"Pois o que eu realmente estava tentando fazer era uma pintura invisível." WarholPodemos interpretar esta frase de várias maneiras. Seguindo a interpretação mais corrente, poderíamos dizer que Warhol reitera uma antiga atribuição das imagens, aquela de indicar uma ausência. Pintar o invisível seria pintar o que não pode ser representado. Contrapondo-se à ideologia dominante, nos anos cinqüenta, de reiterar uma pintura puramente visual, livre de suas implicações verbais, é natural que durante os anos sessenta vários artistas se voltassem para a dimensão simbólica da imagem. Ao querer pintar o invisí-vel, Warhol nos leva à zona imaterial de Yves Klein, que chegou justamente a expor o vazio de uma galeria. De fato, aquilo que poderíamos designar como neovanguarda se baseia na retomada de uma série de procedimentos intrínse-cos à vanguarda como a utilização de colagens, o flerte com o monocromo, a vontade de diluir a alta cultura na cultura popular etc.Mas é inegável que nos anos sessenta, da arte pop ao minimalismo, a grande questão era superar as barreiras sublimes do expressionismo abstrato e saber distinguir, de um lado, a pergunta como pintar, de outro a pergunta o que pintar. A fim de resolver esse dilema, muitos artistas indagam pelos códigos que transformam a imagem numa pintura. Em pleno pós-guerra, a busca pela retomada do sentido da atividade artística se tornou uma questão crucial. Em vários artistas como Raushenberg, Beuys, Yves Klein, e mais recentemente Kiefer e Richter, nota-se uma volta às origens, uma vontade de se reconciliar com a história -uma genealogia da arte -que dá muito o que pensar e nos remete a antigos debates. Sempre vemos a história com olhos fincados no presente, mas ler o texto sobre a origem da pintura, escrito por Plínio, por volta de 79 d.C., se torna uma experiência muito contemporânea: "A pergunta pela origem da arte da pintura é incerta e não faz parte do projeto deste trabalho.
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