Resumo: A filosofia nietzschiana se desdobra, a todo tempo, em denunciar que as escolas e universidades da Alemanha moderna serviam, majoritariamente, para domesticar as forças humanas em prol dos valores administrados pelo Estado. Considerando tal horizonte, este artigo investiga o fundo analítico da crítica nietzschiana à educação (Ersiehung) de seu tempo para mostrar a tensão necessária que a formação humana (Bildung) emerge no arcabouço de sua filosofia como cultivo de novos valores. Para tanto, será preciso mostrar que outro nível de disciplina, ao mesmo tempo causa e efeito de uma experiência formativa singular e própria, há de ser deflagrada como potência criativa de e para outros valores existenciais.
Partindo da crítica de Nietzsche à filosofia de Platão, este trabalho objetiva demonstrar que na filosofia nietzschiana existe uma perspectiva sobre o conhecimento que se confronta com o método de conhecimento platônico e que esta perspectiva de Nietzsche permite falarmos do conhecimento enquanto criação humana não dogmática. Primeiro, a análise se concentra nos argumentos sobre a verdade e a metafísica da filosofia platônica para focar a crítica nietzschiana de que a busca pela verdade a fim do conhecimento na filosofia de Platão leva a um aprisionamento físico-teórico humano. Como consequência, revela-se outro tipo de conhecimento adequado apenas aos espíritos livres, como diz Nietzsche. Mostrando-se dessemelhante à filosófica platônica, este conhecimento surge enquanto criação da vida – de seus próprios valores.
Resumo: Muitos pensadores refletiram sobre os astros celestiais. Com Platão e Nietzsche, eles assumem uma posição alegórica intimamente relacionada com suas filosofias. Em A República, o sol representa a verdade, por um lado, tornando-se o símbolo que movimenta o sábio por sua busca pelo conhecimento; por outro lado, representa também aspectos importantes da teoria política e epistemológica da filosofia platônica. Milênios depois, Nietzsche critica intensamente Platão, diagnosticando aspectos dogmáticos em seu pensamento. Contra isso, as estrelas nietzschianas assumem um céu diversificado, cujos astros representam uma incrível variedade moral existente entre os seres humanos. Mas o filósofo moderno não se contrapõe à filosofia platônica simples e plenamente. Pretende-se demonstrar, com isso, que o sol de Platão e as estrelas nietzschianas servem como alegorias para sintetizar pontos fundamentais da concepção filosófica de tais pensadores; mas auxiliam também a evidenciar a complexidade existente na interpretação de Nietzsche sobre a filosofia platônica.
Neste artigo, analiso uma possível perspectiva de como, por meio de uma de suas interpretações sobre a antiguidade grega, ou melhor, por meio do que nomeia como período pré-homérico, Nietzsche concebe uma cultura grega insustentável para a ciência de sua época, por falta de provas arqueológicas e filológicas, ao mesmo tempo em que afronta moralmente a modernidade. Com isso, a filologia moderna considera os estudos de Nietzsche como cientificamente mortos, legando-o negativamente à contemporaneidade, sem relevar os pontos positivos de sua filologia e sem crer que ela possua alguma contribuição mínima sobre os estudos da antiguidade clássica.
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