Paul Klee (1879-1940 é, sem dúvida, um dos grandes nomes da arte moderna. Apesar de não estar vinculado exclusivamente a nenhuma das correntes da vanguarda, estabelece estreitas relações com algumas de suas propostas. Ele compartilha da necessidade de instituir as bases de uma nova arte, livre das convenções, aproximando-se do ponto de partida de uma linguagem que evidencia a crise de uma longa tradição. Klee confirma sua vocação artística, inicialmente hesitante entre a música, a poesia e o desenho, investindo nas artes plásticas, sem descuidar das afinidades decorrentes das diferentes formas de expressão artística. A crença na mútua expansão dos limites entre vida e arte o impulsiona a se afastar da academia em Munique (1903) e desenvolver um trabalho que oscila entre expressão e construção.Como os artistas do expressionismo alemão e francês, Klee supera o caráter essencialmente sensorial impressionista, mas contesta a excessiva subjetividade expressionista, refletindo sobre a obra a partir da experiência dos meios pictóricos. Apesar de compreender perfeitamente a ruptura espacial cubista em seu caráter geométrico construtivo, ele não crê na expansão de um racionalismo estético e ambiental, disseminado nas demais propostas construtivas. O que importa é penetrar em uma região habitada por signos não conscientes, buscando na memória os restos de lembrança mais intensos, resistentes aos processos atingidos pela consciência. Talvez por esse motivo seu traço sonhador antecipe o movimento surrealista, pautado no "automatismo psíquico" e nas técnicas que autorizam o surgimento de imagens pré-objetivas, exploradas pelos dadaístas. Em Klee, contudo, a busca da forma não registra apenas um movimento inconsciente, como queriam Breton e os surrealistas, nem constrói uma realidade em que os objetos pictóricos possam promover analogias, como queriam os futuristas. O que lhe interessa é explorar as possibilidades de tempo e espaço, geradoras da forma em suas transmutações.Ao optar por um autodidatismo, Klee se solidariza com o pensamento divulgado na primeira década do século XX que
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