ResumoTrata o presente artigo de uma reflexão sobre as potencialidades educativas de determinadas plantas com destaque para aquela que é considerada a planta professora por excelência, a ayahausca, beberagem de origem indígena, também conhecida por uma diversidade de nomes, entre os quais : natema, yagé, nepe, kahi, caapi, nixi pae, shori, kamarampi, cipó, além 261Amazôn., Rev. Antropol. (Online) 9 (1): 258 -292, 2017Plantas professoras: dimensões psíquicas, históricas e educativas PROFESSOR PLANTS: PSYCHIC, HISTORICAL AND EDUCA-TIONAL DIMENSIONS AbstractThis manuscript is a reflection on the educational potential of certain plants, especially the one that is considered the professor plant par excellence, the ayahausca, a beverage of indigenous origin, also known for a diversity of names, among which: natema, yagé, nepe, kahi, caapi, nixi pae, shori, kamarampi, cipó, as well as daime, vegetable and others. The result of a research of a theoretical-bibliographical nature, it aims to characterize the intellectual field that involves these plants as professors, as well as to evidence their psychic, historical and educational dimensions, highlighting ayahuasca among the diversity of species that make up the Amazonian indigenous pharmacopoeia. Based on the studies of Henrique Caneiro (2002, 2005) and Escohotado (2004), I try to show the historical circularity of these plants in different cultures and societies, as well as the influence exerted in the survival and perpetuation processes of group knowledge. With Benny Shanon (2002), I highlight the profound cognitive impact they have on people's minds as well as the ability to mediate a multiplicity of knowledge.
RESUMO: Este artigo tem como objetivo a descrição das diversas ocasiões sociais em que estava presente o consumo de bebidas fermentadas entre os índios Tupinambá, considerados por cronistas e viajantes como grandes amantes das beberagens. Resultado de uma pesquisa documental e bibliográfica, são priorizadas como fontes crônicas de viagens; cartas e informações de missionários que presenciaram as beberagens, sobretudo, nos séculos XVI e XVII; estudos antropológicos e históricos interessados nas práticas do beber indígenas; além de estudos arqueológicos que registram a cultura material dos Tupinambá. Teoricamente, o trabalho baseia-se em pressupostos da História Cultural, em particular da História da Alimentação, na qual se podem inserir os rituais de beberagens. Argumenta-se que, por meio das práticas de beber, ensinamentos eram transmitidos e apreendidos, configurando-as como situação de comunicação e aprendizagem. Palavras-chave: Beberagens Tupinambá; Processos Educativos; Brasil Colônia. TUPINAMBÁ BEVERAGES AND EDUCATIONAL PROCESS IN COLONIAL BRASIL ABSTRACT:This article describes various social gathering where fermented beverages were consumed by Tupinambá Indians, considered by chroniclers and travelers as beverages lovers. A result of document and bibliographic research, it prioritizes sources as travel chronicles; letters and information from missionaries who witnessed beverage feasts, especially during sixteenth and seventeenth centuries; anthropologic and historic studies interested in indigenous practices of drinking as well as archaeologic studies registering Tupinambá's material culture. Its theoretical framework is based on assumptions of Cultural History, particularly on History of Food where beverages rituals can be placed. I argue that the practice of drinking can be configured as communication and learning situation because they were a way to teach and learn.
Resumo: O presente artigo analisa a dimensão educativa do ritual de reza das ladainhas existente na cidade de Breves-PA. Para isso, fundamenta-se nos pressupostos da História Cultural, em que a história “vista de baixo”, como propõe Burke (1992), ganha espaço até então negado pela história oficial, ou seja, as vozes de sujeitos comuns, até então silenciadas, passam a ser consideradas como fontes para se contar a história. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, sob a metodologia da História considerando como instrumentos de investigação entrevistas semiestruturadas e a observação em campo. Com base em Brandão (2007, 2009), Albuquerque (2012), Wulf (2016), Bondía (2002), Medaets (2011) e Ingold (2010, 2015), concluímos que na educação das ladainhas não há professores que expõem e explicam determinados conteúdos. Os educadores desse tipo de escola são os próprios rezadores que mostram seu fazer a partir da vivência da prática ritualística, na qual saberes são postos em circulação e apreendidos pelos sujeitos.
Resumo Este artigo analisa fontes e possibilidades de pesquisa educacional no Brasil colonial, particularmente, na Amazônia. Origina-se de uma investigação de natureza teórico-bibliográfica, considerando relatos de viagens, cartas jesuíticas, dissertações, teses e artigos. Notamos o protagonismo dos jesuítas e da educação institucionalizada por eles, emergindo, assim, lacunas no campo das ações educativas promovidas por outras ordens religiosas e dos estudos sobre processos educativos ocorridos no cotidiano social passado.
O artigo analisa as relações entre a morte e o consumo de uma beberagem chamada manicuera em Salinópolis, Pará. O objetivo é analisar o preparo desta bebida – consumida exclusivamente no dia da iluminação ou dia de finados –, os saberes que atravessam esse preparo e as relações de sociabilidade que o envolvem, configurando uma pedagogia do cotidiano. Decorre de uma pesquisa de campo no cemitério e em seus arredores, onde, a partir da observação e de entrevistas, descreve-se o dia de finados, a cultura material, os saberes da manicuera e sua transmissão às demais gerações. Situa-se na confluência da educação, da história e da antropologia, apoiando-se em Ariès (2003), DaMatta (1997) e Brandão (2002). Dentre as considerações, destacamos que o principal meio de transmissão de saberes da manicuera é a observação ou a atenção (Ingold, 2015), posto que é observando que se aprende, e este ato depende mais de uma postura atenta do aprendiz do que de uma ação didática de quem ensina. Mulheres e homens, ainda crianças, observam suas mães e avós prepararem a manicuera para, assim, continuarem a tradição de seu consumo no dia de finados, fortalecendo as relações sociais entre os vivos e entre estes e seus mortos.
ResumoO artigo analisa a relação entre educação e religião a partir de uma perspectiva antropológica e epistemológica. Parte do pressuposto de que a religião pode ser entendida como um processo educativo, por meio do qual um conjunto de saberes circula e é apreendido pelos sujeitos, contribuindo para a formação de identidades. A partir das contribuições oriundas dos estudos sobre a educação em sua interface com a antropologia e com a história cultural, o artigo objetiva analisar a conexão entre educação e cultura, considerando alguns trabalhos de pesquisa que apontam para o horizonte da religião como educação, bem como refletir sobre alguns desafios epistemológicos para repensar a educação e a pesquisa no campo de confluências entre educação, cultura e religião. Metodologicamente, o texto resulta de pesquisa teórico-bibliográfica tomando por base algumas experiências de pesquisas que abordam a educação ocorrida em ambientes religiosos, para, a partir disso, instaurar uma reflexão sobre o estatuto epistêmico dessas proposições. Conclui-se que a educação vivenciada em espaços religiosos configura-se como uma prática ligada à produção da vida e reprodução social, na qual indivíduos constroem sua subjetividade e dão continuidade a sua existência. Partindo da realidade das múltiplas formas de vivência da experiência religiosa, trata-se de considerar, também, que tais vivências apelam para a necessidade de ampliação da análise investigativa para além dos padrões exclusivamente racionais ou técnico-científicos predominantes em tais análises. Palavras-chave:Educação. Epistemologia. Religião. AbstractThe aim of the article was to analyze the relations between education and religion from an anthropological and epistemological perspective. It starts from the premise that religion can be assimilated as an educational process through a set of knowledge that is propagated and learned by individuals, forming their identities. Through the contributions arising from studies on education combined with anthropology and cultural history, we analyze the connection between education and culture. We consider some research studies that view education within the horizon of religion and point out the epistemological challenges to rethink education and research within the convergence of education, culture and religion. Methodologically, this is the result of a theoretical and bibliographic research based on experiences that discuss education in religious spaces with the purpose of reconsidering the epistemic status of the propositions. It may be concluded that education experienced in religious spaces is a practice linked to life promotion and social reproduction in which individuals construct their subjectivities and give continuity to their existence. By means of the multiple forms of religious experiences, the article also considers that such experiences demand further investigative analysis to overcome the exclusively rational or technical-scientific patterns that predominate in such analyses.
Uma etapa significativa na vida de uma disciplina é o seu envolvimento com os estudos pós-graduados, seja com as pesquisas ou com os eventos. Na década de 70 a Filosofia da Educação vivenciou a inserção nesse âmbito, através da criação do primeiro curso de pós-graduação, no Brasil, em Filosofia da Educação, cujos frutos foram significativos na direção da profissionalização e expansão das pesquisas na área. A partir desta constatação, o artigo examina o ensino da filosofia da educação como campo disciplinar.
R e s u m o : O artigo analisa a produção acadêmica envolvendo a temática da educação não escolar nos Congressos Brasileiros de História da Educação entre 2000 a 2017. Trata-se de uma reflexão teóricobibliográfica à maneira dos estudos sobre o estado do conhecimento. Inspira-se na ideia de educação como cultura de Brandão (2002) e de pedagogia cultural de Andrade e Costa (2017). Nas produções analisadas destacam-se a escola como lócus privilegiado de formação humana, além da baixa incidência de trabalhos sobre educação não escolar, a despeito de sua persistente presença entre os diversos eixos do evento. Ressalta-se a importância do debate epistemológico sobre os múltiplos sentidos da educação em direção a um conceito ampliado, capaz de abranger as complexas e multifacetadas formas de ser e aprender. P a l a v r a s-c h a v e : historiografia, educação como cultura, história da educacão, educacão informal. A b s t r a c t : The article analyzed the academic development involving the theme of out-of-school education in the Brazilian Meetings on History of Education between the years of 2000 and 2017. It is a theoretical and bibliographical reflection on different studies of the state of knowledge. It is inspired by the idea of education as culture of Brandão (2002) and cultural pedagogy of Andrade and Costa (2017). In the works we reviewed, school stands out as the main locus of human formation, and there are few papers on out-of-school education, despite persistent presence of the topic among the various axes of these Events. We emphasize the importance of the epistemological debate on the multiple meanings of education capable of encompassing the complex and multifaceted ways of being and learning. Key w o r d s : historiography, education as culture, history of education, informal education. R e s u m e n : El artículo analiza la producción académica envolviendo la temática de la educación no escolar en los Congresos Brasileños de Historia de la Educación entre 2000 a 2017. Se trata de una reflexión teóricobibliográfica a la manera de los estudios sobre el estado del conocimiento. Se inspira en la idea de educación como cultura de Brandão (2002) y de pedagogía cultural de Andrade y Costa (2017). En las producciones analizadas se destaca la escuela como locus privilegiado de formación humana, además de la baja incidencia de trabajos sobre educación no escolar, a pesar de su persistente presencia entre los diversos ejes del Evento. Resaltamos la importancia del debate epistemológico sobre los múltiples sentidos de la educación hacia un concepto ampliado capaz de abarcar las complejas y multifacéticas formas de ser y aprender. P a l a b r a s c l a v e : historiografía, educación como cultura, historia de la educación, educación informal. Educação não escolar: Balanço da produção presente nos congressos brasileiros de história da educação p. 2 de 22 Rev. Bras. Hist. Educ., 19, e069 2019 Educação não escolar: Balanço da produção presente nos congressos brasileiros de história da educação p. 4 de 22 Rev. Bras. Hist...
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