À Capes, pela bolsa concedida. 1 Quantas pessoas vieram e ficaram um certo tempo, / Pronunciaram falas claras ou obscuras que se tornaram parte de ti / Como luz atrás da névoa e da areia levadas pelo vento, / Filtrada e alterada por elas, até que já não resta / Nenhuma parte que sejas tu com certeza. Tradução de Viviana Bosi em John Ashbery: um módulo para o vento. São Paulo: Edusp, 1999. 6 Resumo Esta dissertação realiza um percurso interpretativo de A teus pés, único livro de Ana Cristina Cesar publicado por editora, que reúne os três livros lançados por ela de forma independente (Cenas de abril, Correspondência completa e Luvas de pelica), acrescidos de mais um, homônimo. Nesse curso, considerou-se a participação da autora no quadro da poesia marginal dos anos setenta; o aspecto gráfico de seus livros e sua relação com o conteúdo das obras; as reflexões suscitadas por cada livro, e o que possibilitaria sua reunião em um único volumebuscando entrever, assim, o projeto poético de Ana Cristina, a sua escrita "sob o signo da paixão". AbstractThis study traces an interpretative path through A teus pés, the only book that Ana Cristina Cesar released by a publisher, which includes her three self-published books (Cenas de abril, Correspondência completa and Luvas de pelica) plus one, namesake of the group.In this work, were taken into consideration her participation in the Brazilian marginal poetic scene of the seventies; the graphic aspects of her books and its relations to their textual content; the reflections aroused by each book and what could allow their clustering into a single piece of work -this way distinguishing Ana Cristina's poetic project, her writing made "under the sign of passion".
Este texto reflete sobre os procedimentos utilizados pela poeta Marília Garcia em seus livros um teste de resistores e Câmera lenta (publicados em 2014 e 2017, respectivamente) a fim de promover o que podemos chamar de uma poética do deslocamento. A partir de uma série de trechos de poemas de Marília, mostra-se como a poeta se vale de procedimentos como os de copiar, colar (citar) e repetir. Trata-se de procedimentos comuns à cultura digital, mas que na poesia de Marília operam de outro modo, mais devagar e atento. Dessa exposição e discussão, depreende-se que a proposição de outro ritmo, somada à reflexão sobre a linguagem que existe nessa poesia, sugere outros modos de lidar com a rapidez da época em que vivemos, além de incentivar um novo modo de ler dentro da cultura digital, um modo mais pessoal, curioso e ativo.ReferênciasBARTHES, Rolland. Aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária do Colégio de França. São Paulo: Editora Cultrix, 2004._______. O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, 1988.CÁTROPA, Andréa. Para onde nos levam as hélices do poema? Estudo de literatura brasileira contemporânea, n. 55, 2018.FRIAS, Joana Matos; SILVA, Sofia de Sousa. Apresentação. Revista eLyra, n. 7, 2016.GARCIA, Marília. Câmera lenta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017._______. um teste de resistores. Rio de Janeiro: 7Letras, 2014.GARRAMUÑO, Florencia. Frutos Estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. KRAUSS, Rosalind. “Sculpture in the expanded field”. In: October, n. 8, 1979. LOPES, Silvina Rodrigues. A anomalia poética. Belo Horizonte: Chão da feira, 2019.MICHAUX, Henri. A verdadeira poesia faz-se contra a poesia. Cadernos de leituras (Chão da feira), n. 12, 2011.PEREC, Georges. L’infra-ordinaire. Paris: Le Seuil, 2015.RIAUDEL, Michel. “O autor invisível: tradução e criação na obra de Ana Cristina Cesar”. In: Sereia de papel: visões de Ana Cristina Cesar. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2015.ROUXEL, Annie. Práticas de leitura: quais rumos para favorecer à expressão do sujeito leitor? Cadernos de Pesquisa, v. 42, n. 145, 2012.SANTIAGO, Silviano. “Singular e anônimo”. In: Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 452.SÜSSEKIND, Flora. Até segunda ordem não me risque nada: os cadernos, rascunhos e a poesia-em-vozes de Ana Cristina Cesar. Rio de Janeiro: 7Letras, 1995.Recebido em 05-03-2020 | Aceito em 03-06-2020
A poeta Ana Martins Marques publicou dois livros escritos em dupla: Duas janelas (em 2016), com Marcos Siscar, e Como se fosse a casa (uma correspondência) (em 2017), com Eduardo Jorge – o primeiro deles, dentro de uma coleção da editora Luna Parque dedicada exclusivamente a publicações como essas. Não são apenas livros de autoria compartilhada, mas o resultado do envio de poemas entre os autores, o que os aproxima de diálogos ou trocas de cartas, embora não sejam definíveis dessa forma. Este artigo investiga tal dinâmica de encontro, com suas questões próprias, singularidades e diferenças em relação a outros gêneros e outras práticas de compartilhamento autoral.
Este texto é um exercício de escrita com Roland Barthes e Ana Cristina Cesar, pensado e escrito a partir do curso “Roland Barthes: da pesquisa à sala de aula”, ministrado por Claudia Amigo Pino na Universidade de São Paulo no segundo semestre de 2020. Buscou-se, aqui, tal como faziam esses autores, sair da dinâmica do escrever sobre – trata-se, então, de uma produção a partir da leitura de diferentes textos de Barthes e Ana Cristina, uma tentativa de fazer ver e de promover em outros a paixão que reconheço neles, em suas escrituras.
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