O presente estudo busca contribuir para o debate sobre o lugar que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ocupa na formação inicial de professores promovida nos cursos de licenciatura, destacando especificidades e lacunas observadas. Assinalando que o direito e a identidade própria da EJA estão garantidos desde a promulgação da atual Constituição Federal, retomam-se a legislação referente à formação de professores e, ainda, as Diretrizes Curriculares Nacionais de áreas selecionadas, nas quais se omitiu a especificidade da Educação de Jovens e Adultos. Por fim, avalia-se que o silêncio em relação à EJA nas licenciaturas se confunde com a situação dessa própria modalidade de ensino no Brasil. Alvo de metas modestas, políticas descontinuadas e fragmentadas, iniciativas focais e aligeiradas, a EJA traduz um projeto societário no qual a universalização da educação básica de qualidade para todos vem sendo assunto menor.
This study analyzed the results achieved by students from a proposal for teacher education at lato sensu postgraduate level, raising issues and tensions observed. This was a survey concluded in 2012, in the state of São Paulo, relating to 744 teachers in the field of professional healthcare education, who were also students in a proposal for inservice education that was developed in collaboration with six higher education institutions.The assessment brought together a significant set of data and information from direct observation, interviews and focus groups, in addition to application of questionnaires and analysis on course conclusion papers from program participants, which certainly brought contributions to the field. In general, the results point towards some difficulty on the part of student-teachers in overcoming unilateral views regarding the reality within which they act as teachers and workers in the healthcare sector.
Partindo do exame crítico de um recente acontecimento na cena cultural brasileira, isto é, o embate ideológico entre o Ministro da Cultura e o escritor Raduan Nassar durante a entrega do Prêmio Camões, em fevereiro de 2017, busca-se problematizar as possibilidades de uma “cultura política nova”, nos termos propostos por Marilena Chauí. Para tanto, o artigo resgata aspectos históricos, econômicos e políticos da formação social brasileira, a fim de compreender como a dominação autoritária se consolidou no país. Ressalta-se que as marcas do autoritarismo transcendem as formas de governo, pois dizem respeito à estrutura hierarquizada da nossa sociedade. Sublinha, entretanto, a necessidade de se considerar a cultura como alvo permanente de disputa de sentidos, inclusive no âmbito do Estado.
Na atual conjuntura política brasileira, caracterizada por forte ajuste fiscal, cortes orçamentários, reforma trabalhista e processos restritivos à manutenção plena de direitos conquistados tardiamente pela sociedade vinculam-se à redução da participação do Estado na área social e à precarização de políticas para áreas prioritárias, como a formação de trabalhadores e de seus professores. Neste estudo, problematizamos, em especial, as tentativas de flexibilização dos requisitos ao trabalho docente, bem como o esvaziamento da política de formação de professores que, enaltecendo o saber profissional construído na prática, secundarizam aspectos da formação que não estão presentes na vida cotidiana dos profissionais da área de saúde. Com apoio em Heller (1989) e outros, defendemos que a vida cotidiana, embora importante, não é a única esfera da vida social. Concluímos que as esferas não-cotidianas mais complexas, tal como as ciências, a filosofia, a política, por exemplo, resultado da experiência acumulada pela humanidade, podem ser decisivas no processo formativo de professores para produzir o questionamento sobre o pensar, o sentir e o agir em saúde, evitando-se que a vida cotidiana se hipertrofie em relação às outras esferas, perdendo-se o poder da reflexão e da crítica sobre a realidade em que se atua.
10 Embora fuja ao escopo deste estudo, cabe notar que, tendo em vista o conjunto da obra de cada um dos educadores mencionados, é possível indicar que as posições dos democráticos, embora não fossem homogêneas, tinham como eixo comum a defesa da educação pública, laica e gratuita.
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