A exposição da miséria nos espaços públicos, fruto do aumento das desigualdades sociais no mundo capitalista e globalizado, é um fenômeno urbano que se amplia nas grandes metrópoles brasileiras. As atividades desenvolvidas por grupos que vão buscar nas ruas das cidades modernas recursos para a sua sobrevivência tornaram-se uma demonstração exemplar de como a rua se transformou em espaço de construção de fronteiras econômicas, políticas e culturais. Pretendo fazer, neste artigo, um recorte nesse contingente que se amplia no espaço urbano, caracterizando um personagem, um antigo habitante das cidades, o portador de sofrimento psíquico, o denominado louco de rua. De forma singular, essa figura excêntrica e bizarra que faz parte da paisagem urbana, geralmente isolada do conjunto da população pauperizada que vive nas ruas, faz também, do espaço público, um lugar de moradia e sobrevivência. Um trabalho de abordagem, pesquisa e atendimento a essas pessoas que se encontram fora dos censos oficiais e das políticas públicas de assistência tem sido realizado desde 1996, por profissionais de saúde mental, em parceria com outros setores governamentais e ONGS, no Município de Belo Horizonte
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