Objetivo: verificar os efeitos da participação no Programa Terapia Cognitiva Baseada em mindfulness sobre o estresse, a autoeficácia e mindfulness disposicional em alunos degraduação. Método: estudo quasi-experimental longitudinal em uma amostra de 13 estudantes. Foram analisadas as variáveis estresse percebido, autoeficácia geral percebida emindfulness disposicional, mensuradas por instrumentos de autorrelato respondidos pelos participantes antes da primeira sessão e ao final da oitava sessão da intervenção. A intervenção teve duração de oito semanas. As análises utilizaram teste de Wilcoxon, correlação de Spearman e correlação parcial. Resultados: comparando os escores ao início e ao final do programa, estresse percebido reduziu e houve aumento da autoeficácia geral percebida e de mindfulness. Correlações entre os desfechos indicaram que mais idade está relacionada com maior autoeficácia geral e mindfulness; redução do estresse está relacionada com aumento da autoeficácia geral e de mindfulness; e aumento da autoeficácia está relacionada com aumento de mindfulness. Conclusão: os dados indicam que o Programa Terapia Cognitiva Baseada em mindfulness pode ajudar a desenvolver habilidades de mindfulness, reduzir o estresse percebido e aumentar a autoeficácia geral percebida, possivelmente contribuindo para o manejo de situações desafiadoras no contexto acadêmico, durante a formação, e após, na atuação profissional.
Extensão universitária é um dos pilares da universidade brasileira, juntamente com ensino e pesquisa. A oferta de programas baseados em mindfulness para alunos de graduação como ação de extensão lhes oferece a oportunidade de desenvolverem habilidades psicológicas e sociais para manejar o estresse e promover a saúde e a qualidade nas interações acadêmicas. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de gerenciamento de um projeto de extensão universitária de programas baseados em mindfulness para alunos de graduação em uma universidade pública durante três anos. Para tanto, o trabalho foi organizado nas seções iniciação, planejamento, execução, monitoramento e encerramento do projeto. Procedimentos foram detalhados e os principais desafios e benefícios percebidos foram relatados juntamente com as lições aprendidas. O índice de interesse na intervenção foi elevado, havendo demanda superior à oferta de vagas. A realização de programas de mindfulness na universidade depende também da formação do instrutor que os ministrará e da disponibilidade de recursos e estrutura física para oferecê-los. Por fim, considera-se que ações como essas são possíveis no contexto universitário, recomendando-se o seu registro e formalização como extensão, avaliando recursos disponíveis, calendário e demandas acadêmicas e fidelidade ao currículo ministrado.
Resumo Mindfulness tem se tornado popular na comunidade psicoterapêutica e, também, entre clientes em busca de alívio para seu sofrimento. Contudo, pouco se conhece sobre como mindfulness tem sido integrado à psicoterapia, especialmente no Brasil. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar conhecimento, recomendação, uso clínico e pessoal de mindfulness por psicólogos clínicos brasileiros. Os dados foram obtidos utilizando levantamento quantitativo nacional, realizado com 417 psicólogos clínicos habilitados. O instrumento utilizado foi um questionário estruturado online, desenvolvido e testado para este estudo. Os resultados foram analisados descritivamente por meio de frequências; para a associação entre categorias de respostas utilizou-se teste exato de Fisher e nível de significância p < 0,05. Os resultados indicaram que a maior parte dos psicólogos (65,23%) relatou nenhum ou pouco conhecimento de mindfulness; quase metade (47,96%) já recomendou a seus clientes; cerca de um terço (31,18%) já aplicou na clínica, predominando o uso de técnicas isoladas com clientes individualmente; e cerca de um quarto dos profissionais (25,37%) pratica mindfulness a nível pessoal. Estes dados sugerem que o uso de mindfulness na clínica tem se distanciado do formato baseado em evidência - programas baseados em mindfulness -, cuja eficácia já foi verificada. Espera-se que os resultados contribuam para a reflexão acerca da capacitação e da regulamentação de práticas emergentes em psicologia (incluindo mindfulness) por parte dos campos regulatório, acadêmico e científico, qualificando o psicólogo para tomar melhores decisões sobre a integração de tais práticas na psicoterapia.
Este artigo teórico tem como objetivo discutir a pertinência da nomenclatura de ondas ou gerações de psicoterapias comportamentais e cognitivas com base no modelo teórico, no objetivo terapêutico e no método clínico de cada uma delas. Inicialmente, apresenta-se uma síntese da proposta de Steven Hayes. Depois, é realizada uma análise crítica com base nas particularidades e especificidades terapêuticas de cada abordagem, discutindo e argumentando se configuram praias diferentes. Por fim, conclui-se que a integração de diferentes abordagens na psicoterapia deve ser uma decisão técnica do psicólogo, considerando as aproximações e os distanciamentos teóricos que cada método possui.
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