O objetivo principal deste trabalho é a classificação das unidades de paisagem da região de contato entre as litologias do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Bambuí, mais precisamente no município de Monjolos, Minas Gerais. Para a classificação das unidades de paisagem, foi utilizado o modelo proposto por Bertrand (1972/2004). A proposta de classificação foi realizada nas grandezas que compreendem o geossistema, o geofácies e o geótopo. Como resultado, tem-se a tabela de classificação das unidades de paisagem da região, bem como um mapa de localização do geossistema, do geofácie e dos geótopos. Acredita-se que por meio desta classificação é possível compreender o funcionamento da paisagem como um todo, bem como, melhor planejar o uso e a ocupação do solo compreendendo-a como um sistema integrado.
A região do Grupo Bambuí, conhecida como Província Espeleológica do Bambuí (PEB), ocupa uma área de aproximadamente 150.000 km2 e abrange as porções centro oeste, norte e noroeste de Minas Gerais; leste do Distrito Federal; nordeste de Goiás; sudeste do Tocantins; e oeste da Bahia. Devido à grande área ocupada pela Província Espeleológica do Bambuí, esta pode ser dividida em distritos. O objetivo deste artigo é a caracterização da Região Cárstica de Arcos-Pains, e de seus sistemas cársticos correlatos, a partir da utilização de dados geológicos, geomorfológicos, espeleológicos e hidrográficos. O carste regional é bem evoluído, com extensos maciços calcários marcados por diferentes tipos de lapiás (karren). Além disso, apresenta drenagem predominantemente subterrânea com a presença de sumidouros, ressurgências, cânions, dolinas e feições residuais, comuns na paisagem cárstica. Estruturas geológicas marcantes, como dobras e falhas, também se fazem presentes. Por outro lado, as atividades humanas podem impor profundas modificações na paisagem desta importante região cárstica, especialmente por causa da mineração, visto que ali encontram-se instaladas diversas empresas de extração de calcário, além de indústrias cimenteiras e de produção de cal. Tal uso do solo, aliado à precária gestão do Patrimônio Espeleológico, vem ocasionado impactos ambientais significativos no carste regional. Dessa forma, ter como base os estudos do carste faz-se extremamente necessário, pois a sensibilidade dos aquíferos cársticos à poluição é muito alta.
O presente estudo visa apresentar o patrimônio espeleológico existente no município de Matozinhos - MG, bem como suas feições geomorfológicas, recursos naturais e características paisagísticas singulares. O território está inserido nos limites da APA Carste de Lagoa Santa, uma importante província espeleológica no contexto nacional, que abriga um vasto número de cavidades naturais subterrâneas e condutos subterrâneos associados ao sistema hidrogeológico da região. Através da utilização de dados geológicos, geomorfológicos, espeleológicos, hidrográficos e hidrogelógicos já existentes, foi possível destacar a importância de se investigar e caracterizar o território. Portanto, o trabalho objetiva ampliar o conhecimento acerca dos atributos físicos, bióticos e socioambientais da região. Além disso, objetiva discutir acerca das potencialidades, sobretudo turísticas, e das fragilidades em que o patrimônio está submetido, uma vez que as feições cársticas da região, bem como os sistemas hídricos e os recursos naturais, sofrem degradação devido ao desenvolvimento urbano e industrial. O estudo visa também orientar análises e interpretações posteriores que abordem temas relacionados à espeleologia e ao carste regional, de modo a discutir e propor medidas que possam mitigar estes impactos.
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