Guerra pela eternidade: o retorno do Tradicionalismo e a ascensão da direita populista, de B.R. Teitelbaum 1 Márcio Gimenes de Paula 2O livro de Teitelbaum, agora traduzido em português e no Brasil, certamente merece elogios por chegar num momento tão apropriado. O autor -etnomusicólogo de formação, envolve-se aqui numa espécie de empreitada jornalística, com o objetivo de investigar mais detidamente no que se constitui o Tradicionalismo. Para tanto, faz entrevistas e pesquisas junto aos principais nomes de tal movimento, a saber, Steve Bannon, Olavo de Carvalho e Aleksandr Dugin.A obra divide-se em vinte e dois capítulos com farta narrativa investigativa. Contudo, mais do que meras entrevistas com estes autores, o intuito do pesquisador é perguntar-se, a partir dos dados que consegue colher nas entrevistas, em que consiste o Tradicionalismo, quais são os seus pontos principais e quais seriam os seus mentores intelectuais.Desse modo, o trabalho alcança, logo de início, nomes importantes do movimento, como o francês René Guénon e o italiano Giulio Cesare Andrea Evola, conhecido por Julius Evola . Ambos, se assim podemos dizer, são inspiradores do Tradicionalismo e da atual direita populista mundial.Vale a pena atentar para a parábola do leste asiático que Teitelbaum escolhe para abrir o seu livro: "Um homem encontrou um tigre na floresta. Sem modo de escapar ou dominar o animal pela força, ele escolheu a terceira opção e pulou nas costas do tigre. O homem sabia que, se fosse cuidadoso e paciente, ele poderia montá-lo até que o tigre ficasse velho e fraco. Daí ele agarraria o seu pescoço e começaria a apertá-lo".A parábola é cheia de significado. O Tradicionalismo parece ser exatamente este homem que, pacientemente, espera o desgaste e a derrocada de várias instituições para, então, dar o golpe final. Alguns pontos devem ser obrigatoriamente elencados quando falamos de Tradicionalismo. O primeiro deles é perceber que por Tradicionalismo podemos tomar algo que ocorre em oposição aquilo que é moderno e, portanto, posterior a movimentos como os da Revolução francesa e também a alguns aspectos do século XIX como, por exemplo, as ideias de progresso, racionalidade na história, imanência. Assim, logo no primeiro capítulo, quando fala dos chamados pilares da tradição, alerta-nos o autor: "Os Tradicionalistas aspiram a ser tudo o que a modernidade não é -comungar com o que eles acreditam serem verdades e estilos de vida transcendentes e atemporais, em vez de buscar o 'progresso'" 3 . Aqui, entra, talvez, o "eterno" presente no próprio título do livro, isto é, o Tradicionalismo comporta uma espécie de guerra pela eternidade, tal como nos sugere o autor da obra. Assim,
Não parece haver, ao menos num primeiro olhar, qualquer ponto de convergência entre a literatura de Lampedusa e a filosofia de Kierkegaard. Contudo, com um pouco mais de investigação, tal percepção revela-se falsa. Ambos os autores situam-se no século XIX e, nesse sentido, há forte conexão entre ambos a partir de uma análise histórica, filosófica e política. É verdade que o italiano escreve no século XX, mas o faz descrevendo o século anterior, período onde o dinamarquês produziu a sua obra. O autor siciliano aborda em sua literatura um dos temas mais instigantes do século XIX, a saber, a descrença em mudanças políticas. Segundo avaliamos, tal concepção possui afinidades com um certo niilismo cristão presente na obra kierkegaardiana. Desse modo, nosso intuito é observar como os dois autores, mesmo não se conhecendo, foram capazes de construir ligações significativas entre o sul da Itália e o mundo nórdico e, assim, numa visão panorâmica desses séculos, parecem muito mais próximos do que se poderia a princípio imaginar. Para tanto, dividiremos nosso artigo do seguinte modo: num primeiro momento, abordaremos aspectos da obra O Leopardo de Lampedusa e suas possíveis conexões com o pensamento kierkegaardiano. Na sequência, apresentaremos uma análise do tema do niilismo a partir da interpretação da obra de Karl Löwith. Por fim, concluiremos com uma aproximação entre os dois niilismos: o de Lampedusa e o de Kierkegaard.
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar, com intuito aproximativo, duas posições éticas. Para atingir tal objetivo, o texto vai analisar, nas suas considerações introdutórias, o contexto e os objetivos das Obras do Amor de Kierkegaard, visto que ali se encontra claramente expressa a proposta ética do autor dinamarquês. Na sua primeira parte, o foco do artigo consistirá na avaliação da racionalidade da ética do dever, especialmente por meio de uma investigação da boa vontade em relação à liberdade, tal como elaborada na terceira seção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Na segunda parte, o artigo analisará o discurso kierkegaardiano Tu deves amar, que é parte integrante das Obras do Amor. Por fim, à guisa de conclusão, serão realizadas aproximações e apontadas as diferenças significativas entre os dois pensadores. Aqui serão utilizadas, de forma mais intensiva, também as reflexões de comentadores de ambos os autores. Todavia, o foco principal da pesquisa se dará em torno das reflexões kierkegaardianas, que serão avaliadas de modo mais exaustivo. A reflexão acerca da filosofia moral kantiana não seguirá do mesmo modo, mas, antes, buscará compreendê-lo no diálogo com a filosofia kierkegaardiana.
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