Este trabalho estuda a disciplina Ensino de Física e Inclusão Social criada há três anos como eletiva no curso de Licenciatura em Física. Pretendemos conhecer o que os licenciandos pensam de um ensino de Física inclusivo enquanto estão na Universidade, para eventuais mudanças no curso. Utilizamos Grupo Focal articulado ao Discurso do Sujeito Coletivo para identificar as representações sociais. O resultado mostrou que o tema inclusão não mobiliza os licenciandos, não constituindo uma representação social. Por outro lado, a ideia de o ensino de Física estar associado com dificuldade que só pode ser enfrentada por estudantes segundo um padrão de normalidade é um objeto de representação social, uma vez que se apresentou como um fenômeno capaz de gerar concepções, opiniões e atitudes ora contraditórias ora convergentes. Esse resultado é um indicador de que nossos estudantes ainda não aceitam que deficientes visuais possam aprender Física.
Com o objetivo de compreender o processo de formação de conceitos espontâneos e científicos por crianças cegas a partir das intervenções que ocorrem no espaço da sala de aula, apresentamos neste artigo, uma pesquisa qualitativa, cuja opção metodológica foi um estudo de caso sobre o papel da mediação para a formação de conceitos científicos nessas crianças. Para coletar os dados, utilizamos atividades didáticas, que foram planejadas e aplicadas, separadamente às turmas do segundo e quarto anos do Ensino Fundamental, em uma escola especializada no atendimento de pessoas com deficiência visual. As questões norteadoras desta investigação foram: De que forma a escola colabora para a formação e transformação do pensamento científico da criança com deficiência visual e qual o papel do processo de ensino e aprendizagem no desenvolvimento de conceitos científicos nesses sujeitos? Para responder a essas questões, utilizamos conteúdos ligados à Física, por ser essa uma área que permite à criança refletir, considerando suas ideias espontâneas e originais sobre o funcionamento das coisas. Os temas escolhidos foram: energia, força e movimento. A partir das atividades realizadas pelas duas turmas, comparamos as percepções dos alunos sobre os conceitos em questão. Como principal aporte teórico, utilizamos os estudos de Vigotski e sua teoria histórico-cultural, que tem como um de seus princípios a ideia de que a aprendizagem e consequentemente o desenvolvimento de conceitos não ocorrem por uma assimilação direta e sim através das interações com o meio, com os objetos e com o outro, nas quais o sujeito, através dessas relações, vai construindo seu próprio pensamento.
Apresentamos neste artigo uma proposta didática para o ensino de Física, tendo como foco a união entre Ciência e Arte, mais especificamente Física e Literatura. Para isso, trabalhamos o Poema para Galileo de António Gedeão em uma disciplina da licenciatura em Física de uma Universidade pública do Rio de Janeiro e realizamos a Análise de Discurso, baseada na perspectiva dialógica bakhtiniana, dos dados coletados via registro escrito dos licenciandos. Baseamo-nos nos conceitos de autor, herói, ouvinte, cronotopo e gênero de discurso de Mikhail Bakthin para analisar as atividades didáticas que envolveram o poema. Como considerações, apontamos que a apresentação da Física de maneira interdisciplinar com a Literatura, ou com a Arte de maneira geral, possibilita a compreensão da Física como parte da cultura e revela possíveis abordagens com foco na Interdisciplinaridade e na História da Ciência, promovendo a humanização da Ciência e incentivo à reflexão crítica e contínua sobre sua natureza.
O presente trabalho faz parte de pesquisa realizada como conclusão do curso de licenciatura plena em Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Este trabalho busca discutir o ensino de Física em nível universitário no atual contexto da educação inclusiva para pessoas com deficiência visual. Analisou-se um questionário que serviu de instrumento de discussão sobre a inclusão de alunos com deficiência visual a partir das respostas obtidas junto aos docentes de um Departamento de Física. Estes docentes foram questionados sobre sua formação, sua prática docente e o ensino de Física para alunos com deficiencia visual. A formação docente, ou a sua falta, mostra-se problemática para a efetiva inclusão de alunos público-alvo da educação especial em nível superior. Os docentes mostram-se pouco preparados para lidar com as diferentes especificidades de alunos. Foi verificado que a UERJ enquanto Instituição auxilia apenas ao acesso destes educandos ao ensino universitário sem mostrar incentivos a sua permanência. Os docentes não recebem nenhum tipo de apoio por parte da UERJ para que sua prática se torne realmente inclusiva. Assim, a efetiva inclusão escolar em nível universitário ainda não é uma realidade dentro do Instituto de Física desta Instituição.
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