Nas últimas décadas, as feições geomorfológicas de trechos do sistema fluvial Solimões-Amazonas têm sido estudadas por meio de imagens de sensores remotos, aliados a dados de análise multitemporal, destacando principalmente as modificações morfológicas das planícies aluviais e canais deste sistema. Os primeiros estudos utilizavam bases cartográficas de menor precisão em comparação às atuais e não consideravam alguns fatores como a cota dos rios, tipos de sensores e imprecisões na aquisição dos dados, o que diminui a acurácia dos dados. Atualmente, dentre os fatores mais enfatizados na análise desse sistema fluvial, destacam-se a taxa de migração dos canais e a definição do estilo fluvial em diferentes trechos, que variam entre os tipos mais conhecidos na literatura. Este trabalho demonstra por meio da análise multitemporal de imagens Landsat-5/TM a fase final de evolução do sistema fluvial Solimões-Amazonas, no trecho entre os tributários Purus e Negro, no decorrer dos anos de 1991 e 2011. As interpretações indicam leve predominância dos processos deposicionais em relação aos erosivos no trecho analisado, com áreas de 8,56 km2 e 6,86 km2, respectivamente, obtendo-se assim uma taxa de migração média de 0,32%/ano. Os processos deposicionais se concentram principalmente na parte convexa dos meandros e nas áreas a jusante das ilhas, incluindo a formação de novas ilhas, e os erosivos na parte côncava dos meandros e a montante das ilhas. Apesar da dinâmica de erosão e deposição observada no trecho estudado deste sistema, foi possível constatar o elevado padrão de estabilidade dos canais, o qual é coerente com dados batimétricos e de taxa de migração de estudos geológicos regionais, que ajudam a caracterizar o atual estilo fluvial anabranching.
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