burg e colaboradores, tem o mérito de mostrar que recém-nascidos prematuros com menos de 32 semanas de idade gestacional, em ventilação mecânica com cânula endotraqueal, apresentam alterações clínicas e bioquímicas compatíveis com estresse e que são amenizadas pelo uso de fentanil, sugerindo, portanto, que estejam sentindo dor. O estudo se resume ao uso de uma única dose de fentanil e o acompanhamento desses recém-nascidos durante uma hora após a sua administração. Resta a dúvida se a adequada analgesia desses pacientes durante todo o período de ventilação mecânica poderia tornar a recuperação desses recém-nascidos mais rápida. É importante, entretanto, lembrar que o uso prolongado de fentanil em infusão contínua endovenosa causa síndrome de abstinência em crianças pequenas 6,7 e o desenvolvimento de tolerância farmacoló-gica em recém-nascidos 8 , necessitando o aumento progressivo da dose utilizada.Conclui-se, portanto, que o recém-nascido prematuro sente dor e que ocorrem alterações clínicas e bioquímicas em sua decorrência. A analgesia adequada deve ser utilizada em processos dolorosos agudos. Quanto ao uso de fentanil em infusão contínua durante o processo de ventilação mecânica, convém aguardar novos estudos. Em 1990 a Organização Mundial de Saúde constatou que 32% da população mundial estava infectada pela tuberculose, ou seja, 1,7 bilhão de pessoas, com uma incidência anual de oito milhões de casos novos. No Brasil, no mesmo ano, o Ministério da Saúde estimava em 40 milhões o número de indivíduos infectados, com 100 mil casos novos por ano. "Trocando em miúdos", a tuberculose acomete pelo menos 10 brasileiros a cada hora e mata 14 por dia 1 .
Referências bibliográficasAs causas desse quadro tão grave não têm soluções simples, pois suas raízes se aprofundam na magnitude dos problemas sócio-econômicos mundiais e, particularmente, de países como o nosso.Se observarmos ao longo do tempo, retrospectivamente, as estratégias de controle da tuberculose no Brasil, identificaremos fases de luta e omissão, sempre ao sabor das decisões políticas. Mas, muitas foram as pessoas de valor empenhadas na persistência dessa luta, culminando com o avanço, nas últimas duas décadas, do Programa Nacional Contra a Tuberculose, que orientou a padronização de condutas em âmbito nacional, com a implantação do tratamento predominantemente domiciliar, com esquema de curta duração, conseguindo também cobertura vacinal elevada com BCG intradérmico na maioria dos Estados 2 .Todos os avanços técnicos e científicos, contudo, só terão impacto contra a tuberculose quando o Governo e a Sociedade evoluírem, preocupando-se com soluções que resultem em melhor qualidade de vida para todos.Um outro fator de risco importante, a infecção pelo HIV, surgiu na década passada, influenciando mundialmente a elevação dos índices da tuberculose. A interação entre ambas as infecções constitui um sério problema sanitário que elevará muito a morbidade e a mortalidade. Em países desenvolvidos, mas com elevada prevalência desse vírus, já se notifica um número cr...