A Audiodescrição (AD) é uma modalidade de tradução que visa tornar materiais audiovisuais acessíveis. Seu público primário é formado por pessoas cegas ou com baixa visão para as quais o recurso é uma fonte de informação e lazer. Nos últimos anos, a qualidade das descrições oferecidas e sua adequação ao público-alvo têm se tornado questões de extrema relevância, levando pesquisadores a repensar certos parâmetros que vêm guiando a área. Um desses pontos a serem revistos é o caráter compensatório tradicionalmente atribuído à AD, segundo o qual o audiodescritor passa a ser “o olho” de quem não vê e a AD o instrumento que compensa a “perda” da visão. A ideia de que a experiência de videntes e pessoas com deficiência visual deva ou possa ser igualada, e de que esse deva ser o objetivo final da AD, acaba por resgatar conceitos há muito abandonados, como, por exemplo, o ideal de “equivalência”. Neste trabalho discutimos as raízes e consequências negativas dessa prática, bem como apresentamos um paradigma alternativo: o paradigma emancipatório. Sob esse novo viés, a AD supera tendências assistencialistas, contribuindo para que seu público tenha maiores condições de fruir produtos audiovisuais a seu próprio modo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.