Partindo do novo papel financeiro e organizacional da cidade de São Paulo, buscamos compreender as interferências do circuito superior sobre o circuito inferior. Ambos os circuitos diferenciam-se pelos graus de capital, tecnologia e organização. Existe uma oferta extraordinária de crédito desburocratizado, realizada por instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção A complexa organização financeira do circuito superior, apoiada nos atuais sistemas técnicos e na propaganda, permite a expansão social e territorial dos seus mercados, evitando capacidades ociosas e invadindo os mercados tradicionalmente pertencentes ao circuito inferior. Ainda que se trate de um fenômeno nacional, sua densidade, na metrópole paulista, é indiscutível, com a maior concentração de estabelecimentos e dinheiro. Criam-se novos nexos de subordinação, e as áreas mais concentradas da metrópole tornam-se localizações necessárias para essas grandes empresas. Aumentam, concomitantemente, o consumo e a pobreza.
Historicamente, a geografia tem se preocupado com a extensão e sua operacionalização-a distância. Os esforços de compreensão orientaram-se, sobretudo, aos resultados-extensão, forma, tamanho, limites-e o espaço foi visto como inerte, como o final de um processo cuja indagação não nos pertence. Todavia, hoje, a existência, muito mais que a distância, parece ser o verdadeiro problema do homem e, especialmente, dos mais pobres. Uma geografia preocupada com a existência é, ao mesmo tempo, uma indagação sobre os eventos, as possibilidades e a ação humana que se tornou capaz de criar uma extensão planetária, mesmo que isto pretenda mascarar as demais formas de existência. É a ação humana que transforma as possibilidades em extensões. Por isso o centro de uma geografia da existência é o espaço banal, onde cada ação se dá segundo seu tempo, mas todas elas têm lugar.
Brazil: territory and society at the beginning of the 21st century-the history of a book i Resumo Discutimos os principais conceitos e argumentos que nortearam as escolhas de pesquisa e as reflexões do livro O Brasil: Território e Sociedade no início do século 21, escrito em coautoria com Milton Santos. O artigo corresponde a uma conferência ministrada no workshop "Cidades na Amazônia: 15 anos de reflexões-cidades, redes e ambientes urbanos", Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (NEPECAB), Universidade Federal do Amazonas em 2010. Em primeiro lugar, buscamos caracterizar brevemente as condições políticas e epistemológicas presentes na década de 1990, no momento da elaboração da pesquisa e do livro. Em segundo lugar, tratamos da ideia de território usado, conceito basilar na obra, sua gênese e desdobramentos. O terceiro ponto aborda o problema da totalidade e as partes ou, em outras palavras, da formação socioespacial e das regiões, assim como a necessidade de elaborar uma teoria maior e uma teoria menor, ao tempo que sugerimos uma teoria das mediações para traçar um retrato do país. Num quarto momento explicamos o plano analítico e o plano sintético que definem a estrutura do livro e os aspectos metodológicos e operacionais enfrentados no processo de pesquisa. Finalmente, refletimos sobre as relações intrínsecas entre método e política, tanto na interpretação do presente quanto no reconhecimento de tendências no futuro. Palavras chave: território usado; divisão territorial do trabalho; globalização; epistemologia; teoria das mediações.
Over the last thirty years the modernization of Brazilian territory has been accompanied by intense processes of urbanization and metropolitanization. To understand the new metropolitan dynamics that have emerged, we discuss the conditions of the built environment and the different circuits of production. The activities linked to scientifictechnological production, consulting, the financial system and international trade constitute the upper circuit, which is also constituted by a marginal contribution of mixed forms. As an indirect result of this modernization, another set, of manufacturing, commercial and service forms with low degrees of capital, technology and organization, constitutes the lower circuit. The explanatory variables in the analysis, using empirical results, are location and the built environment, technologies, relations of employment, information, marketing, finance and the connection with public sector power. The increasing distance between both circuits and the ways of overcoming this seem to be the most pressing problems of metropolitan dynamics and current policy.
La pregunta fundamental que formulamos es cómo empirizar el tiempo, en su indisolubilidad con el espacio, para entenderlos como una condición unitaria de existencia. Para ello, en primer lugar, retomamos algunas nociones de tiempo en fi losofía, con especial atención a la búsqueda de categorías universales; en segundo lugar discutimos algunas propuestas en geografía que tratan tiempo y espacio como conceptos puros y otras que integran ambas categorías; en tercer lugar, abordamos las categorías evento y forma como modo de acercarnos a una dialéctica concreta; en cuarto lugar discutimos la empirización del tiempo a partir del fenómeno técnico y de la periodización y, fi nalmente, analizamos la posibilidad de una geografía de la existencia en el período de la globalización.
1 RESUMEN globalización este trabajo se estructurará en cinco puntos. El primero es una introducción -ponen el respectivo orden espacial. El segundo punto aborda un elemento constitucional por las variables determinantes. El cuarto punto analizará las complejas relaciones de co--boración de otros pactos territoriales en el futuro.
Introdução, por María Laura Silveira
Este artigo está estruturado em três pontos. No primeiro, procura entender o cotidiano como quinta dimensão do espaço banal e o papel da multiplicação dos fluxos financeiros, envolvendo um maior número de lugares. No segundo, discute a reorganização do cotidiano ao ritmo da financeirização que desenvolvem nos lugares os agentes do circuito superior, por meio de ações simbólicas e novos instrumentos financeiros. No terceiro ponto, aborda o papel do Estado na financeirização e no consumo e suas repercussões nos circuitos da economia urbana e na cidadania. Por fim, apresenta breves reflexões sobre a relação entre política, produção, consumo e cidadania no período atual.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.