RESUMO Este trabalho analisa uma gravura representativa da cidade de Belém que ilustra uma apólice da empresa Port of Pará. A análise parte de seus aspectos trans-históricos e de suas reverberações imagéticas, a fim de engendrar uma memória coletiva da cidade assente em seus espectros de modernidade. As apólices, ferramentas transacionais mercantis daquele contexto, são fontes documentais historiográficas por representarem o dinâmico cenário pelo qual as estruturas da cidade se movimentavam no auge do ciclo da borracha. Suas gravuras, ao mesmo tempo que são leituras da cidade sob uma perspectiva desenvolvimentista e cosmopolita, também constituem escrituras de uma nostalgia memorial urbana, de projeção visionária de melancolia e utopia. As gravuras são alicerçadas no movimento de imagens devido ao rearranjo das edificações e da morfologia urbana de Belém, representativas de diversos momentos históricos da cidade. Analisa-se aqui, a partir da perspectiva warburguiana, essa operação imagética, que sintetiza o forte caráter idílico de uma certa experiência de modernidade numa capital periférica.
Durante os anos de 1897-1911, Lemos foi a autoridade política do município, sendo, portanto, quem regia as ações governamentais municipais, administrando os recursos para o “embelezamento da cidade”. Durante seu cargo de Intendente e dentre as ações realizadas em prol do embelezamento da cidade, estava o abrigo e amparo dos órfãos desvalidos, o que levou as políticas instituídas por Lemos a ter ligação direta com o Orphelinato Paraense até, tal instituição, passar a ser responsabilidade do município, criada por uma lei municipal que lhe dava autonomia para reorganizar e modelar o ensino das órfãs. Na concepção de Antônio Lemos, como deveria se dar a educação dessas meninas órfãs? Este artigo visa analisar as práticas educativas e socioassistenciais destas meninas órfãs, na Intendência de Antônio Lemos, da passagem do “Orphelinato Paraense” produzido no passado para o “Orphanato Antônio Lemos” de responsabilidade municipal.
A genialidade do arquiteto e urbanista Paulo Roberto Chaves Fernandes transformou o patrimonio histórico de Belém, boa parte oriundo do período de riqueza da borracha, deixando sua marca em projetos icônicos na capital e no interior do Estado, além de sua contribuição no campo das artes com incentivo à literatura, música e diversas manifestações artisticas e culturais. Walter Benjamin conta, em um livro sobre a vida dele em Berlin, a sua relação com a cidade e os documentos. Dizia que em cada lugar que ele ia, encontrava seu passado. Assim era Paulo Chaves, nosso arquiteto-flaneur, que mergulhava fundo em cada projeto desenvolvido por ele e sua equipe à Belém do Grã Pará que tanto amava. Sua morte, ocorrida em 17 de março de 2021, deixa-nos o melhor conjunto arquitetônico de obras públicas desse Estado, com refinamento e competência de um gênio, devolvendo à cidade parte de sua herança perdida, e muitas vezes, enterrada.
Neste trabalho iremos entender a urbanização às margens da Baía do Guajará, antigo espaço destinado a acostamento de embarcações da Província do Grão Pará, denominado de rua Nova do Imperador até a sua transformação no Boulevard da República, hoje denominado Boulevard Castilhos França. Como essa rua que fica ao lado de um porto vai adquirindo sentidos diferentes em momentos diversos na vida da cidade. Uma rua que não está desvinculada do rio, a qual se liga a diversos pontos de desembarque onde se transaciona quase todo o comércio local, tomará nova forma se transformando num boulevard que é cais, mantendo suas atividades com o rio e dialogando com pessoas que entram e saem das mais diferentes posições sociais em frente a pequenos negócios, lojas de todos os tipos e novos equipamentos urbanos. Um boulevard que está inserido na modernidade de sua época carregado de significados, se sobrepondo à cidade imperial e se pondo à uma cidade civilizada como o próprio período republicano.Palavras-chave: Boulevard. Cidade. Modernidade.
O presente trabalho focaliza numa experiência de inclusão de aluno surdo em escola regular de ensino, sendo que o deficiente auditivo possui privação auditiva e como consequência disso o processo de aquisição e desenvolvimento de fala e linguagem oral sofre atraso. Dentro desse contexto a linguagem é elemento crucial no desenvolvimento linguístico-cognitivo do sujeito e dessa forma torna-se de grande relevância no processo de aprendizagem. Em sujeitos ouvintes a aprendizagem da linguagem escrita se dá através da linguagem oral, no entanto, no sujeito com deficiência auditiva, esse processo sofre um significativo atraso tanto na leitura como na escrita, já que ambas são produções consideradas abstratas para estes. O presente estudo possui como objetivo divulgar através da literatura infantil possibilidades de facilitar o desenvolvimento de interpretação e compreensão de textos pelos sujeitos que possuem deficiência auditiva. A metodologia do presente estudo foi desenvolvida tendo como orientação a tendência bilíngue, com seis deficientes auditivos, com idades entre 7 a 12 anos, todos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Gabriel Lage da Silva. O percurso metodológico foi construído em três etapas: leitura de texto usando a Língua Brasileira de Sinais, dramatização e por fim produção textual. Como apreciação avaliativa da dinâmica os respectivos sujeitos melhoram a compreensão e interpretação de texto consideravelmente, ainda que com dificuldades gramaticais e sintáticas.
Resumo: Esse artigo relata a elaboração de um projeto de restauro propondo a refuncionalização de uma casa construída nas primeiras décadas do século XX, com tipologia de sobrado. O edifício faz parte do conjunto arquitetônico de três casas geminadas, sito à Travessa Quintino Bocaiuva sob nº 1423, localizado entre o Largo do Redondo, na Av. Nazaré e a Av. Governador José Malcher, em Belém do Pará. Trata-se, portanto, de um imóvel com características históricas, classificado como de interesse à preservação e protegido legalmente por fazer parte do entorno de bens tombados pelo Estado e Município. Assim, após a introdução, o trabalho é desenvolvido em quatro etapas: a primeira etapa refere-se ao reconhecimento da área de intervenção; a segunda etapa refere-se identificação e conhecimento da edificação; a terceira etapa refere-se a análise tipológica da edificação; e a quarta etapa refere-se a proposta de intervenção e projeto de refuncionalização.
Esse artigo é parte da investigação da pesquisa Habitar Moderno e Contemporâneo na Cultura do Morar Luso-brasileira que tem como objeto pesquisar as formas de morar da arquitetura moderna com foco nas residências unifamiliares projetadas por arquitetos como moradias próprias. O arquiteto Alcyr Meira, inserido em um cenário de difusão da arquitetura moderna em Belém, integra como um dos arquitetos dessa pesquisa, onde sua residência será estudada não apenas como um edifício concreto, habitável, que se pode experimentar, mas, também, como expressão do modo de vida de quem a habita, como reflexo de quem a concebe e como registro da sociedade e do tempo. Assim, explorar-se-á a casa e seus setores a fim de investigar a função que cada parte cumpre, isolada e em conjunto, com os demais espaços como um ícone que interpreta o ato de projetação do arquiteto.Palavras-chaves:Arquitetura Moderna, Residência Unifamiliar, Setores, Documento e Memória
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