Apresentação do caso: Paciente 46 anos, sexo masculino, sem comorbidades prévias, natural do Piauí e procedente de São Paulo-SP, fazia uso de amitriptilina há 4 meses e negava uso de outras medicações ou álcool, procurou o Pronto Socorro por apresentar quadro de colúria, acolia fecal, febre, prurido e icterícia há 2 dias. Ao exame físico, encontrava-se ictérico, orientado no tempo e no espaço, febril (38,3ºC), abdome inocente. Exames laboratoriais evidenciaram hiperbilirrubinemia importante às custas de bilirrubina direta (bilirrubina total de 18,0 mg/dL; bilirrubina direta de 14,3mg/dL); eosinofilia ( 22,8%); aumento discreto de Gamaglutamil Transferase (122 U/L) e Alanino aminotransferase (125 U/L). Ultrassonografia de abdome e colangiorresonância magnética excluiram processos obstrutivos; sorologias, investigação para Doença de Wilson, hemocromatose, deficiência de A1AT e marcadores de autoimunidade negativos. A biópsia hepática apresentou colestase de padrâo parenquimatosa de natureza indeterminada sugerindo hepatite tóxica ou medicamentosa. Suspenso amitriptilina, tendo, evoluído com melhora sintomática e laboratorial, com exames, após 3 meses da suspensão, apresentando redução de níveis de bilirrubina e da eosinofilia. Discussão: A lesão hepática induzida por drogas (LHID) é causada pela ingestão, inalação ou administração parenteral de agentes químicos ou farmacológicos. O fígado é o órgão responsável por captar, metabolizar e excretar diversas drogas/toxinas, o que o torna mais susceptível à toxicidade e lesão. Este quadro pode apresentar-se desde alterações do perfil bioquímico hepático até à perda de função com insuficiência hepática e necessidade de transplante de fígado, sendo responsável por até 50% dos casos de insuficiência hepática fulminante em todo o mundo. O diagnóstico da LHID é de presunção, afastando-se outras possíveis causas de hepatopatias. Esse trabalho tem como objetivo apresentar um caso de lesão grave induzida por amitriptilina em um paciente sem história prévia de hepatopatia. Comentários finais: Mais de 1100 medicamentos são considerados potencialmente hepatotóxicos, dentre eles a amitriptilina que costuma se apresentar com padrão de acometimento hepatocelular e colestático. O tratamento baseia-se na suspensão da droga e suporte clínico. A melhora clínica e laboratorial completa pode ocorrer dentro de 6 meses a 1 ano após a suspensão da droga. ABCDExpress 2017;1(2):961Codigo: 63968 Acesso está disponível em www.revistaabcd.com.br e www.sbad2017.com.br Acesso pelo
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