Nos primeiros meses do ano de 1838 ocorreu uma série de eventos em comarcas do interior da província de Pernambuco. O que havia em comum entre eles era a resistência ao recrutamento para 1ª Linha do Exército justificada por um boato de escravização de homens livres. O objetivo deste artigo é resgatar a história daquela revolta, buscando analisá-la a partir das disputas políticas que enfrentavam o Império e, em especial, Pernambuco.
Em 1836 a Regência passava por um momento de crise política com os desdobramentos das medidas liberais e descentralizadoras implementadas desde o 7 de abril de 1831. Começava a surgir um movimento de cisão entre os liberais moderados que até então controlavam o poder na corte e de contestação àquelas medidas. Era o início do Regresso. Na província de Pernambuco os regressistas foram representados pela oligarquia dos Cavalcanti em aliança com os restauradores locais do grupo do futuro regente Araújo Lima. Utilizando-se dos meios disponíveis de luta política pela imprensa e do controle da Assembleia Provincial, estes novos regressistas pernambucanos conseguiram aprovar uma lei provincial que anulou muitas das medidas descentralizadoras e deu nova roupagem centralizadora à estrutura judiciária e policial da província, antecipando as mudanças a nível nacional que só seriam tomadas com a Lei de Interpretação do Ato Adicional de 1840. Este artigo se propõe a analisar o processo como se deu esta vitória dos regressistas em Pernambuco e suas implicações para a luta política local.
Em seus primeiros anos, o governo regencial do Brasil Império tomou uma série de medidas políticas e administrativas de caráter descentralizador, buscando amenizar a centralização que caracterizou o período anterior do Primeiro Reinado. Um dos símbolos destas mudanças foi a instituição das Assembleias Provinciais, criada pela reforma constitucional do Ato Adicional de 1834. O objetivo era conceder maior autonomia às províncias no âmbito de sua administração. Este trabalho tem por finalidade principal analisar a implantação na província de Pernambuco de sua Assembleia, desde a forma de escolha dos primeiros deputados até o funcionamento de sua primeira legislatura. Com as ferramentas da história política e dos estudos de cultura política, busca-se entender a maneira como esta nova instituição se incorporou às políticas locais, as ligações dos seus deputados com as diferentes facções que lutavam pelo poder na província e seu papel nas mudanças que aconteciam na Regência.
O presente estudo tem como objetivo descrever a memória das relações entre trabalho e educação no processo de construção de experiências educativas nas Casas de Farinha em comunidades tradicionais do interior da Bahia. Para tanto, intencionou-se, a priori, na evocação de registros históricos, passando sequencialmente para a contextualização e caracterização de três localidades tradicionais na fabricação da farinha no interior da Bahia: comunidade de Campinhos e Simão e povoado de Itaipu. As análises foram realizadas por meio de entrevistas. Pontuou-se, a memória materializada nas narrativas dos moradores, ressaltando elementos que referendam a relação entre a educação e o trabalho como base de convergência entre a prática laboral e experiências educativas. Os fundamentos teóricos, como Cascudo (1983); Saviani (2007); Pedroza (2014); Simmel (2006), dentre outros, respaldaram a discussão preterida. Ao término, verificou-se que as Casas de Farinha veiculam a farinhada além do seu processo produtivo, sendo possível discutir elementos como divisão sexual do trabalho, sociabilidade familiar na produção, a relação homem e natureza e o trabalho como fonte precípua de construção de experiências educativas.
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