* Trabalho apresentado no II Libercom, Mesa: Os desafios da Educomunicação na realidade escolar: a teoria aplicada aos projetos práticos. evento componente do X X XII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. ** D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / l a t t e s . c n p q . br/8872152033316612>.Resumo: O artigo conceitua o campo comunicação/educação como espaço privilegiado da atuação dos educadores, professores em particular, apresentando-o como lócus na formação dos sentidos sociais. Arrola outras características e mostra que comunicação/educação é muito mais que levar alunos a produzir telejornais, reproduzindo o que aí está. Afirma que as práticas comunicacionais no âmbito da escola, para que atuem no sentido das mudanças, devem resultar do conhecimento efetivo desse campo, para assim permitir que os sujeitos construam uma postura crítica diante da mídia, diante do mundo.Palavras-chave: comunicação/educação, meios de comunicação, cidadania, criticidade, escola.Abstract: This article conceptualizes the field of communication/education as privileged space for educators, specially teachers, performance introducing it as a locus in the formation of social meanings. The author lists other features and shows that communication/education is much more than taking students to make television newscasts, reproducing what already exists. Affirms that the communicative practices within the school, to move in the direction of changes, should result from the effective knowledge of that field, enabling individuals to face the media and the world with a critical posture.Keywords: Communication/education; media, citizenship, criticality, school.As tradicionais agências de socialização -escola e família -vêm se confrontando, nos últimos tempos, com os meios de comunicação, que se constituem em outra agência de socialização. Há entre elas um embate permanente pela hegemonia na formação dos valores dos sujeitos, buscando destacar-se na configuração dos sentidos sociais. Essa disputa constitui o campo comunicação/educação (educomunicação), que propõe, justifica e procura pistas para o diálogo entre as agências.Nesse campo se constroem sentidos sociais novos, renovados, ou ratificam-se mesmos sentidos com roupagens novas. Tudo isso ocorre num
NARRATIVA FICCIONAL DE TELEVISÃO: ENCONTRO COM OS TEMAS SOCIAIS u ma longa história, que começa nos idos dos anos 60 e, certamente, pela própria falta de uma história social da telenovela, percebe-se a permanência de um preconceito instalado na sociedade, como se ainda fizéssemos novelas de Cinderela ou de Sheikes de Agadir' . Glória Magadã passou, a temática brasileira (questões socioeconômico-culturais) penetrou a telenovela faz mais de 30 anos, autores de renome tanto do ponto de vista dramatúrgico quanto do ponto de vista do exercício da cidadania política (no sentido de sempre terem lutado por liberdades democráticas, tendo atuação destacada contra a ditadura)como Dias Gomes, que construiu uma obra respeitável, e Lauro César Muniz, que continua sua luta -, e ainda se fala na telenovela apenas como alienação.Sempre nos lembramos, nesse aspecto, da participação da dramaturga cubana Íris ~' Á v i l a , colega de Félix Cagnet, autor de O direito de nascer, a novela de maior sucesso de todos os tempos na América Latina. Essa cubana, revolucionária de primeira e de todas as horas, no I Seminário Latino-Americano de Dramaturgia da Telenove-la2, não aguentando mais ouvir falar que "a telenovela aliena" (tônica-dos participantes em geral), afirmou: "em Cuba, todo o povo chorava com as novelas de Félix Cagnet e ao mesmo tempo fazia a revolução!" Enquanto continuamos a afirmar tão somente o aspecto de alienação, toda a população brasileira (já que esse produto é transclassista) está assistindo à telenovela: os que não tiveram o privilégio da escolaridade, que provavelmente Ihes daria melhores condições de criticidade, assistem, comentam e tudo bem (muitas 1. FERNANDES, Ismael. Memória da telenovela brasileira. 4 ed.
A discussão sobre possibilidades de uma educação cuja natureza seja o respeito à diversidade sociocultural, garantindo, desse modo, o convívio construtivo na diferença, através do diálogo e do respeito mútuo, tem sido priorizada em vários segmentos. Nesse campo, consideramos que focar a questão do estereótipo permite tratar dessa temática de modo abrangente pois, através de sua conceituação, poderemos mostrar que a carga negativa de preconceitos e pré-juízos que ele em geral carrega, condicionando comportamentos de repúdio ao outro, é passada muitas vezes de geração a geração, até mesmo sem que nos demos conta disso. Por outro lado, permite também que a reflexão perpasse vários campos: a questão das etnias, a intolerância frente às desigualdades sociais, a padronização de linguagens e de comportamentos e, nessa fase de globalização, a problemática das relações Norte-Sul, entre muitos outros. Possibilita, ainda, uma outra leitura dos meios de comunicação: até que ponto é a utilização de estereótipos que facilita a presença dos meios de comunicação em nosso cotidiano, operando no sentido da manutenção dessa visão cristalizada e influenciando-nos? APROXIMAÇÕES AO CONCEITO A faculdade de aprender a falar é característica de qualquer ser humano, porém a fala, manifestação concreta da língua, só se desenvolve no processo social de educação, no bojo de uma cultura, constituindo-se como base do pensamento conceptual. Há, portanto, uma unidade linguagem-pensamento. Quando o homem aprende a falar, ele aprende também a pensar, ou seja, passa a relacionar-se com o mundo através predominantemente de palavras, as quais transportam conceitos e estereótipos. Não se pode fazer uma distinção precisa entre conceito e estereótipo, a não ser apontando para O fato de que a descrição da realidade, que se obtém através de um processo cognitivo com uma tendência majoritária (não unicamente) objetivo-descritiva, resulta dolno
A construção do campo comunicaçãoleducação como novo espaço teórico capaz de fundamentar práticas de formação de sujeitos conscientes é tarefa complexa, que exige o reconhecimento dos meios de comunicação como um outro lugar do saber, atuando juntamente com a escola. Para avançar nessa elaboração, é preciso buscar conhecer o lugar onde os sentidos se formam e se desviam, emergem e submergem: a sociedade, com seus comportamentos culturais, levando-se em conta, principalmente, a pluralidade de sujeitos que habita cada um de nós. Na complexidade desse encontrocomunicaçãoleducaçãoos sentidos se ressignificam e a capacidade de pensar criticamente a realidade, de conseguir selecionar informação (disponível em número cada vez maior graças à tecnologia, Internet, por exemplo) e de inter-relacionar conhecimentos, torna-se indispensável. Afinal, como viver numa sociedade onde a circulação de bens simbólicos está imbricada na sua própria porosidade, parecendo levar à perda da vitalidade? Qual o campo cultural no qual circulamos e no qual formamos nossa identidade? Conhecer seus mecanismos é um dos caminhos para que o jogo sujeitolobjeto (este, constituído pelos bens simbólicos, que são as formas simbólicas mercantilizadas) seja operado num processo de interação efetiva e não de mera subordinação. Em nossa sociedade, mesmo o consumo de bens materiais vem cercado de significados simbólicos (passear num Uno Mille é bem diferente de passear num Marea, embora ambos sejam carros da mesma empresa e se destinem às mesmas finalidades). Com isso estarnos querendo ressaltar que, mesmo quando a materialidade é uma das faces de um bem, a outra é a sua face simbólica, ou seja, agregam-se ao material os valores de uma determinada cultura. Em outras situações, o uso e circulação de bens simbólicos incidem predominantemente sobre sua face cultural, sua face propriamente simbólica. É o que ocorre com o uso de um certo tipo de cabelo (o penteado afro, por exemplo) ou de roupas (como as batas), bens simbólicos utilizados por um grupo étnico para marcar uma identidade, incidindo, portanto, diretamente na esfera cultural, como lembra Solange M. Couceiro de Limal. Maria A~areciua ua ora Livre-C icações e P d da Revistz bcente do 1 utes da EC i Comunka! Departamen
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