O presente artigo trata da relação entre a saúde dos idosos e relacionamentos sociais, bem como na interpretação e entendimento desta problemática sob a luz de dois enfoques teóricos: um macro, centrado na Teoria da Integração Social de Emile Durkheim e outro micro, centrado na Teoria das Trocas, de Peter Blau, com ênfase na Teoria da Eqüidade. A integração social (freqüência de contatos) pode ter efeitos negativos na saúde, mas isto tem de ser medido pela qualidade dos contatos. Algumas conclusões apresentadas indicam que as relações sociais têm um efeito na saúde, no sentido de que as pessoas, nas sociedades modernas, esperam a reciprocidade, e, quando isto não é possível, principalmente na fase do envelhecimento, as pessoas sentem-se dependentes, e isso pode afetar a saúde de diferentes maneiras. Por outro lado, quando as pessoas têm problemas de saúde, elas experienciam uma falta de relações sociais balanceadas devido à incapacidade para trocar em bases iguais. Sendo assim, conclui-se que a relação entre relações sociais e saúde na população idosa pode ser uma relação recíproca.
A avaliação e o monitoramento são fases imprescindíveis do planejamento estatal, ocupando também espaço crescente nas pesquisas acadêmicas. Sua atualidade no debate em torno da eficácia e do impacto das políticas públicas em diferentes áreas é evidenciada pelos vários fóruns, encontros e redes de especialistas que tratam da temática, pela demanda oriunda de órgãos públicos, e pela profissionalização dessa atividade em escala internacional. O presente artigo destaca, de forma sistemática e analítica, a relevância dos processos de avaliação, sistematizando informações sobre aspectos conceituais, e o estado da arte dos estudos sobre avaliação e das práticas avaliativas de diferentes esferas de governo. O trabalho está dividido em cinco seções: na primeira, são apresentadas a conceituação de avaliação e suas principais características, na segunda são analisados os tipos de avaliação, e, na terceira, seus diversos usos. Segue, na quarta seção, uma exposição sobre as tendências dos estudos avaliativos no Brasil e no mundo e, por fim, nas conclusões são apontadas as dificuldades e as necessidades ao aprimoramento da atividade de avaliação de políticas públicas.
The results highlight the relevance of social relationships to depressive symptoms among older Brazilians. In addition, the results indicate there is a nonlinear relationship between exchange balance and depressive symptoms in this population. The implications for policy are discussed.
O artigo testa a hipótese, originada da teoria da Equidade e da teoria da Integração Social, sobre o efeito das trocas sociais nos sintomas depressivos dos idosos. A base de dados amostral original é formada por 871 idosos pesquisados no Rio Grande do Sul em 1995, dentre os quais, 551 foram re-entervistados em 1999. Análises multivariadas transversais e longitudinais estimaram efeito de duas dimensões das relações sociais (as trocas com familiares e a integração social) nos sintomas depressivos. Os resultados indicam que o desbalanço nas trocas aumenta os sintomas depressivos, e a integração social contribui para um decréscimo dos mesmos.
OBJECTIVE:To investigate the impact of socioeconomic status on elderly health. METHODS:The study was based on cross-sectional data from Survey on Health, Well-Being, and Aging in Latin America and the Caribbean. The sample comprised 2,143 non-institutionalized elderly aged 60 years and older living in the urban area of São Paulo, southeastern Brazil. Linear regression models estimated the effect of socioeconomic status indicators (years of schooling completed, occupation and purchasing power) on each one of the following health indicators: depression, self-rated health, morbidity and memory capacity. A 5% signifi cance level was set. RESULTS:There was a signifi cant effect of years of education and purchasing power on self-rated health and memory capacity when controlled for the variables number of diseases during childhood, bed rest for at least a month due to health problems during childhood, self-rated health during childhood, living arrangements, sex, age, marital status, category of health insurance, intake of medicines. Only purchasing power had an effect on depression. Despite the bivariate association between socioeconomic status indicators and number of diseases (morbidity), this effect was no longer seen after including the controls in the model. CONCLUSIONS:The study results confirm the association between socioeconomic status indicators and health among Brazilian elderly, but only for some dimensions of socioeconomic status and certain health outcomes. RESULTADOS:Observou-se efeito signifi cativo dos anos de estudo e do poder de compra na auto-avaliação da saúde e na capacidade da memória, quando controlado pelas variáveis: número de doenças antes dos 15 anos de idade, ter fi cado na cama ao menos por um mês por problema de saúde antes dos 15 anos, auto-avaliação da saúde na infância, arranjos de vida, sexo, idade, estado civil, tipo de seguro de saúde, ingestão de remédios. Somente a capacidade de compra apresentou efeito na depressão. Apesar das análises bivariadas indicarem uma associação entre status socioeconômico e o número de doenças (morbidade), este efeito desapareceu quando os controles entraram no modelo. CONCLUSÕES:Os resultados confi rmam a associação entre indicadores socioeconômicos e a saúde dos idosos brasileiros, mas somente entre alguns indicadores e certos aspectos da saúde. DESCRITORES: Saúde do idoso. Condições sociais. Fatores socioeconômicos. Estudos transversais. SABE. Brasil.The impact of socioeconomic status (SES) on elderly health is controversial. Some studies show that older adults with high SES have better health than those with low SES, 2,15,18 but other studies show that the strength of this association decreases, or even disappears, among older ages. 1,5,10 However, there are very few studies about this relationship in developing countries. 13,21 Most experts hold that SES differences in health are produced as a result of various health-related factors such as living and working conditions, access to health care services, social relationships, and diversifi...
This paper criticizes the methodology of poverty measurement used by the Brazilian federal government called Brasil Sem Miséria Plan (PBSM). Using a compilation and analysis of secondary data collected from the National Household Sample Survey (PNAD), we conducted a comparison between the government methodology and that one used by the economist Sonia Rocha. Her methodology establishes poverty lines which are regionalized and indexed to the consumer basket values found in different regions of the country. The results of both methodologies are compared, showing that PBSM lines are incapable of detecting 12.9 million Brazilians living in poverty. In our conclusions, we present suggestions to improve the government's poverty measurement methodology, i.e., the need of a regionalization of poverty lines and that they become indexed to regional consumer basket prices. Keywords: poverty; measurement; poverty line; methodology; regionalization.Linhas de pobreza no Plano Brasil Sem Miséria: análise crítica e proposta de alternativas para a medição da pobreza conforme metodologia de Sonia Rocha O presente trabalho critica a metodologia de medição da pobreza empregada pelo governo federal no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria. Foi efetuada uma comparação, via compilação e análise descritiva de dados secundá-rios da PNAD, entre essa metodologia e aquela utilizada pela economista Sonia Rocha, a qual estabelece linhas de pobreza regionalizadas e indexadas aos valores de cestas de consumo observadas nas diferentes regiões do país. Os resultados das duas medições foram comparados, mostrando que as linhas do PBSM são incapazes de captar 12,9 milhões de brasileiros que vivem em situação de pobreza. Como conclusão do artigo são sugeridas, para o aperfeiçoamento da medição do governo, a regionalização das linhas e sua indexação ao preço de cestas de consumo regionais. Palavras-chave: pobreza; medição; linha de pobreza; metodologia; regionalização.Las líneas de pobreza en el Plano Brasil Sem Miséria: crítica y alternativas propuestas a la medición de la pobreza Este trabajo aporta una metodología de medición de la pobreza crítica utilizados por el gobierno federal bajo el Plano Brasil Sin Pobreza. Se hizo una comparación a través de la recopilación y análisis de datos secundarios, entre esta metodología y la utilizada por la economista Sonia Rocha, que establece líneas de pobreza regionalizadas e indexadas a valores de cestas de consumo observados en diferentes regiones del país. Los resultados de las dos mediciones son comparados, lo que demuestra que las líneas de PBSM son incapaces de identificar 12,9 millones de brasileños que viven en la pobreza. Para mejorar la medición del gobierno, sugerimos la regionalización de las líneas, así como la indexación del precio de las cestas de consumo regionales.
Resumo Este artigo tem por objetivo identificar quais são as evidências científicas existentes no Brasil, hoje, sobre o que funciona e o que não funciona para reduzir o número de homicídios, por meio da primeira revisão sistemática já realizada no país acerca da efetividade de programas de segurança pública, utilizando a mesma metodologia do Relatório Maryland, realizado em 1997, o qual revisou os estudos já produzidos em língua inglesa e que é considerado um marco no surgimento da chamada segurança pública baseada em evidências (SPBE). A busca resultou em um total de 13.352 estudos analisados, dos quais 41 preencheram os critérios de inclusão, resultando na identificação de 8 tipos de programas que funcionam, 7 programas promissores, 7 programas com resultados indefinidos e 2 programas com evidências que não funcionam. O estudo mostrou que o país dispõe de programas inovadores que são efetivos para reduzir homicídios, enquanto ações tradicionalmente citadas como soluções para a área não apresentam evidências científicas de que funcionem. Embora atrasado em relação ao desenvolvimento internacional, o paradigma da SPBE apresenta grande potencial para aumentar a efetividade do gasto público, auxiliar o país a reduzir a violência e superar processos de tomada de decisão baseados em crenças, corporativismos, preconceitos e populismos políticos.
RESUMO O objetivo deste artigo foi avaliar o efeito do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) no acesso e na qualidade da Atenção Básica. As internações por condições sensíveis à Atenção Básica foram utilizadas como variável dependente e indicador indireto da qualidade e do acesso a esse nível de atenção. Utilizou-se o método quantitativo de estudo, tendo como unidade de análise todos os municípios brasileiros. O estudo se dividiu em duas fases: na primeira, foi realizada uma análise descritiva exploratória em série temporal sobre os municípios brasileiros, abrangendo o período de 2010 a 2014; e a segunda fase se caracterizou por avaliar o efeito do Programa, durante o mesmo período, no acesso e na qualidade da Atenção Básica, por meio da técnica estatística de regressão com dados de contagem. Os resultados, analisados por região, apontaram que o Programa está apresentando um efeito significativo na qualidade e no acesso da Atenção Básica, principalmente na região Nordeste. Este artigo surge como um importante informativo sobre as políticas de saúde no Brasil e, também, como um meio de instrumentalizar os gestores e os diversos atores envolvidos no desenvolvimento e discussão de um dos principais programas da Atenção Básica.
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