RESUMOO objetivo deste trabalho 1 é tecer algumas considerações sobre poemas e contos de escritoras negras contemporâneas a fim de demonstrar o quanto o ponto de vista interno da autoria influencia na voz do eu lírico e nos perfis de personagens construídos. As escritoras selecionadas para este artigo são Cristiane Sobral, Lia Vieira,Conceição Evaristo e Esmeralda Ribeiro, que abordam em sua literatura questões como memória ancestral e papéis sociais exercidos e aceitos (ou não) pela mulher negra na contemporaneidade. PALAVRAS-CHAVE Literatura de autoria feminina, etnicidade, escritoras contemporâneasComo se dá a representação da mulher negra na literatura brasileira contemporânea? Certamente que essa indagação não pressupõe uma única ou uma simples resposta. Se se pensa nessa representação a partir de um olhar fora da problemática, ou seja, figurações a partir de um discurso patriarcal, tradicional, encontram-se muitas mulheres negras estereotipadas, excessivamente sexualizadas, com matizes carregados de perversão, como a Rita Baiana de O cortiço, de Aluísio Azevedo, por exemplo. No entanto, ao se deslocar a ótica de fora para dentro da questão, isto é, representações que partem de uma autoria negra feminina que expõe, de modo mais direto ou não, sua escrevivência -para utilizar o conhecido conceito de ConceiçãoEvaristo -ressignificada sob a pena literária, o eu-lírico, na poesia, e as personagens, na 1 Este trabalho é uma versão revista e ampliada do texto apresentado no III Colóquio/I Encontro Nacional Mulheres em Letras, em maio de 2011.
Resumo O objetivo deste artigo é dar visibilidade aos diversos modos de representação do corpo envelhecido na obra da escritora Lygia Fagundes Telles, comparando tais imagens com outras apresentadas por Clarice Lispector e Maria Valéria Rezende. Seguindo os rastros deixados por Elódia Xavier em Que corpo é esse?, buscamos traçar uma espécie de tipologia do próprio corpo envelhecido, a fim de demonstrar a diversidade de suas representações na literatura de autoria feminina. Neste texto, propomos investigar o corpo envelhecido da seguinte forma: i) o corpo envelhecido como degradação; ii) o corpo envelhecido silenciado; iii) o corpo envelhecido redimido. Tais escritoras apontam, assim, o quão difícil se torna o envelhecimento em uma sociedade que confina o idoso a situações degradantes tanto em âmbito familiar quanto público.
O objetivo deste artigo é tecer algumas considerações, à luz dos estudos de gênero e da crítica feminista, sobre três romances de autoras brasileiras contemporâneas: Quarenta dias (2014), de Maria Valéria Rezende, que problematiza o envelhecimento feminino na sociedade; A vida invisível de Eurídice Gusmão (2016), de Martha Batalha, que narra as vivências de duas irmãs nos anos de 1940, às voltas com o “destino de mulher” e as implicações de segui-lo ou não; e Com armas sonolentas (2018), de Carola Saavedra, que aborda a maternidade problemática, isto é, mulheres que são mães mas se arrependem, ainda que convivam, por vezes, com sentimentos dúbios, como a culpa.
Resumo Este artigo propõe-se a apresentar algumas considerações sobre duas editoras brasileiras pertencentes ao chamado mercado independente: Padê Editorial, fundada em 2015, e Nega Lilu, em 2013. Primeiramente, destacam-se alguns conceitos importantes para se pensar a cena independente, tais como o de “campo editorial”, de Pierre Bourdieu, e a própria noção de “independência”, ligada à busca por práticas editoriais que priorizam a bibliodiversidade, na busca por alternativas mercadológicas que não coloquem o lucro como principal finalidade. O escopo teórico do artigo está ancorado em John Thompson (2013), Gilles Colleu (2007) e José Muniz Jr. (2016). A seguir, é realizado o estudo de caso das editoras aqui elencadas, ao conferirem visibilidade às mulheres, às mulheres negras e às lésbicas, principalmente, além de estarem situadas fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, dando visibilidade, ainda, aos autores da região Centro-Oeste, onde estão localizadas. Assim, tais práticas editoriais, que objetivam, inclusive, um apelo estético significativo, acabam por adquirir uma significação política, tornando-se capitais simbólicos primordiais para se pensar (e repensar) o cenário contemporâneo da edição no Brasil.
Neste artigo, à luz dos estudos de edição e considerando questões raciais, reunimos três narrativas sobre três casas editoriais brasileiras voltadas à publicação de autores e autoras negros/as, todas fundadas entre os anos 1970 e início de 1980: Pallas Editora, Editora Corrupio e Mazza Edições. Consideramos tais editoras pioneiras em sua atuação claramente política e performativa a respeito dos temas afro, em especial pela publicação de autores/as africanos/as e afrodescendentes. Também é importante o fato de que tais editoras sejam conduzidas por mulheres, em sua maioria, negras. A fim de contribuir para uma narrativa mais justa e diversa da história editorial nacional, já que consideramos os três casos subnarrados, focalizamos tais casas e suas propostas, dentro de um cenário que observamos pela relevância e pela resistência que os caracteriza.
O objetivo deste artigo é, a partir de uma tipologia de corpos elencada por Elódia Xavier em Que corpo é este? O corpo no imaginário feminino (2007; 2021, 2ª edição), propor uma leitura transversal entre as categorias por ela apresentadas no que se refere ao corpo na literatura de autoria feminina contemporânea. O corpus escolhido é composto por: “Pomba enamorada ou Uma história de amor”, de Lygia Fagundes Telles, em que a protagonista apresenta-se ao mesmo tempo como um corpo disciplinado e imobilizado; “Bom partido”, de Lorena Otero, em que há um corpo refletido ao início que caminha para se tornar um corpo liberado; e, por fim, A ponta do silêncio, de Valesca de Assis, em que o corpo envelhecido torna-se um corpo violento com vistas a tornar-se, ainda, um corpo liberado. Os resultados apontam para a multiplicidade de representações do corpo feminino na literatura escrita por mulheres. Palavras-chave: Corpo feminino. Literatura de autoria feminina. Literatura brasileira.
O presente artigo tem como objetivo apresentar um breve percurso da literatura de autoria feminina brasileira para chegar à literatura de autoras contemporâneas que têm flertado diretamente com as pautas feministas, refletindo-as e sendo por elas refletida. Neste trabalho, vamos nos deter em duas narrativas de autoria feminina nas quais aparece uma das questões mais tematizadas por escritoras contemporaneamente: o estupro. São elas: Por cima do mar (2018), de Deborah Dornellas, e O peso do pássaro morto (2017), de Aline Bei.
O objetivo deste artigo é traçar breves apontamentos críticos sobre a história da crônica de autoria feminina publicada no Brasil desde seu surgimento no século XIX até o começo do século XX. Esse gênero híbrido, que toma forma a partir do folhetim francês, tem importante papel na divulgação dos ideais feministas e na luta pela igualdade entre os sexos por meio da educação. A partir de Constância Lima Duarte e Dulcília Buitoni, dentre outros autores, procura-se demonstrar como a crônica escrita por mulheres, juntamente com a imprensa feminista, teve importante papel na defesa por direitos das mulheres tanto no campo educacional quanto no político.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.