Com um título que reitera as contribuições do historiador mexicano Guillermo Zermeño Padilla para os estudos das linguagens políticas nas últimas décadas, a obra Historias Conceptuales reúne um conjunto de dez artigos originalmente publicados de 2005 a 2014 que, apresentados em versões modificadas, encerram, de acordo com o autor, um ciclo de investigações dedicado à crítica histórica baseada em análises de conceitos. Sendo uma "obra aberta", na medida em que não pretende explorar exaustivamente cada um dos assuntos tratados, mas sim mostrar traços essenciais do processo de transformação e sedimentação de certas palavras em conceitos modernos, Historias Conceptuales revela como diversos vocábulos e conceitos comumente utilizados em descrições históricas e sociológicas são, em seu cerne, invenções, transformações, ressignificações ou reapropriações linguísticas da chamada "modernidade" -entidade semântica discutida pelo historiador na introdução de sua obra.Em "El 'espacio público' como concepto histórico: Habermas y la nueva história política", Zermeño Padilla recria o contexto históri-co-filosófico do projeto habermasiano, discutindo sua penetração na dimensão historiográfica hispano-americana e enfatizando suas contribuições para a obra de François-Xavier Guerra. Percorrendo especialmente o conceito de "público" ou "espaço público", o autor aborda o impacto do modelo de Jürgen Habermas na obra coletiva Los espacios
História nacional na longa duração: Chile, dos "primeiros americanos" ao século XXI Intitulada História Mínima de Chile, a obra de Rafael Sagredo Baeza propõe uma interpretação atual dos processos que auxiliaram na constituição da história do Chile, estabelecendo um panorama que se inicia com uma discussão acerca daqueles a que chama de "os primeiros americanos" e que se estende até a retomada da democracia após o regime militar chileno e a ditadura de Augusto Pinochet. Dotada de um virtuosismo informativo e descrições minuciosas e extremamente pertinentes para a narrativa que deseja empreender, a História Mínima de Chile é uma produção de imenso fôlego que condensa uma perspectiva de larguíssima duração acerca das personagens e dos eventos que figuram a história chilena.A obra de Rafael Sagredo divide-se em catorze capítulos, além da apresentação e de um epílogo, a que o autor nomeia Colofón. Na apresentação, Sagredo expõe que seu intuito consiste em propor uma distinta explicação dos processos essenciais que, de alguma forma, teriam corroborado com a paulatina edificação de uma história propriamente chilena do ponto de vista sumariamente nacional. Em menção a Claudio Gay, naturalista francês autor da primeira história do Chile, datada de 1839 -chamada por Baeza de "a monumental" História Física y Política de Chile -, o autor afirma que a necessidade de que fosse escrita uma história do Chile era fortíssima em meados do século XIX, pois que àquela altura era urgente "constituir uma comunidade imaginada, entre outros meios, mediante a invenção de uma tradição" (p.12). Tanto isso é legítimo, que a própria noção de América Latina teria sido formulada três anos antes da publicação da obra de Gay pelo viajante francês Michel Chevalier, como enunciam diversos estudos sobre o tema.Em "Los Habitantes de lo más hondo de la tierra", capítulo que inicia a obra, Rafael Sagredo trata do Chile por meio do vocativo "el último Rincón del continente", em apelo ao aspecto periférico em termos geográficos que, de acordo com o autor, justifica muitas das especificidades e peculiaridades da trajetória chilena que são explicitadas no desenrolar da obra. Em "La Conquista de América y sus Protagonistas", bem como em "Chile, finis terrae imperial", o autor trata da expansão europeia e do estabelecimento dos chamados conquistadores espanhóis em território chileno, discorrendo principalmente acerca do "afã de glória" e do "espírito aventureiro dos conquistadores espanhóis" -traços que, segundo Baeza, também constituíram fortes estímulos para a conquista, pois que os homens que a empreenderam desejavam relacionar seus nomes a "grandes descobrimentos ou com a origem de algum povo"; algo que, para o autor, desencadeou um processo cujos resultados marcaram de forma notável a sociedade que dele se originou.No capítulo seguinte, intitulado "Chile colonial, el jardín de
A proposta deste artigo é apontar para uma agenda investigativa comprometida com o desenvolvimento de um estudo integrado acerca dos reformismos ilustrados ibéricos que possibilite compreendê-los não como projetos exclusivamente moldados para o cenário português e luso americano ou para o cenário espanhol e hispano-americano, mas como eixos profundamente interligados, entre si e a um mesmo e processo mais amplo, porque regidos por dinâmicas estruturais comuns e pertencentes a um mesmo conjunto cultural e político essencialmente sistêmico. Tendo em vista a comunhão estrutural que abarca Portugal e Espanha a partir de fins do século XV, proponho que o rastreamento desta articulação entre os reformismos ilustrados diante do crítico panorama de fins do século XVIII e dos primeiros anos do século XIX se dê através do estudo de noções, concepções, representações e conceitos de tempo em discursos empreendidos por funcionários letrados à serviço das coroas, sobretudo em escritos políticos e econômicos que tratam de temas relativos ao Brasil e à América espanhola entre c.1750 e c.1807.
Neste segundo semestre de 2014, publicamos a Edição Um da Revista Epígrafe com imensa satisfação. Primeiramente, porque tal edição representa a consolidação de um projeto que até então, em diversos aspectos, estava em fase de testes e experimentações. Depois, porque consuma alguns dos nossos principais objetivos e intenções enquanto gestores de um periódico acadêmico de graduação, sendo que nosso maior triunfo consiste no alcance de uma vasta diversidade institucional presente em nossos trabalhos: isto, porque logramos publicar autores de universidades que extrapolam a geografia paulista, o que evidencia o precoce e notável alcance da Revista Epígrafe -que apesar de vinculada ao Departamento de História da Universidade de São Paulo, demonstrou reverberar-se para além do mesmo. Ainda, nossa satisfação justifica-se pela muito profícua e colaborativa participação dos três novos membros da nossa Comissão Editorial, que demonstraram enorme comprometimento e dedicação ao longo do árduo processo que culminou nesta edição.As conquistas obtidas ao longo do desenvolvimento deste projeto podem ser observadas, então, na presente edição da Revista Epígrafe: composta por oito trabalhos, sendo quatro artigos, três ensaios e uma tradução, a Edição Um contempla diversas áreas da História. Por isso, vale mencionar o apurado e diversificado debate integrativo aventado pelos textos publicados, que propõem uma notável articulação da História com diversas outras vertentes das Ciências Humanas. Também, apresentamos uma entrevista realizada com a Prof. Maria Lígia Coelho Prado, e aproveitamos para agradecê-la por sua solicitude e carinho: sem dúvidas, entrevistá-la foi, além de um grande privilégio acadêmico, um enorme prazer.Por fim, cabe uma singela nota de homenagem ao Prof. Nicolau Sevcenko, falecido em 13 de agosto de 2014. Além de ser um exímio pesquisador e um
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