Introduction: Brazil has a high number of cases of American cutaneous leishmaniasis (ACL) in the north and northeast regions. Therefore, continuous surveillance of environmental and socioeconomic factors in endemic areas is needed to develop strategic control measures. This study aimed to describe the clinical and epidemiological profiles of patients with ACL. Methods: All patients were from the states of Amazonas and Pernambuco, and examinations were carried out between 2015 and 2018. All patients had a clinical and epidemiological history compatible with ACL after positive diagnostic tests. Information obtained from medical records included gender, employment activity, level of education, age, and number and sites of lesions. Results: A total of 213 patients were included, of whom 30.98% were female and 69.02% were male. The main employment activity was agriculture (27.56%). The most common level of education was elementary (62.42%). The average age was approximately 39 years. The majority of the patients presented only with one lesion (54.87%), and legs/feet were the most commonly affected area (48.25%), followed by the arms/hands (44.75%). Conclusions: These data demonstrated that irrespective of the patients' places of origin, interventions need to be focused on men of economically productive age, in view of the high risk of exposure to the vector in this group. Education activities need to be directed to farmers about the importance of protection against ACL vectors during work. Such information must also be directed to employers as a way of implementing and maintaining appropriate working conditions and stepping up vector control.
Introdução: A investigação de novos alvos com potencial terapêutico para a leishmaniose visceral (LV) é fundamental, pois o tratamento atual é limitado e pode induzir resistência, alta toxicidade, ter longos períodos de administração e graves efeitos adversos.(1) Nesse contexto, microrganismos fotossintetizantes (MFs), como as microalgas, vêm sendo investigados e se mostrando promissores na terapêutica de doenças parasitárias, além de serem de fácil obtenção e cultivo e possuir baixo custo de produção.(2,3) Objetivo: Avaliar in vitro o potencial terapêutico do extrato bioativo da microalga Dunaliella tertiolecta para a LV humana. Métodos: O extrato foi obtido após o cultivo da microalga. Células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de humanos saudáveis foram estimuladas com o extrato bioativo e com a droga de referência Antimoniato de N-metilglucamina (Glucantime®), ambos nas concentrações de 1000μg/mL, 500μg/mL, 250μg/mL, 125μg/mL e 62,5μg/mL, e a concentração citotóxica de 50% (CC50) foi determinada por meio da análise da viabilidade celular através do método de MTT.(4) Células de L. infantum na forma evolutiva promastigota foram tratadas com o extrato (500μg/mL, 250μg/mL, 125μg/mL, 62,5μg/mL, 31,25μg/mL e 15,63 μg/mL) e com o Antimoniato de Nmetilglucamina (curva de concentração de 250μg/mL a 15,63μg/mL) para determinação da concentração inibitória de 50% (IC50), por meio de contagem celular ao microscópio óptico.(5) Através da razão CC50/IC50, foram calculados os índices de seletividade (IS) do extrato bioativo e da droga de referência. Este trabalho possui aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (parecer 4.077.060, FIOCRUZ/PE). Resultados: com relação à CC50, D. tertiolecta apresentou-se mais tóxica para células humanas (CC50 = 252,55 μg/mL) do que o Antimoniato de N-metilglucamina (CC50 = 412,46 μg/mL). Quanto à IC50, o extrato da microalga demonstrou uma atividade leishmanicida (IC50 = 53,75) maior do que a droga de referência (IC50 = 195,15 μg/mL). Por fim, os valores dos IS demonstraram que D. tertiolecta é mais seletiva para o parasito (4,70) do que o Antimoniato de Nmetilglucamina (2,11). Conclusões: os resultados se mostraram promissores e ajudarão no direcionamento de próximas etapas do estudo envolvendo MFs, visando a produção de novos tratamentos que resultem em melhorias no controle estratégico da doença e na qualidade de vida da população afetada.
Introdução: As leishmanioses são um complexo de doenças infecciosas com amplo espectro de manifestações clínicas, variando de formas cutâneas à uma forma visceral. Apresentam diversas características clínicas e com diferentes graus de gravidade a depender da espécie parasitária envolvida e da resposta imune do hospedeiro1. A Leishmaniose Visceral (LV) é a forma clínica mais grave, resultando em altas taxas de morbidade e mortalidade caso não seja tratada adequadamente2. Com as limitações dos atuais tratamentos para a LV, como a resistência do parasito e a alta toxicidade3, aumenta a necessidade da busca por novos candidatos terapêuticos mais eficazes e seguros. Dentre os produtos naturais, os microrganismos fotossintetizantes de origem marinha estão se destacando, devido a sua diversidade de metabólitos bioativos e suas propriedades biológicas4,5. Objetivo: Avaliar in vitro os índices de seletividade do extrato bioativo da Chlorella vulgaris e compará-lo com a droga de referência para o tratamento da leishmaniose visceral humana. Métodos: O extrato bioativo foi obtido após cultivo da microalga, através do processo de sonicação. Células mononucleares do sangue periférico de humanos saudáveis foram tratadas com o extrato e com a droga de referência (antimoniato pentavalente - Sbv) em concentrações seriadas de 1000μg/ml a 62,5μg/ml e, a partir disso, a concentração citotóxica de 50% (CC50) foi determinada através de ensaios de viabilidade celular pelo método de MTT. Promastigotas de Leishmania infantum foram tratadas com o extrato bioativo e com o Sbv em concentrações seriadas de 500μg/ml a 15,63μg/ml para determinação da concentração inibitória de 50% (IC50) através de contagem celular por microscopia óptica. Os índices de seletividade (IS) foram determinados pela razão entre o valor de CC50 e IC50. Resultados: O extrato de C. vulgaris apresentou uma menor toxicidade às células humanas (CC50=999,66μg/ml) quando comparado com a droga de referência (SbV= 412,43μg/ml). Em relação a IC50, quando comparado com o Sbv, o extrato demostrou uma maior atividade leishmanicida (IC50= 192,12). Ao determinar o IS do extrato, foi possível observar que este indicou ser cerca de 5 vezes mais seletivo ao parasito do que às células humanas (IS= 5,2). Enquanto o Sbv expressou uma menor seletividade ao parasito (IS= 2,11). Conclusão: Diante dos resultados obtidos, o extrato bioativo de Chlorella vulgaris apresenta-se promissor. Os resultados contribuirão para futuros estudos para o desenvolvimento de novas terapias para o tratamento da leishmaniose visceral humana.
Introdução: O regime terapêutico utilizado no tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é direcionado apenas para morte do parasito, não exerce influência sobre a resposta imune do hospedeiro (1, 2). Desta forma, é essencial desenvolver novos alvos terapêuticos que possam estabelecer uma modulação entre os perfis Th1 (inflamação/proteção) e Th2 (suscetibilidade a infecção), para uma futura cura clínica (3). Estudos com produtos naturais, como a microalga Chlorella vulgaris (CV), estão sendo considerados promissores por apresentarem potencial para atividades terapêuticas e antiparasitárias (4, 5), com facilidade e baixo custo de produção. Objetivo: Assim, o objetivo deste estudo é avaliar in vitro o preliminar potencial terapêutico da C. vulgaris pela obtenção do Índice de Seletividade (IS). Métodos: O extrato de CV foi obtido após cultivo, por sonicação. Para obtenção do IS, utilizou-se Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMC) de humanos, para a determinação da Concentração Citotóxica de 50% (CC50), pelo método de MTT, e ensaios de concentração inibitória de 50% (IC50), em células promastigotas de Leishmania braziliensis, através de contagem celular por microscopia óptica. Ambos os ensaios foram tratados com o extrato de CV e as drogas de referência (DR) (antimoniato pentavalente [SbV] e miltefosina), em concentrações seriadas entre 1000μg/mL e 62,5μg/mL para a CC50, entre 500μg/mL e 0,1 μg/mL para a IC50. O valor de IS foi determinado pela razão entre a CC50 e IC50. Resultados: Para os ensaios de CC50 em PBMC humano, verificou-se baixa toxidade demostrada pela elevada viabilidade celular com o extrato de CV (999,66μg/ml), quando comparado com as DR (SbV= 412,46μg/ml e Miltefosina=159,49μg/ml). Além disso, a IC50 do extrato de CV (144,93μg/ml) apresentou baixa toxicidade para a L. braziliensis, com dados próximos ao do Sbv (119,76μg/ml), mas a Miltefosina (IC50=1,02μg/mL) apresentou uma maior atividade leishmanicida, porém foi o mais tóxico para células humanas. O IS do extrato de CV (IS=6,9) obteve resultado superior ao do Sbv(IS=3,44), apresentando maior seletividade contra o parasito e menor toxidade para as células humanas, e a miltefosina possui o maior valor, sendo 100 vezes mais seletivo para o parasito. Conclusões: Portanto, com base nos dados obtidos o extrato de CV, não tóxico para células humanas e seletivo contra o parasito, possui potencial para futuros estudos in vivo com base no desenvolvimento de novas terapias contra LTA.
Introdução: A investigação de novos alvos com potencial terapêutico para a leishmaniose visceral (LV) é fundamental, pois o tratamento atual é limitado e pode induzir resistência, alta toxicidade, ter longos períodos de administração e graves efeitos adversos.(1) Nesse contexto, microrganismos fotossintetizantes (MFs), como as microalgas, vêm sendo investigados e se mostrando promissores na terapêutica de doenças parasitárias, além de serem de fácil obtenção e cultivo e possuir baixo custo de produção.(2,3) Objetivo: Avaliar in vitro o potencial terapêutico do extrato bioativo da microalga Dunaliella tertiolecta para a LV humana. Métodos: O extrato foi obtido após o cultivo da microalga. Células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de humanos saudáveis foram estimuladas com o extrato bioativo e com a droga de referência Antimoniato de N-metilglucamina (Glucantime®), ambos nas concentrações de 1000μg/mL, 500μg/mL, 250μg/mL, 125μg/mL e 62,5μg/mL, e a concentração citotóxica de 50% (CC50) foi determinada por meio da análise da viabilidade celular através do método de MTT.(4) Células de L. infantum na forma evolutiva promastigota foram tratadas com o extrato (500μg/mL, 250μg/mL, 125μg/mL, 62,5μg/mL, 31,25μg/mL e 15,63 μg/mL) e com o Antimoniato de Nmetilglucamina (curva de concentração de 250μg/mL a 15,63μg/mL) para determinação da concentração inibitória de 50% (IC50), por meio de contagem celular ao microscópio óptico.(5) Através da razão CC50/IC50, foram calculados os índices de seletividade (IS) do extrato bioativo e da droga de referência. Este trabalho possui aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (parecer 4.077.060, FIOCRUZ/PE). Resultados: com relação à CC50, D. tertiolecta apresentou-se mais tóxica para células humanas (CC50 = 252,55 μg/mL) do que o Antimoniato de NISBN metilglucamina (CC50 = 412,46 μg/mL). Quanto à IC50, o extrato da microalga demonstrou uma atividade leishmanicida (IC50 = 53,75) maior do que a droga de referência (IC50 = 195,15 μg/mL). Por fim, os valores dos IS demonstraram que D. tertiolecta é mais seletiva para o parasito (4,70) do que o Antimoniato de Nmetilglucamina (2,11). Conclusões: os resultados se mostraram promissores e ajudarão no direcionamento de próximas etapas do estudo envolvendo MFs, visando a produção de novos tratamentos que resultem em melhorias no controle estratégico da doença e na qualidade de vida da população afetada.
The causative species is an important factor influencing the evolution of American cutaneous leishmaniasis (ACL). Due to its wide distribution in endemic areas, Leishmania (V.) braziliensis is considered one of the most important species in circulation in Brazil. Molecular targets derived from ribosomal RNA (rRNA) were used in studies to identify Leishmania spp.; however, the Intergenic Spacer (IGS) region has not yet been explored in parasite species differentiation. Besides, there is a shortage of sequences deposited in public repositories for this region. Thus, it was proposed to analyze and provide sequences of the IGS rRNA region from different Leishmania spp. and to evaluate their potential as biomarkers to characterize L. braziliensis. A set of primers was designed for complete amplification of the IGS rRNA region of Leishmania spp. PCR products were submitted to Sanger sequencing. The sequences obtained were aligned and analyzed for size and similarity, as well as deposited in GenBank. Characteristics of the repetitive elements (IGSRE) present in the IGS rRNA were also verified. In addition, a set of primers for L. braziliensis identification for qPCR was developed and optimized. Sensitivity (S), specificity (σ), and efficiency (ε) tests were applied. It was found that the mean size for the IGS rRNA region is 3 kb, and the similarity analysis of the sequences obtained demonstrated high conservation among the species. It was observed that the size for the IGSRE repetitive region varies between 61 and 71 bp, and there is a high identity between some species. Fifteen sequences generated for the IGS rRNA partial region of nine different species were deposited in GenBank so far. The specific primer system for L. braziliensis showed S=10 fg, ε=98.08%, and logσ=103 for Leishmania naiffi; logσ=104 for Leishmania guyanensis; and logσ=105 for Leishmania shawi. This protocol system can be used for diagnosis, identification, and quantification of a patient’s parasite load, aiding in the direction of a more appropriate therapeutic management to the cases of infection by this etiological agent. Besides that, the unpublished sequences deposited in databases can be used for multiple analyses in different contexts.
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