With the emergence of thing-oriented doctrines in the recent
"Eu, monstro do meu desejo, carne de cada uma de minhas pinceladas, lenço azul do meu corpo, pintora do meu andar, não quero mais títulos para encaixar, não quero mais cargos, nem armários, nem o nome exato que me reserve nenhuma ciência. Eu, borboleta alheia à modernidade, à pós-modernidade, à normalidade... Oblíqua, Silvestre, Vesga, Artesanal, Poeta da barbárie, com o húmus do meu cantar, com o arco-íris do meu cantar, e com meu esvoaçar:reivindico o meu direito de ser um monstro e que os outros sejam o Normal." Com um trecho de um poema de Susy Shock, de onde saiu o título "Que os outros sejam o normal: tensões entre o movimento LGBT e ativismo queer", de Leandro Colling, é que minha leitura começa.Neste cruzamento de texto poético com o resultado de uma pesquisa, me interessa tomar de empréstimo da Susy as palavras ciência, pós-modernidade, normalidade, borboleta e, claro, monstro. Essas palavras, metaforica e dissidentemente, se materializam, ao meu ver, na mirada e no procedimento "científico-queer-sexual" que Colling adota em seu percorrido pela cena da militância LGBT, do ativismo queer e das políticas públicas e marcos legais para populações de quatro países, dois europeus -Portugal e Espanha -e dois latinos, Argentina eChile. E, claro, entre todos, o Brasil se faz presente no interesse do próprio Leandro de fazer esse cruzamento para entender criticamente a atualidade das nossas políticas públicas, pensadas a partir de um lugar crítico e teórico, que -no nosso caso, já que aqui me situo também -se traduz na teoria queer: desde o não encerramento identitário, no reconhecimento de diferenças e múltiplas formas de exercer os rasgos de gênero e sexualidade, se retira um potente campo político em torno dos corpos que não se sujeitam a uma hetenormatividade, seja esta de gênero, desejo, sexo, política, ou social, e que desejam exercer e usufruir da cidadania que é direito de todos. Se, entretanto, essa potência se põe em prática -e como -é o que esta pesquisa tenta saber.
Este volume reúne trabalhos escritos em um contexto adverso, que enfrentamos com a cuidadosa escrita e preparação de artigos que, agora entregues ao público, expandem os debates que aconteceram no II Encontro Literatura, Feminismos e Revolução, realizado em 2018 na Universidade de Brasília. Organizado por nosso Grupo de Pesquisa Literatura e Corpo, do Programa de Pós-Graduação em Literatura, o tema do encontro de 2018 foi “As caças às bruxas e a ferocidade branca”. Esta obra reúne ainda outras colaborações qualificadas de pesquisadoras de várias instituições do país, as quais integramos numa ampla rede de diálogo que desejamos alargar para pensar questões relativas aos feminismos e aos estudos literários em perspectivas plurais.
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