Administração de recursos humanos em saúde e humanização: o viés hermenêuticoHuman resource management in health and humanization: a hermeneutical perspective Administración de recursos humanos en salud y humanización: el sesgo hermenéutico Correspondência / Correspondence / Correspondencia: José Guilherme Wady Santos Universidade Federal do Pará, Campus José da Silveira Neto, nº 01 Bairro: Guamá CEP: 66075-110 Belém-Pará-Brasil Tel:+5591 3201-8024 E-mail: wady@ufpa.br RESUMO A Política Nacional de Humanização é considerada uma forte possibilidade de reconstrução da produção do cuidado em saúde. Diversos estudos a têm discutido sob as perspectivas teórico-prática e/ou filosófica que lhe dão sustentação. Este artigo também se habilita a discuti-la, mas sob o viés da administração de recursos humanos em saúde. Para tanto, consideramos que é no interior dessa prática que as relações também são intensamente marcadas pelo trabalho vivo em ato e, por isso, é nelas que devem ser mapeados, principalmente, os novos territórios das chamadas tecnologias relacionais. É nessa atividade que se dá a condição unívoca de constituição das (inter)subjetividades que permeiam as relações que marcam os encontros ocorridos na área, e onde se dá a produção de significados que medeiam a relação homem-mundo/texto. Tal possibilidade centrou-se na hermenêutica de Gadamer, no que ela pode contribuir para a ampliação dessa política e para o viés aqui enfocado. Defende-se que a política de humanização se configure para além de suas próprias diretrizes, devendo transcender às prescrições tecnicistas e aos modos de produção de sujeitos atuais, destacando a urgência de se rediscutir a categoria sujeito dentro da gestão precarizada do trabalho. Defende-se a possibilidade de mudança nos encontros tradicionalmente marcados por modos de desafetação/desvinculação do outro para um encontro onde os coletivos possam estar ancorados pela dialogicidade defendida por Gadamer, o que poderia levar ao reconhecimento dos diferentes atores que coabitam o serviço, reconhecendo-os mutuamente como sujeitos legítimos. Essa temática, no entanto, passou a ser legitimamente discutida e até a constituir um dos fundamentos sobre os quais as práticas de assistência à saúde passaram a se apoiar a partir de dois fatores, ambos ocorridos no ano de 2000: o primeiro, em maio, foi a instituição do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), feita pelo MS. Sua centralidade voltava-se para o hospital como campo de intervenção privilegiada e cuja verticalidade das relações orientava-se por instrumentos normativos, operacionalizados de modo a possibilitar a realização de metas e índices, sem considerar sua 2 resolutividade e qualidade . O segundo foi a inclusão da temática na pauta da 11ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em dezembro daquele ano. À época, a concepção do programa estava pautada no aprimoramento das relações entre profissionais; entre usuários-profissionais (esfera das interações face a face) e entre a instituição de saúde e a comunida...
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