Orientando-se pela Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud, empreendeu-se uma análise de um episódio videogravado, com 10 crianças de 9 a 17 meses, no berçário de uma creche pública, para identificar esquemas do conceito de espaço estabelecidos espontaneamente pelas crianças, especialmente quanto à localização e orientação espaciais. A seleção do episódio envolveu a observação e revisão de 1320 minutos de registros em vídeo. O esquema de empurrar uma mesa foi o mais utilizado pelas crianças para deslocá-la, ajustando-se e sendo até substituído pelo esquema de puxar quando a mesa era detida. O repertório de ações utilizado e a participação de seis das 10 crianças indicam um compartilhamento do significado da brincadeira e sugerem que elas são motivadas a experimentar e a obter informações sobre o espaço (regras, conceitos e teoremas) de modo mais avançado do que o esperado. A situação lúdica proporcionou também a oportunidade de aquisição de noções de outros campos conceituais.
A partir das conclusões piagetianas sobre o desenvolvimento dos conceitos de frações idênticas - uma aquisição do estágio das operações concretas - e de proporcionalidade - que só se completa na fase das operações formais, o presente estudo analisou: a) a evolução não só da conceituação de frações idênticas, mas também a natureza dos processos envolvidos na construção dos conceitos de frações equivalentes e de frações de frações, quando da medição ou avaliação de áreas de figuras geométricas; b) o relacionamento entre as evoluções desses conceitos e a formação do conceito de proporcionalidade na quantificação de probabilidades. Paralelamente, o desenvolvimento cognitivo, caracterizado em direção dos conceitos de frações, foi relacionado à habilidade de efetuar cálculos com frações, ensinados formalmente nas escolas. Foram realizadas entrevistas clínicas de 48 alunos do pré-escolar ao 2° grau, entre 5 a 18 anos, em sua maioria filhos de operários, selecionados de 72, por seu nível de desenvolvimento na tarefa de Probabilidade de Piaget e Inhelder (1951). Nestas entrevistas, também foram utilizadas mais duas provas para investigar o desenvolvimento cognitivo: a de Subdivisão de Área de Piaget, Inhelder e Szeminska (1960) e outra especialmente elaborada para a efetivação do presente estudo - Tarefa de Fração. A habilidade de calcular com frações foi pesquisada através da Tarefa de Computação de Frações, construída para este fim. Os resultados da presente investigação sugerem que: a) há uma evolução sincrônica entre as conceituações de frações idênticas, frações equivalentes e frações de frações, até que se completam na fase das operações concretas; b) as relações parte-todo e parte-parte, indicadas por Piaget, entram no desenvolvimento do conceito de frações e também no de proporcionalidade; c) há um atraso no desenvolvimento cognitivo dos sujeitos desta pesquisa em relação aos de Genebra; d) a maioria daqueles, que tinham possibilidade cognitiva de entender as operações com frações, não conseguiu resolver cálculos com essas operações
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.