Neste painel, discutimos a relação 'letramento' e 'gênero textual', considerando a rica complexidade que envolve não apenas esses objetos teóricos mas também a sua aplicação no domínio pedagógico, particularmente no que diz respeito ao ensino-aprendizagem de língua materna. Vincularemos a discussão a nossa experiência de ensino, pesquisa e extensão desenvolvida em programas de formação de professores, voltados para a mobilização de práticas transdisciplinares de natureza colaborativa e fortalecedora da ação docente. Nessa direção, indicamos os projetos de letramento como uma alternativa para o desenvolvimento de um trabalho contextualizado com os gêneros textuais.
Um dos pontos-chave dos projetos de letramento é o seu funcionamento, alinhado à dinâmica das práticas sociais que ocorrem em diversos contextos. Com base nisso, objetivamos empreender uma discussão voltada a entender como o processo de escrita cotidiana de alunos do ensino médio externo à escola pode inspirar o desenvolvimento de ações de ensino-aprendizagem ancoradas em projetos de letramento, especificamente no que tange à extrapolação dos horários, lugares e recursos específicos da sala de aula e da escola. Assim, na esteira de Barton e Hamilton (2000), Bazerman (2011), Heath (1982), Kleiman (1995, 2000, 2007), Oliveira (2008, 2010a, 2010b), Oliveira; Tinoco e Santos (2014) e Santos (2012), explicitamos os conceitos de letramento, gêneros, projetos de letramento, entre outros. A geração dos dados ocorreu por meio de uma entrevista endereçada a alunos do ensino médio, que falaram sobre suas práticas de escrita, suas formas de produção, a regularidade de usos e os recursos referentes a essas práticas. Como resultado, nossas reflexões contribuíram para o entendimento de que as práticas de escrita dos alunos que ocorrem fora do espaço escolar podem representar importantes fontes de inspiração para o delineamento e a execução de projetos de letramento.
Considerando a relevância da articulação entre as esferas escolar, familiar e comunitária, esta comunicação tem como objetivo discutir impactos de um projeto de letramento comunitário (PLC) no redimensionamento de práticas de fala, leitura e escrita no espaço escolar, a partir de enunciados produzidos por colaboradores no âmbito do projeto em análise. O aporte teórico desta investigação parte dos Estudos de Letramento, em especial a práticas de letramento e PLC, do Círculo de Bakhtin e da Nova Retórica, no que tange a considerações sobre os gêneros discursivos. A partir do paradigma qualitativo e da abordagem etnográfico-crítica, a geração de dados ocorreu em uma escola pública da capital potiguar, na promoção de ação de extensão, materializada como um PLC, intitulada “Nova(s) Descoberta(s) do nosso bairro: escola, família e comunidade”, tendo como colaboradores discentes de uma turma de primeiro ano de ensino fundamental, membros da equipe escolar, familiares de alunos e agentes comunitários do bairro de Nova Descoberta, onde a escola é situada, e de seu entorno. A ação teve como produto um e-book, em que os saberes locais dos colaboradores estão apresentados a partir de suas produções, orais, escritas e multissemióticas, em gêneros discursivos como relatos, entrevistas, apresentação, histórias, comentários e outros. A análise desses enunciados demonstra, entre diferentes aspectos, as questões sociais próprias do bairro, os interesses e as motivações dos sujeitos da pesquisa, as implicações do PLC na aprendizagem, a distribuição de tarefas em trabalhos colaborativos, o papel da escrita de promover acesso a novos mundos e as experiências culturais construídas a partir dos discursos dos colaboradores, mobilizados como ferramentas de atuação na vida social.
O objetivo deste artigo é refletir sobre os usos da escrita desenvolvidos a partir do trabalho com gêneros textuais em aulas de Língua Portuguesa e as suas relações com a multiplicidade de letramentos. Assim, na esteira de Barton e Hamilton (2000), Bazerman (2011), Gee (1990), Hamilton (2000), Kleiman (1995a, 1995b, 2007, 2010a, 2010b), Marcuschi (2008), Oliveira (2010), Street (1984, 2003, 2014), contextualizamos os conceitos de letramentos e domínio da vida social, assim como outros atrelados a estes e imprescindíveis para as nossas discussões. A geração dos dados ocorreu por meio de entrevistas e observações realizadas em turmas de Ensino Médio de uma escola pública estadual da cidade do Recife no ano de 2016. As reflexões aqui empreendidas contribuem para o entendimento de que o trabalho com a escrita que ocorre nesse espaço escolar prioriza gêneros de algumas categorias de domínios da vida social. Os achados de pesquisa mostram, ainda, que o ensino da escrita na escola pode estar pouco integrado à multiplicidade de letramentos concernentes ao seu contexto.
Este estudo apresenta uma experiência pedagógica voltada para o ensino da leitura/escrita do gênero ‘plano de aula’ no âmbito da formação docente – Curso de Letras. O trabalho se fundamenta nas contribuições dos estudos de letramento acadêmico (CARLINO, 2003; HYLAND, 2004; LEA; STREET, 2006; MARINHO, 2010; 2011), nas abordagens de gêneros textuais filiadas à nova retórica (BAZERMAN, 2005; BERKENKOTTER; HUCKIN, 1995; SWALES, 1998) e nas contribuições dos estudos sobre formação docente a partir de uma perspectiva crítica (GIROUX, 1997; BORGES, 2002). A pesquisa é qualitativa de natureza etnográfica crítica (THOMAS, 1993). A análise apoia-se em dados gerados em questionários aplicados junto a graduandos e em seminários desenvolvidos na disciplina Linguística IV (Letras/UFRN) sob a perspectiva da etnografia da escrita (DEVITT; REIFF; BAWARSHI, 2004). O estudo aponta para os desafios e as possibilidades de se promover a apropriação e o domínio de gêneros acadêmico-profissionais, com destaque para a relevância da abordagem etnográfica.
Maria do Socorro Oliveira'RESUMO: Considerando as contribuições teóricas e práticas advindas da Sociolingüística, da Etnogrqfia da Fala e da Psicolingüistica, pre tendemos neste artigo sugerir formas de implementação para uma política globalizante que tenha em vista o pluralismo lingüístico, a melhoria do ensino no Brasil e, em decorrência, a qualificação da cida dania. PALAVRAS-CHAVE: plumlismo lingüístico: política globalizante: cida dania.Introdução e parece haver um acordo, ou mesmo uma compreen são, no sentido de que a uniformidade do falar é uma irrealidade, débeis tem sido os empreendimentos, de ação global, vol tados para a construção de uma política lingüística que contemple o pluralismo lingüístico e a prerrogativa do cidadão de, à sua maneira ou conforme à situação, utilizar a sua língua, sem ser passível de discriminação. Ao longo do tempo, têm-se registrado na relação teoria Universidade Federal do Rio Grande do Norte.Este trabalho foi originalmente apresentado na mesa-redonda "Língua, Ensino e Cidada nia", por ocasião do XIXCongresso da Federação Internacional de Professores de Línguas Vivas (FIPLV), realizado na UFPE no período de 24 a 26 de março de 1997.
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