RESUMOTrata-se da realização de um Projeto de Extensão voltado à formação de professores da rede pública do sertão nordestino e discentes do Curso de Letras do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande (CFP/UFCG), executado no referido Centro, com vista a aprimorar o conhecimento do público beneficiado sobre Literatura Popular/Regional. Nessa perspectiva, abordamos a poética oral e escrita de autores nordestinos, no intuito de ampliar o conhecimento do público beneficiado. Partindo desses pressupostos, recorremos a autores que elucidam questões que perpassam temáticas suscitadas pelos textos lidos. Destarte, contribuímos com a formação docente, potencializando a recepção dessa estética e difundindo a Cultura Popular/Regional. Palavras-chave: Literatura Popular. Memória Coletiva. Formação Continuada. Conhecimento Simbólico.
INTRODUÇÃOConceber o Nordeste como um celeiro artístico no cenário nacional, cujo (re)conhecimento ultrapassa suas fronteiras, é um fato incontestável, haja vista ser esta região um campo profícuo de criação e produção genuínas, não apenas no âmbito da arte popular, como também de outras formas de expressão artística, consolidando, assim, a cultura brasileira. Entretanto, algumas inquietações aparecem, quando, lecionando em um Curso de Letras de um Centro de Formação de Professores, situado no sertão nordestino, à Literatura Popular não é assegurado um lugar específico, no respectivo Curso. Somemos a isso a reivindicação de alunos do referido Curso, que questionam a não existência dessa disciplina em sua grade curricular. Pensemos também no desejo de se fazer uma Pós-Graduação nesse campo de estudo, sem, contudo, se ter uma base na educação formal, uma vez que, sendo e vivendo na região Nordeste, a formação artística e cultural, de algum modo, torna-se familiar.É justo nessa familiarização que muitas vezes flagramos o preconceito com a própria identidade cultural, que, muitas vezes, torna-se resistência ou negação da negação identitária.Herdeiros que somos da cultura do outro, pensemos, por exemplo, na língua que falamos,