Neste trabalho foram propostas duas alternativas complementares ao ciclo completo para remoção de diuron, presente em águas superficiais: processo oxidativo avançado, com peróxido de hidrogênio e radiação ultravioleta, e adsorção em carvão ativado granular. Foi preparada água de estudo com características similares as do rio Pardo. Observou-se que a tecnologia de tratamento de água em ciclo completo, após ensaios em jarteste, apresentou remoção média de 27% do herbicida. A água filtrada foi submetida ao processo oxidativo, mediante diferentes concentrações iniciais de peróxido de hidrogênio e tempos de detenção hidráulica, através da variação da vazão volumétrica da corrente líquida afluente em reator tubular, operado em fluxo contínuo. A remoção de diuron foi crescente ao tempo e à dose de radiação aplicada, resultando em 99.9% de degradação. No entanto, a análise carbono orgânico total apresentou remoção máxima de 54%, o que indica a formação de compostos orgânicos menores indesejados, após a degradação da molécula inicial. Os ensaios de adsorção em carvão ativado granular foram realizados através da metodologia de ensaios rápidos em escala reduzida, para obtenção da curva de ruptura experimental. Foi adotado como ponto de ruptura a concentração do herbicida máxima permitida pelos padrões de potabilidade. A partir da metodologia dos testes rápidos em escala reduzida, foi obtido o tempo de operação para coluna de CAG em escala real, de aproximadamente 6 meses. Dessa forma, as tecnologias complementares, em associação ao tratamento em ciclo completo de águas superficiais, reproduziram resultados satisfatórios quanto à remoção de diuron.
O reúso da água reduz a demanda por meio da substituição por uma água com qualidade que atenda a usos menos nobres. Nesse contexto, objetivou-se a obtenção de água de reúso a partir de efluente doméstico secundário (EDS) em um sistema piloto de filtração direta descendente (FDD). Para tal, foi realizado um monitoramento do EDS em uma estação de tratamento de esgoto (ETE), além de ensaios para otimização da dosagem de coagulante, e ensaios em sistema piloto de FDD na presença e ausência de coagulação. A duração da carreira de filtração foi estabelecida pela turbidez remanescente < 1 uT e carga hidráulica em 2,10 m. Após 1 h de operação, foram coletadas amostras de água de reúso para avaliação da qualidade. Os resultados do monitoramento foram comparados com as normas de qualidade para água de reúso e foram evidenciados como inadequados, justificando-se a necessidade de um tratamento complementar. O EDS, com o uso de coagulação e filtração, apresentou qualidade adequada observando os limites estabelecidos para o reúso. Palavras-chave: Água de reúso. Efluente doméstico secundário. Filtração direta descendente. Reúso.
A escassez de água é um problema de âmbito mundial, deste modo, técnicas como o reuso, que visam suprir essa falta, reduzem a demanda sobre os recursos hídricos, poupando grandes volumes de água potável da utilização para fins menos nobres, além de diminuírem a carga de efluente nos rios. Nesse contexto, foi proposta a aplicação da tecnologia de filtração direta descendente (FDD) em areia, como tratamento terciário ao efluente secundário de estação de tratamento de esgoto sanitário (ETE), com vista à obtenção de água de reuso direto. Dentre as principais vantagens dessa tecnologia estão o baixo custo, a facilidade operacional e a produção de água com qualidade suficiente para aplicação de fins menos nobres. Para isso, foi realizado monitoramento do efluente de ETE, localizado em um município do interior paulista, com a finalidade de avaliar a qualidade da água e garantir a adequação da aplicação da FDD como recurso tecnológico. Foram realizados ensaios de tratamento em jar-test com uso do coagulante policloreto de alumínio (PAC), seguidos de oxidação com cloro. O resultado do monitoramento do efluente da ETE apontou baixos valores de turbidez, com pouca variação no período de estudo, apresentando qualidade adequada para aplicação da FDD. A dosagem otimizada para o coagulante PAC foi de 15 mg L-1. Os ensaios de FDD seguidos de oxidação com cloro forneceu água de reuso com cor aparente de 20 uH; turbidez de 0,8 uT; pH de aproximadamente 7,5 e cloro residual livre de 1 mg L-1. Tais resultados atendem às recomendações de qualidade estabelecidas pela USEPA (2004) e NBR 13969 (ABNT, 1997). Pode-se concluir que a qualidade da água obtida pela aplicação da tecnologia de FDD, seguida de oxidação com cloro, atende à demanda de reuso urbano irrestrito para aplicações de uso menos nobre da água, tais como irrigação de jardins, lavagem de pisos e espaços públicos e armazenamento para combate de incêndio
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