A partir de uma perspectiva pragmática, este capítulo busca refletir sobre a necessidade de se trabalhar a cortesia verbal no ensino de língua portuguesa, em suas modalidades oral e escrita, observando como se instaura o jogo interpessoal em contextos sociais diversos. Torna-se evidente a necessidade de discussão dos fatores sociais implicados na expressão da cortesia, bem como da capacidade de expressar e interpretar as funções comunicativas e o conhecimento das normas. O trabalho examina a cortesia em interações orais e escritas (registro formal/semiformal), tendo como objeto de análise textos do século XX, a saber, entrevistas de televisão, entrevistas posteriormente impressas, bem como cartas pessoais (trocadas entre amigos ou familiares) e publicadas em coletâneas de estudos literários. Também faz parte deste capítulo uma breve reflexão sobre o tratamento da oralidade e da escrita no ensino de língua portuguesa, visando a sugerir aos professores de ensino fundamental e médio como trabalhar a cortesia verbal nas atividades cotidianas (conversas, entrevistas, cartas, bilhetes), contribuindo para que o aluno possa desempenhar seu papel social adequadamente por meio de variadas práticas discursivas.
Partindo de uma abordagem textual-interativa, este artigo discute a correção como um procedimento de reformulação de ações utilizado pelos participantes da atividade interacional. São observadas as atividades dos interlocutores durante entrevistas transmitidas pela televisão, tendo em vista as condições que organizam o direito à palavra, propostas por Charaudeau (1995).
This paper retakes previous works on the topic and its development (Aquino, 1991; Fávero, 1993), the relevance of questions and answers in the discursive organization (Fávero, Andrade and Aquino, 1996; Fávero and Andrade, 1998; Fávero and Aquino, 1998, Fávero, 2001), in corpus constituted by spontaneous conversations, materials of project NURC, and printed or TV interviews. The objective is to examine the textual-interactive organization starting from three fundamental points: the discursive topic and its organization in the dialogical pair P-R, the topical movement in specific questions and the use of the digression as discursive strategy in the topical movement.
Partindo da hagiografia de São Frutuoso de Braga, pretendemos analisar como se instaura a interação em um texto que objetiva persuadir o leitor por meio da narrativa sobre a vida de um santo, tornando um exemplo a ser seguido. O intuito da Igreja ao solicitar que os religiosos redigissem uma hagiografia era produzir textos para o uso litúrgico, nas missas ou ofícios monásticos; propagar os feitos de um determinado santo, atraindo, assim, ofertas e doações para os Templos e Mosteiros que os tinham como patronos; para leitura privada ou como textos de escola; instruir e edificar os cristãos na fé; divulgar os ensinamentos oficiais da Igreja, etc.
RESUMO: Neste trabalho, examinarei a oralidade presente no discurso escrito, recorrendo à linguagem jornalística, muito mais receptiva a transformações e exemplificando com textos dos jornais recolhidos dos jornais Folha de S. Paulo e Jornal da Tarde, bem como das revistas Veja e Isto é dinheiro. Para tanto, primeiramente farei um breve esboço sobre a linguagem jornalística contemporânea, enfocando suas principais tendências, iniciando a discussão a partir do papel dos "manuais de redação" e sua filosofia como vestígios de um purismo gramatical, nem sempre seguido à risca pelos jornalistas. A seguir, farei um paralelo entre as duas modalidades da língua: a oral e a escrita, tendo por base o material coletado e apontando as principais marcas de oralidade no discurso jornalístico. Buscarei evidenciar como tais marcas favorecem o envolvimento do jornalista com o leitor, num suposto diálogo que lembra, por vezes, a narrativa oral.Palavras-chave: interação, linguagem formal, linguagem coloquial, marcador conversacional.
C a r t a s p r o d u z e m m e m ó r i a s , q u e s e d e s d o b r a m e m c r í t i c a s , q u e d e s e n c a d e i a m c a r t a s , q u e e n g e n d r a m m e m ó r i a s . . . E o g r a n d e c i r c u i t o d o s d i s c u r s o s , o n d e s e p o d e o b s e r v a r a i n s c r i ç ã o d a s t r a j e t ó r i a s d e l e i t o r e a u t o r , d e r e m e t e n t e e d e s t i n a t á r i o . (Mar• lia Rothier Cardoso , 2000)Introdução A partir de algumas cartas selecionadas da correspond‚ncia pessoal de Machado de Assis, organizada por Sƒrgio Paulo Rouanet (2008), buscamos identificar e analisar as estratƒgias de envolvimento ou distanciamento presentes em quinze cartas, visando a caracterizar as Tradi"…es Discursivas (TD), no que diz respeito † constitui" ‡o do g‚nero epistolar (carta pessoal), que constituem o sistema discursivo das prˆticas sociais do sƒculo XIX.As TD s ‡o aqui tomadas como modelos historicamente convencionalizados, propostos pela Ling‰•stica Textual e Roman•stica Alem ‡s e que permitem reconhecer os textos como pertencentes a uma dada ƒpoca. O estudo de tais modelos gerais, que servem como guia para as constru"…es individuais, parte da converg‚ncia entre o estudo pragmˆtico e o diacrŠnico, bem como de uma proposta de anˆlise do discurso sob um prisma hist‹rico. Para Oesterreicher (1997), o conceito de TD ƒ mais proveitoso que o de g‚nero, pois este se baseia nas semelhan"as compartilhadas por determinados textos. Desse modo, esse conceito n ‡o pode explicitar as diferentes variantes de g‚neros textuais/discursivos que conferem ao g‚nero um estatuto dinOEmico, sua capacidade de ser tradi" ‡o e inova" ‡o. Segundo o referido autor, as TD s ‡o g‚neros textuais/discursivos, mas n ‡o se limitam a eles. Todas as regularidades que podemos identificar em um determinado g‚nero podem ser consideradas aspectos discursivotradicionais, isto ƒ, s ‡o caracter•sticas de um g‚nero textual/ discursivo/ de uma tradi" ‡o discursiva, mas n ‡o constituem isoladamente "tradi"…es discursivas".O g‚nero textual/discursivo ƒ a fonte de todas as regularidades ling‰•sticas e pragmˆticas de um texto e todos os aspectos como: estilo, tema, fun" ‡o, sintaxe, lƒxico, Professora da •rea de Filologia e L•ngua Portuguesa -DLCV -Universidade de S ‡o Paulo.
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