Em áreas de manejo é imprescindível o acompanhamento da estrutura e dinâmica da regeneração natural, tendo por base que esta é de suma importância para o processo de resiliência da floresta e para a reposição do estoque de madeira para futuros ciclos de corte. O monitoramento da vegetação também propicia informações relevantes para o planejamento das atividades de manejo que visam minimizar os impactos a vegetação remanescente. Deste modo, o estudo objetivou avaliar a composição e diversidade florística da regeneração natural em área de manejo de 100 hectares (ha) na Floresta Nacional do Tapajós, no município de Belterra (PA). O trabalho foi desenvolvido em uma Unidade de Produção Anual (UPA 07), onde houve a colheita de madeira no ano de 2012. No final de 2015, ocorreu um incêndio florestal na área, e algumas parcelas foram atingidas pelo fogo. A UPA abrange uma área de 100 hectares (ha). Nesta, foram instaladas, aleatoriamente, 10 parcelas permanentes (PP) de 0,25ha, cada uma com dimensões de (50m x 50m), com um total de 2,5ha amostrados. Na composição florística, detectou-se uma variação entre as espécies mais abundantes da primeira para a segunda e a terceira medição O índice de diversidade para a área de estudo foi constante em dois períodos: antes da colheita e um ano após a colheita, reduzindo no terceiro período de acompanhamento quatro anos após a colheita. As taxas de mortalidade, ingresso e sobrevivência, presentes na tabela 2, mostram que a classe de vara teve a maior taxa de mortalidade, mas também a maior taxe ingresso, contudo as taxas de sobrevivência foram inferiores as da classe de arvoreta, de acordo com cada período de monitoramento. O manejo florestal realizado na área contribuir para o aumento na composição e diversidade florística da área estudada. Contudo o fogo alterou negativamente o número de espécies no terceiro período de monitoramento.
As florestas públicas de uso sustentável permitem o manejo florestal, por meio de técnicas que visam causar o menor dano à vegetação remanescente e ao solo, porém, ainda assim ocorrem aberturas de clareiras de diferentes tamanhos que aumentam a incidência da radiação solar, secando mais rapidamente os resíduos da colheita, tornando a floresta mais suscetíveis aos incêndios. O objetivo deste trabalho foi analisar, por meio do monitoramento de 20 parcelas permanentes, a estrutura do estrato arbóreo e da regeneração natural, composta por arvoretas, varas e mudas, antes e após a ocorrência de incêndio florestal em área manejada na Floresta Nacional do Tapajós. Pode-se verificar que mais de 80% dos indivíduos tiveram contato com o fogo, e que destes 28% morreram em decorrência das chamas. O maior risco de incêndio encontra-se no município de Belterra. Na composição florística foi verificado o ingresso das famílias Caryocaraceae, Polygonaceae e Solanaceae somente após a ocorrência do incêndio. A floresta após o incêndio, manteve-se com a diversidade compatível com a de florestas tropicais, mesmo com o número de clareiras tendo aumentado significativamente. Pôde-se constatar que o diâmetro é um fator de grande relevância para sobrevivência dos indivíduos. Na dinâmica florestal, as árvores, arvoretas e varas tiveram a taxa de mortalidade superior a taxa de recrutamento, sendo que as espécies que mais morreram foram as consideradas de madeira leve e as espécies resinosas.
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