Este artigo resgata o avanço das análises teóricas sobre a influência do "modelo empresarial" no funcionamento do sistema educacional brasileiro, desde os anos da ditadura militar. Ressalta que as experiências práticas de gestão democrática da educação básica realizadas em administrações municipais de caráter democrático-popular necessitam ser avaliadas e expandidas para que se materializem as concepções avançadas de educação desenvolvidas pelos setores progressistas que são assimiladas e ressignificadas pelos grupos hegemônicos que atuam nas três instâncias de poder político e administrativo federal, estadual e municipal. São apresentados exemplos e sugestões de encaminhamento político-pedagógico para acirrar a contradição diante da política impositiva do governo, implementada sob a égide do Banco Mundial, de modo que os setores progressistas no cotidiano do funcionamento das escolas e dos sistemas de ensino resgatem os princípios, as concepções e metodologias que foram diluídos e negados no texto da "LDB oficial" para desenvolver o Plano Nacional de Educação.
Nos últimos 10 anos, quase todos os países da América Latina iniciaram reformas educativas que estiveram, supostamente, precedidas de estudos realizados por organismos internacionais, que evidenciaram seus logros e deficiências à luz das mudanças que definiam o processo de reestruturação da ordem econômica mundial nos anos 80 e 90. Em linhas gerais esses estudos mostraram problemas similares nos diferentes países da região, que justificaram a possibilidade de serem concebidas reformas educativas de caráter homogeneizante para a maioria dos países latino-americanos. A partir deste cenário, procura-se neste estudo aprofundar a análise da Relação Estado-sociedade nos processos de constituição das políticas educacionais, bem como identificar de que modo se desenham os novos espaços público e privado, no bojo das contradições que se estabelecem entre o sistema educacional, o sistema político e a organização social, buscando reconhecer nessas contradições os elementos da cultura nacional e os elementos que resultam das orientações impostas pelos organismos internacionais.
O artigo apresenta uma análise sintética sobre os avanços e recuos dos movimentos sociais e de educadores, a partir da década de 70 até o ano de 2010, ressaltando a importância da luta encetada por esses movimentos para resistir às políticas liberais e neoliberais executadas pelos governos ditatoriais e democráticos, em sua versão burguesa e também populista. Destaca-se o efeito dessas políticas que produziram perdas de conquistas históricas dos trabalhadores em relação às garantias sociais por um lado, sendo acionadas ao mesmo tempo estratégias de minimização da miséria e da pobreza extrema. A tendência de combate aos movimentos sociais, criminalizando-os como se não tivessem direito de resistir a essas políticas, pretende estabelecer um confronto entre as forças progressistas e setores populares que podem ser cooptados mediante a implementação das políticas compensatórias. Também se identifica um processo de hegemonização do Estado que atingiu o próprio campo das forças progressistas, provocando a sua divisão e o seu enfraquecimento em determinados momentos da história recente. Ainda assim, a manutenção dos movimentos sociais constituiu-se como condição indispensável para o combate dos mecanismos de subsunção do trabalho manual e intelectual operados pelo Estado e pelo Mercado na sociedade brasileira na primeira década do século XXI.
<p>O artigo trata do empresariamento da educação. Traz breve narrativa autobiográfica, ao situar o descompasso entre a concepção de administração escolar do curso de Pedagogia concluído e a atuação profissional, como diretora de escola de ensino médio e docente da disciplina administração escolar, a partir de uma visão crítica, ainda sem fundamentos, para uma análise histórica, adquiridos no mestrado em Administração e Supervisão Escolar da Unicamp. Evidencia a relação entre administração escolar e administração de empresa, sendo hegemonizada pelas corporações que mercantilizam a educação. Finaliza indicando concepções necessárias à prática pedagógica para formar educadores em direção à sociedade socialista. </p><p> </p><p> </p>
O artigo aborda as relações entre capital, trabalho e desenvolvimento humano, enfatizando processos de produção e exploração da força de trabalho. Trata da indústria sustentada pelo trabalho de crianças, mulheres e homens, da reestruturação produtiva e seus efeitos sobre a subjetividade humana. Revisita textos de Marx sobre as necessidades humanas no capitalismo e as necessidades qualitativas possíveis no pós-capitalismo. Destaca a exploração dos trabalhadores, sob formas violentas e edulcoradas, propondo reflexões para se resistir ao reducionismo da perspectiva de desenvolvimento humano.
<p>Neste Volume 12, N. 1 de Germinal, produzido em conjuntura adversa, convidamos para um diálogo a Professora Maria de Fátima Félix Rosar, Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (1975), a Professora cursou mestrado e doutorado na UNICAMP, e constituiu o primeiro grupo de pesquisadores que sob a orientação do Prof. Dermeval Saviani, em 1986, iria compor o Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil – O HISTEDBR. Desenvolveu sua tese de doutorado investigando a Globalização e Descentralização: o processo de desconstrução do sistema educacional brasileiro pela via da municipalização (1995) e em 1999 concentrou o estágio de pós-doutorado na área de política e financiamento na Faculdade de Educação da USP. Sua produção anterior, resultante do mestrado, foi amplamente divulgada em livro publicado pela Cortez Editora e Autores Associados, Administração Escolar – um problema educativo ou empresarial. Lançado em 1984, na Conferência Brasileira de Educação, na cidade de Niterói, circulou em quatro edições, antecipando o debate sobre a tendência de subordinação da escola aos ditames da concepção empresarial. Em 2012, a Autores Associados divulgou uma reedição da obra. Atuou como docente nas Universidades Estadual do Maranhão, Federal do Maranhão e Estadual de Campinas. Atualmente, realiza pesquisas e integra a coordenação, no Maranhão, do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR). O roteiro proposto – construído por Maria de Fátima Rodrigues Pereira e Elza Peixoto – busca obter, dentro do possível, um balanço da contribuição das mulheres ao debate marxista no Brasil, incluindo ai uma leitura do presente e das tendências que se delineiam.</p>
Editores Avaliam 10 anos de Germinal.
Este texto trata, primeiramente, do histórico das concepções experienciadas na educação de jovens e adultos no Brasil entre a década de 1930 até o início da de 1990 com o Plano Decenal de Educação para Todos (1993), concluindo-se que a abundância de discursos, textos e documentos elaborados para a educação de jovens e adultos não correspondeu a ações efetivas por parte dos poderes públicos. Posteriormente são analisadas as propostas predominantes entre 1996 e 2001, por meio das quais se constata o desinteresse do Governo Federal nesse período para com a educação de jovens e adultos. Por último, considera-se a evasão escolar nesse nível de ensino e se formula várias sugestões para a superação desse problema, dentre as quais a de um novo currículo e a mobilização, através de um trabalho educativo a ser realizado em diversos segmentos sociais para motivar as pessoas, sem escolaridade e com mais de 15 anos, a procurarem os espaços governamentais e não governamentais a fim de aprenderem a língua escrita e os conhecimentos produzidos e sistematizados historicamente
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