Resumo Inquietados com a experiência de Antônio Carlos Gomes da Costa que, no auge da ditadura militar, implementou uma inovadora ideia de atendimento educacional de adolescentes em privação de liberdade, resgatamos seu relato dessa experiência em Minas Gerais e o cotejamos ao processo de constituição recente da categoria de trabalho de socioeducadores no Ceará, para realizar uma análise comparada das dinâmicas afetivas das duas experiências. À luz da teoria afetiva de Spinoza, associada à sociologia configuracional de Norbert Elias, postulamos que na experiência mais recente abundam medo e vergonha, enquanto no caso pregresso predominam reconhecimento e aprovação em relação ao trabalho hoje denominado de socioeducador. Por fim, identificamos os polos paradigmáticos da configuração desta categoria de trabalho nas distintas épocas e constatamos que a polaridade se reproduz nas duas experiências com alternância de posição e forma nas disputas entre um paradigma autoritário e outro institucional democrático.
AZEVEDO, Estenio Ericson Botelho de; MOTA BRASIL, Glaucíria. (orgs.). Estado de exceção e políticas punitivas na sociedade contemporânea. Campinas: Pontes Editora; Fortaleza: EdUECE, 2018. Coleção Sociedade e Políticas Públicas, 2.
Contando poucos anos de atuação no Brasil, o Movimento Marcha da Maconha está presente na cidade de Recife. Em referência a uma década de manifestações deste Movimento no município, o artigo analisa algumas mudanças que levam o autor a postular que tal Movimento tenha partido do lugar de maconheiro e chegado até o corredor dos movimentos sociais – ampliando sua própria causa de mobilização. Enfocando especialmente duas fases dessa história, o texto ressalta que a mudança de percurso da Marcha da Maconha é uma forte demonstração de que seu objetivo se ampliou e tem se guiado rumo a outras substâncias e problemas. Estruturado em cinco partes, além de introdução e conclusão, o paper aborda as noções de “lugar de maconheiro” e “corredor dos movimentos sociais” em Recife, descreve as fases de “ameaças” e “confirmação” da Marcha da Maconha nesta cidade, bem como apresenta o Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco e as conclusões do autor a partir de alguns anos de observação participante desta experiência.
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