Toda carcaça, contaminada ou não por agentes patogênicos, é classificada como resíduo sólido com risco potencial à saúde pública. Microrganismos como Salmonella sp, Clostridium perfrigens, Clostridium botulinum, bactérias mesófilas anaeróbias, aeróbias e Bacillus anthracis são contaminantes identificados em descarte inadequado de cadáver animal. O o método de incineração é apontado como eficaz, sobrepondo-se ao aterro sanitário e autoclavação. O valor sentimental dos brasileiros sobre cães e gatos é alto e enterros inadequados ocorrem. Comercialmente, o serviço funeral pet ainda é pouco acessível. Nas periferias é comum o descarte em valas abertas. Este é um tema de importância política no Brasil com propostas legislativas Federal e nas Unidades Federativas (UF). Objetivo: Levantar Leis e Projetos de Leis (PL) nas UF do Brasil, sobre sepultamento de cães e gatos nas cidades, observando âmbito de atuação, objetivos das ementas e tendências das justificativas; além de legislações interdisciplinares e revisão de literatura sobre o tema para discutir a direção política em relação as evidências técnicas. Método: Através dos portais legislativos, levantou-se iniciativas políticas abrangendo todas as regiões geográficas do Brasil entre os anos 2001 e 2021. Priorizou-se legislações estaduais, capitais, e cidades de impacto econômico. Resultado e discussão: Observou-se 36 iniciativas legislativas, sendo 12 Leis e 24 PLs. Em relação ao âmbito, são: 02 (5,5%) federais; 05 (13,8%) estaduais e 29 (80,7%) municipais. Quanto aos objetivos das ementas, são: 15 (41,6%) 'enterro' e 04 (11,1%) 'incineração' e 17 (47,3%) 'enterro e incineração'. Quanto as tendências das justificativas são: 08 (22,2%) 'sanitária'; 08 (22,2%) 'luto/culto/amor ao animal'; 01 (2,7%) 'comercial', 15 (41,8%) 'Sanitário + luto/culto/amor' e 04 (11,1%) 'Sanitário + luto/culto/amor + comercial'. O impacto sanitário e o valor sentimental dos cães e gatos são os destaques das tendências legislativas. Algumas UF dispõem de recomendações técnicas sobre animais mortos de interesse em saúde, que são suspeitos de zoonose e sem um dono. Para animais mortos, com dono, e sem suspeita sanitária no cotidiano, há fragmentação legislativa que direcione a postura da população civil, despertando muitas iniciativas políticas. No Brasil, aterros sanitários 1 2 3 4 Médica veterinária autônoma. Mestre em Ciência animal-
ÁREA: MEDICINA FELINA Introdução: Hiperplasia Fibroepitelial Mamária (HFM) é uma enfermidade caracterizada pela proliferação de células normais da mama, resultando em aumentos aberrantes do tecido, com etiologia relacionada à progesterona (P4), sendo mais prevalente em gatas púberes, em gestação ou submetidas a P4 exógena. Na etiopatogenia, estão além da P4, endógena ou exógena, o Hormônio do Crescimento (GH) e Fator de Crescimento Semelhante a Insulina-1 (IGF-I). Ulceração, necrose e hemorragias são frequentes nas apresentações complexas da doença. As mamas retornam ao seu estado fisiológico após a ovariohisterectomia (OVH), sendo este o tratamento eficaz ou após administração de fármaco bloqueador de receptores de P4, importante adjuvante terapêutico. Embora a doença possa se manifestar associada a um quadro inflamatório grave, o uso de corticoides é inadvertido por ser um estimulador do GH. Objetivo: Relatar conduta terapêutica em uma gata com HFM redicivante após OVH. Relato de caso: Foi atendida em uma clínica popular em Maceió-AL, uma gata domiciliada, sem raça definida, um ano, não castrada, não vacinada e não vermifugada, apresentando aumento mamário generalizado, ulcerado com rupturas cutânea. Clinicamente estava em bom estado de alerta e sem outras complicações. No histórico havia administração de inibidor de cio injetável pela tutora, aproximadamente duas semanas antes do aumento mamário, e encontrava-se em terapêutica com corticoide prescrito por médico veterinário suspeitando de neoplasia sendo preparando para mastectomia com ausência de investigação diagnóstica. A nova condução clínica iniciou por citologia mamária, tratamento tópico das feridas com pomada a base de neomicina e bacitracina mantendo uso de roupa protetora até a cicatrização. Uma OVH por acesso mediano foi realizada. Enfrentou-se difícil acesso abdominal devido a barreira de edema mamário. A gata foi acompanhada a cada 10 dias e a involução mamária total ocorreu em 60 dias. Após dois meses, observou-se aumento mamário assimétrico acelerado em quatro mamas, contudo sem ulceração cutânea. As superfícies das mamas maiores, torácica esquerda, atingiram curvatura de 14 cm. Citologia aspirativa confirmou a recidiva. Inicciou-se terapêutica com Aglepristone (10mg/kg/24h) por quatro dias consecutivos, observando-se marcante involução mamária cinco dias após o início deste tratamento. Na sequência, como forma de observar ovários remanescentes, realizou-se ultrassonografia, e embora achados não conclusivos, a OVH foi refeita por laparotomia lateral esquerda, eliminando possível resquício ovariano, mas que macroscopicamente não foi visualizado. Recidivas de HFM, são relatadas em gatas tratadas unicamente com antiprogestágeno, após mastectomia parcial, presença de P4 exógena latente ou naquelas com ovário remanescente. A atividade residual de P4 exógena ou a presença de ovários ou seus resquícios, mantendo atividade lútea, ou uso de corticoides, podem agir nos receptores de P4 mamário em sinergia com GH e IGF-1 permitindo ação autócrina, parácrina e endócrina, tornando as mamas um sítio autônomo de P4. Conclusão: Citologia mamária é um método simples para diferenciar HFM de neoplasia. Em casos de HFM exuberantes, a OVH deve preferencialmente ocorrer por acesso abdominal lateral. Este relato destaca fatores possíveis da recidiva da HFM, como P4 exógena residual, resquício ovariano e uso de corticoides por contribuírem com sítios ativos de P4 mamário. PALAVRAS-CHAVE: aglepristone, gata, hiperplasia mamária, progesterona, recidiva
ÁREA TEMÁTICA: Clínica Médica e Cirúrgica. Introdução: Hiperplasia Fibroepitelial Mamária (HFM) é um aumento mamário anormal geralmente observado em gatas púberes e ou gestantes, desencadeada pela progesterona (P4) endógena ou exógena em sinergia com o hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante a insulina-1 (IGF-I). Nos casos por progesterona exógena há mais complicações como ulceração, necrose e hemorragias. A involução mamária pode ser observada após ovariohisterectomia (OVH) associada ou não ao tratamento com bloqueadores de receptores de P4 (aglepristone), eliminando a produção endógeno ou a ação biológica da P4, respectivamente, hormônio mantenedor da gestação. Assim, no tratamento da HFM em fêmeas gestantes, a literatura se divide entre indução do aborto, quando em gestação inicial, ou aguardar o parto quando em gestação avançada, mantendo terapêutica das feridas mamárias; contudo as crias comumente ficam anoréxicas. Objetivo: Relatar particularidades de conduta clínico-cirúrgica em gata gestante portadora de HFM. Relato de caso: Foi atendida em uma clínica popular, em Maceió-AL, uma gata semidomiciliada, um ano de idade, 2,6kg, sem raça definida, não vacinada, não vermifugada, com histórico de uma injeção de progestágeno pela tutora. A paciente apresentava aumento mamário generalizado com ulceração e ruptura cutânea, além de distensão abdominal sugestiva de prenhez. O manejo das feridas nas mamas foi prioridade. Topicamente administrou-se clorexidina (1,0g/100,0ml a cada 24h até a cicatrização) e pomada a base de neomicina e bacitracina zínsica sobre as feridas, protegidas por roupa como meio de evitar lambeduras do animal e contato com sujidades externas. Através de Ultrassonografia confirmou-se prenhez avançada de três fetos e programou-se a cesariana com laparotomia abdominal lateral. Sistemicamente, administrou-se amoxicilina com clavulanato de potássio (12,5mg/kg a cada 12h por 5 dias) e cetoprofeno (1,0mg/kg via oral por 4 dias) após a OVH. No dia seguinte ao parto, a gata ingeriu os filhotes. A tutora trouxe ao consultório os crânios dos gatinhos encontrados. A involução mamária iniciou-se após 10 dias da OVH. O tratamento tópico das feridas seguiu até a cicatrização completa. As mamas retornaram ao estado fisiológico em aproximadamente 60 dias. A complexidade da doença (HFM) com os agravantes de ruptura cutânea, ulceração e retardado retorno ao estado fisiológico após a OVH está relacionado a sobreposição de progesterona que neste caso observa-se devido ao estado de prenhez, momento de intensa produção endógena, somada à administração de progestágeno exógeno já com a prenhez em curso. O presente relato demonstra prioridade ao parto visto se tratar de gestação avançada e desse modo evitou o aborto. Contudo, evidenciou a ingestão subsequente dos filhotes pela gata, o que pode ser explicado pelo comportamento natural frente à dificuldade em amamentação devido a ulceração mamária presente. Conclusão: A terapêutica para HFM em gestação é um desafio. Quando se tratar de cesariana, deve objetivar qualidade de vida à gestante; e aos neonatos é prudente a separação para suplementação nutricional. PALAVRAS-CHAVE: gestação, gata, hiperplasia mamária, inibidor de cio, tratamento
ÁREA TEMÁTICA: Medicina felina Introdução: Introdução: O Complexo Granuloma Eosinofílico (CGE) é uma síndrome dermatológica manifestada em três formas: úlcera indolente, placa eosinofílica e granuloma eosinofílico, isoladas ou associados. A literatura demonstra que a etiologia ainda é obscura, resultando em diversas terapêuticas descritas. Como causas são citados alérgeno ambiental ou autógeno como saliva, hipersensibilidade por contato incluindo alimento comercial ou fator genético. A patogênese envolve quimiotaxia de eosinófilos desencadeada por mastócitos num epitélio sensibilizado por pressão, irritação mecânica ou estímulo alergeno, onde infecção bacteriana exacerbada o processo. Como consequência, estas células liberam enzimas proteolíticas e mediadores pró-inflamatórios necrosando colágeno gerando um granuloma ou úlcera. Prurido e dor são raros. Tratar o CGE é um desafio para o clínico e particularidades dos felinos acometidos devem ser consideradas. Objetivo: Relatar o sucesso terapêutico contra úlceras indolentes orais eosinofílicas com localização anatômica idêntica em três felinos com modos de criação distintos. Relato dos casos: Três felinos, sem raça definida, castrados, vacinados apenas contra raiva, com idades estimadas entre 2 a 3 anos, provenientes de ambientes distintos (Felino A: semidomiciliado, Felino B: domiciliado com acesso a rua e Felino C: morador de um abrigo) apresentavam ulceração labial clinicamente semelhantes em lábio superior aos dentes caninos e incisivos. Outros sinais foram presença de pulgas e ácaro Otodectes sp. nos três animais, e pêlos quebradiços no felino C. O comportamento de caçar insetos e comer ração comercial ocorria com os três felinos. O diagnóstico foi confirmado com citologia por imprint. Foram tratados com Amoxicilina com clavulanato de potássio (12,5mg/kg/12h VO) durante 30 dias e metilprednisolona (4mg/kg IM) por 4 aplicações em intervalo de 15 dias, além do controle de parasitas interno e externo com (Basken® suspensão 1ml VO) dose única e (Fipronil tópico 7,5mg/kg) a cada 30 dias. A involução das úlceras ocorreu em 60 dias nos três casos. A diferença de ambiente, similaridade clínica, possibilidades etiológicas e terapêutica são discutidas. A compressão mecânica labial pelos dentes foi considerada como preponderante na etiologia. As úlceras indolentes labiais iniciam na face em contato com os dentes caninos decorrente de compressão da mucosa labial pela mordedura das presas durante a caça ou em objetos. Um aspecto também relacionado à predação ocorre por peças de insetos que se fixam na mucosa ou hipersensibilidade à alergeno, como de baratas, no contato labial. Isso desencadeia reação de mastócitos e eosinófilos agravadas secundariamente por bactérias. Devido aos estafilococos serem as bactérias mais comuns em úlceras indolentes, amoxicilina com clavulanato de potássio reduz as lesões em até 96,2%; a escolha foi a forma de suspensão concentrada dispensando menor volume via oral além de espaço prolongado entre as administrações injetáveis. Conclusão: Este relato destaca a compressão mecânica labial pelos dentes caninos e incisivos como forte causa para úlcera indolente labial em felinos, além de evidenciar a eficiência da terapêutica escolhida. PALAVRAS-CHAVE: citologia, eosinófilo, felino doméstico, hipersensibilidade, úlcera
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