A segunda santa mais cultuada no Brasil colônia é Anna, mãe da Virgem Maria. A mãe de Cristo -santa de predileção da Igreja da Contra-Reforma -sempre acompanha Sant'Anna nos três tipos iconográficos aqui estudados: Santas Mães, Sant'Anna Guia e, sobretudo, Sant'Anna Mestra.As igrejas da América portuguesa passaram a receber esculturas de Sant'Anna com grande freqüência a partir do século XVII. Em Minas Gerais -um dos mais importantes centros artísticos da colônia -a imagem esculpida de Sant'Anna é comum em paróquias, capelas e oratórios domés-ticos. Esta capitania abriga um número expressivo de locais de culto dedicados à mãe da Virgem Maria, onde ela é representada sobre o altar-mor.As informações sobre a criação das imagens provêm mais de suas características físicas do que de fontes escritas. Anônimas e sem data, estas imagens podem ter sido levadas para Minas Gerais ou podem ter sido criadas, nesta capitania, por artistas cujo perfil social desconhecemos. Em termos estilísticos e cronológicos, os espaldares das cadeiras de Sant'Anna indicam que as obras podem pertencer ao período do reinado de dom João V (1706-1750) ou de dom José I (1750-1777).O grau de sofisticação varia tanto quanto ao material quanto às dimensões das esculturas. A madeira é o material mais usado para a talha e, em particular, para as obras com formas mais perfeitas. Há também imagens feitas em terracota e pedra. Além da policromia, algumas esculturas em madeira revelam o emprego de técnicas elaboradas no tratamento da superfície da pele (como a encarnação) e das vestes (o douramento e o estofamento). As obras esculpidas em grande formato podem ter sido destinadas para os retábulos de altares em paróquias e capelas. As imagens de dimensões menores deveriam ser para a devoção doméstica, podendo ser guardadas em oratórios.Topoi, Rio de Janeiro, dezembro 2002, pp. 232-250.
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