastres ocorrido no município de Angra dos Reis, Região Sul do estado do Rio de Janeiro. Um conjunto de movimentos gravitacionais de terra soterrou inúmeras edificações e vias urbanas, provocando danos materiais, sociais, econômicos, ambientais e principalmente humanos. O presente artigo analisa o comportamento atmosférico, associado ao ambiente antrópico, que culminou no referido desastre. Utiliza-se o modelo atmosférico Brazilian Regional Atmospheric Modeling System (BRAMS) para simular o comportamento da atmosfera local durante o período de 30 de dezembro de 2009 a 01 de janeiro de 2010, além de imagens de satélite, dados de análises sinóticas e da Reanálise 1. Dois experimentos foram realizados; o experimento utilizando os parâmetros padrões de radiação e microfísica de nuvens subestimaram a variável precipitação acumulada. Já o experimento realizado com modificações nas referidas parametrizações apresentou valores mais próximos aos observados pela rede do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
O presente artigo apresenta simulações com o Brazilian Regional Atmospheric Modeling System (BRAMS) do comportamento do estado da atmosfera no dia 07 de abril de 2010. Neste dia a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) estava sob a influência de um sistema frontal que provocou acumulados significativos de precipitação, tendo como consequências enchentes e deslizamentos de encostas. Na cidade de Niterói a chuva intensa provocou o escorregamento do Morro do Bumba, um antigo lixão desativado e ocupado irresponsavelmente, com cerca de 165 mortes e centenas de desabrigados e desalojados. As simulações do BRAMS confrontadas com as análises do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) mostraram que o modelo é uma ferramenta útil para a previsão de acumulados significativos, operando com parametrizações sofisticadas.
O incêndio ocorrido na empresa Vale Fertilizantes, localizada na cidade de Cubatão, litoral do estado de São Paulo, no dia 05 de janeiro de 2017, originou uma nuvem tóxica, devido ao vazamento de gases derivados de amônia que reagiram com a água precipitada, ocasionando explosões, emissões de poluentes e a contaminação do Rio Perequê. O fogo começou após uma explosão na área de armazenamento da unidade e mobilizou bombeiros da própria cidade e quartéis das cidades de Santos, Guarujá e São Vicente. A nuvem tóxica gerada com o incêndio atingiu cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista e provocou a mobilização da população residente no entorno da empresa.O presente artigo tem como objetivo apresentar as simulações realizadas com o modelo numérico BRAMS (Brazilian Regional Atmospheric Modeling System), inicializado com a Reanálise 1 disponibilizada pelos National Center for Environmental Prediction (NCEP) e do National Center for Atmospheric Research (NCAR) para simular o campo de vento na escala regional e inicializar o modelo de Trajetória Cinemática 3D (TC3D) para calcular as trajetórias seguidas pelos poluentes emitidos com as explosões. As simulações do BRAMS mostraram que o comportamento da atmosfera no horário da explosão minimizou a exposição da população aos gases tóxicos. As trajetórias dos poluentes calculadas com o TC3D mostraram que os poluentes atingiram o Oceano Atlântico adjacente em baixa altitude.
O conceito de desastre de origem natural é definido como o produto de um evento de ordem natural inerente à dinâmica da Terra associadas à vulnerabilidade de uma região. Esta vulnerabilidade pode estar associada a fatores naturais, antrópicos ou a uma combinação destes. O ano de 2011 foi marcado pela ocorrência de um desastre de origem natural ocorrido na Região Serrana do Rio de Janeiro (RSRJ) resultando em cerca de 900 mortos e 300 mil pessoas atingidas. Na cidade de Nova Friburgo foram 420 vítimas fatais e cerca de 180 mil pessoas atingidas direta e indiretamente pelo desastre natural O presente artigo analisa o ambiente sinótico e de mesoescala que culminou no desastre natural na cidade de Nova Friburgo. Utilizou-se o modelo atmosférico Brazilian Regional Atmospheric Modelling System (BRAMS) para simular o comportamento da atmosfera no período de 11 a 14 de janeiro de 2011. Verificou-se a partir das imagens do satélite GOES-12, canal Temperatura Realçada, e das simulações do BRAMS, que as chuvas intensas que provocaram os desastres na RSRJ foram geradas pelo deslocamento de uma frente fria que se acoplou a Zona de Convergência de Umidade, organizando a Zona de Convergência do Atlântico Sul.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.