RESUMO O lodo de esgoto é o principal subproduto proveniente do tratamento de efluentes residuais. Sua produção é crescente em todo o mundo. Paralelamente, órgãos ambientais vêm restringindo vários métodos de deposição deste resíduo, exigindo cada vez mais a criação de práticas sustentáveis. Nesse contexto, a construção civil destaca-se como um parceiro em potencial. Diversos estudos empregaram o lodo de esgoto no desenvolvimento de novos materiais de construção, dentre os quais destaca-se o agregado leve (LWA). Assim, este estudo avaliou, a partir de uma revisão sistemática da literatura, o potencial de aplicação do lodo de esgoto no processo de fabricação de agregados leves. Dados importantes como: composição química; densidade; granulometria; resistência mecânica; absorção; temperatura de sinterização; aplicação em concretos e lixiviação, foram analisados e comparados as diretrizes internacionais e/ou a agregados comerciais. Os resultados são encorajadores, pois em todos os quesitos avaliados os agregados produzidos com lodo de esgoto atenderam aos padrões internacionais e/ou apresentaram resultados semelhantes aos de agregados comerciais. Demonstrou-se, portanto, que o lodo de esgoto possui viabilidade técnica para fabricação de LWA’s, confirmando a potencialidade da gestão sustentável deste resíduo.
A construção civil é uma cadeia gigantesca, considerada “termômetro da economia brasileira”. O ramo em questão possui números expressivos, mas infelizmente nem todos são positivos. Duas características marcantes são a baixa produtividade e o elevado desperdício. Avaliando exclusivamente obras públicas, tal ineficiência é ainda maior. Desde 1993, a filosofia gerencial do lean Thinking foi adaptada ao ramo em questão através do lean construction, visando a eliminação total do desperdício. Uma de suas ferramentas principais é o Mapeamento de Fluxo de Valor (MFV), sua aplicação permite identificar os principais problemas e desperdícios do processo. Nesse contexto, o trabalho em questão pretende propor melhorias a um processo construtivo bem conhecido, a alvenaria de vedação, a partir de um MFV concebido após um estudo de caso exploratório em uma obra pública, no estado do Rio Grande do Norte. A aplicação do MFV do estado atual possibilitou diagnosticar os principais tipos de desperdícios relatados por Ohno (1997), permitindo a elaboração de uma série de propostas de mudanças e melhorias através do MFV do estado futuro, que culminaram na eminente elevação do tempo de agregação de valor (Tav), que passou de 24,18% para 76,90%. As melhorias apresentadas proporcionam redução dos custos e do lead time e o aumento da qualidade, sem a necessidade de mais investimentos financeiros, tornando a empresa mais eficiente, algo fundamental a quem adentra no competitivo mercado de obras públicas.
O concreto autoadensável (CAA) possui um elevado teor de materiais finos e vem sendo bastante utilizado devido às suas características de alta fluidez e coesão. Os finos provindos de resíduos ou subprodutos industriais podem vir a ser usados em prol da sustentabilidade, minimizando consideravelmente o consumo de cimento associado à possibilidade de manter, ou melhorar, as propriedades mecânicas ou de durabilidade. Desta forma, o presente artigo tem como objetivo estudar as propriedades do concreto no estado fresco e endurecido, analisando a viabilidade do desenvolvimento de CAA’s confeccionados com elevados teores de adições minerais. Para isso, o cimento foi substituído por adições minerais (resíduo de biomassa de cana-de-açúcar ou pozolana da casca do arroz e metacaulim) no teor de 50%, com base no traço de referência, que tem um consumo de 442,6 kg/m³ de cimento, originando novos traços com consumos de cimento entre 215,9 kg/m³ e 216,2 kg/m³. Os CAA’s foram caracterizados no estado fresco pelos ensaios de Slump-Flow Test, T500, Anel-J, Funil-V e caixa-L, aferindo-se a influência da inserção das adições nas propriedades reológicas e no consumo de aditivo superplastificante. Para avaliação do desempenho mecânico dos CAA’s, foram realizados ensaios de resistência à compressão. Os CAA’s com adições minerais apresentaram desempenho mecânico satisfatório.
RESUMOProfissionais de diversas áreas do conhecimento buscam incessantemente descobrir ou criar novos materiais para aplicação no setor da construção civil visando a proporcionar avanços tecnológicos e redução dos custos. Dessa forma, até a areia lavada, material básico para construção civil, dentro da qual seu uso está consolidado, possui novos concorrentes, os quais se apresentam com algum diferencial em relação ao agregado miúdo em questão. Antes de chegar ao canteiro de obras, um agregado deve necessariamente passar por uma série de avaliações a fim de se garantir que é realmente confiável. Para tanto, o setor da construção civil conta com o auxílio das normas técnicas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Tendo isso em vista, este artigo pretende caracterizar um agregado miúdo popularmente denominado "areia barrada", amplamente utilizado na produção de argamassas e de concretos estruturais na microrregião agreste do estado Rio Grande do Norte. Ensaios de massa unitária, massa específica, granulometria, inchamento, determinação do teor de argila em torrões, determinação do teor de materiais pulverulentos e determinação de impurezas orgânicas, permitiram a avaliação da qualidade e a aplicabilidade deste material para construção civil. Assim, foi possível observar que o agregado miúdo apresentou uma série de inconformidades, fato preocupante, uma vez que vem sendo aplicado indiscriminadamente sem um atestado de conformidade balizado pelas normas técnicas vigentes. Diante disso, a pesquisa objetiva garantir a qualidade das argamassas e dos concretos estruturais produzidos na região mencionada.
PALAVRAS--CHAVE:Agregado miúdo, areia barrada, ensaios, qualidade, aplicabilidade.
Red ceramic waste (RCW) is one of the main by-products generated by the production of ceramic materials. Its application in lightweight aggregates (LWAs) has not yet been tested. Thus, this review intends to evaluate the perspectives of using RCW in the manufacture of LWAs. The search was carried out in the ScienceDirect database. 47 articles were selected. A significant amount of data on the chemical, physical, mineralogical, and morphological properties of RCW are discussed. In most studies, the chemical constituents of RCW complied with the swelling parameters. The mineralogy of the residue usually has constituents capable of controlling the viscosity and aiding gas formation. The data of granulometry, microstructure, and loss of mass denote the need for special care with the methodology adopted for grinding and sintering of the residue. This review indicates that there is a high potential for the use of RCW in the manufacture of LWAs.
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