Este trabalho se propõe a relatar a longa trajetória de um menino autista, no que diz respeito ao estabelecimento da noção de tempo. Usando referenciais teóricos winnicottianos, procuro mostrar como o autismo é a evidência de um “não tempo”, de um processo que estagnou para se proteger de vivências terroríficas, vazias de qualquer sentido de significado. Utilizando histórias que funcionaram durante muito tempo e de várias formas como o único elo de ligação entre nós, Lucas passa da utilização do ritmo (meu ritmo de leitura) a uma utilização do conteúdo para estabelecer dentro de si o tempo. Tempo de processo, tempo de mudança, tempo de vida. A sua posição diante da vida, muda. Lucas revela interesse pelo seu ambiente. Depende muito de minha adaptação e da minha habilidade para compreendê-lo e dar sentido ao que viver, agora. Num tempo de descobrimento.
Esta apresentação se propõe a examinar o quanto uma falha na função especular pode afetar a transmissão psíquica transgeracional, levando três gerações a se tornarem marcadas pelo estigma da solidão. Lembrando o romance Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Marques, e recorrendo aos desenvolvimentos teóricos de Lacan, Winnicott e Outeiral, analisaremos a história de Pedro, neto de uma mulher que ficou cega aos quatorze anos – a terceira geração de uma estirpe condenada à escuridão, como um jogo de espelhos que, pela falta de luz, reflete apenas imagens que se repetem por gerações. A partir desse relato, observaremos a importância da luz de um olhar, capaz de refletir o bebê nos primeiros tempos de vida, no sentido de que se possa realizar satisfatoriamente a transmissão do legado transgeracional. Essas tarefas, necessárias ao seu desenvolvimento emocional, são fundamentais para a apropriação do próprio corpo, para a construção e integração do eu.
Este trabalho tem por objetivo mostrar a ligação entre o narcisismo e o superego remontando à origem e aos diversos caminhos que o narcisismo pode tomar e o quanto esses caminhos são determinantes na formação de um superego cruel ou protetor. Partindo do trajeto que Freud seguiu para definir o conceito de superego e utilizando alguns autores pós freudianos, como por exemplo Chasseguet Smirguel, percorro um pouco a história do senhor B que foi vivenciada nas sessões de análise.
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