Resumo Se Vidas Secas é o romance de Graciliano Ramos que mais diretamente trata a questão da pobreza e de suas consequências mais gritantes e como o próprio autor declara ser ele uma espécie de Fabiano numa de suas cartas, propôs-se neste artigo perquirir o universo epistolar do escritor, a fim de perceber de que modo esse livro publicado em 1938 perpassa a narrativa de vida de Graciliano, num momento específico em que se dá a produção e tentativa de distribuição de alguns dos capítulos-contos que compõem o romance. A leitura das correspondências do autor, em especial aquelas endereçadas ao tradutor argentino Benjamín de Garay e à esposa Heloísa, não somente revelaram um homem com imensos problemas financeiros tentando sobreviver como escritor, mas sobretudo revelaram um escritor que transformou a falta em potência, encontrando, como Fabiano, nas palavras, a força necessária para ir adiante e sonhar, como Baleia, com um mundo diferente.
Resumo: Nesta edição comemorativa de trinta anos do Acervo de Escritores Mineiros (AEM), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escolheu-se pensar a questão do arquivo literário a partir da leitura de algumas cartas de/para Graciliano Ramos que, apesar de não ter nascido na terra de Carlos Drummond de Andrade, tem seu espaço nas “Coleções especiais” do referido acervo. Em virtude deste número festivo de O eixo e a roda, portanto, são colocadas em diálogo duas cartas de Graciliano Ramos domiciliadas no AEM – uma escrita a Octavio Dias Leite e outra, a Getúlio Vargas –, juntamente com correspondências adicionais residentes em outros arquivos, a fim de perscrutar o universo literário do autor por meio de sua escrita epistolar. Com este trabalho, verificou-se que as cartas são um espaço privilegiado de reflexão literária do autor de Vidas Secas e que o Arquivo Graciliano Ramos está cada vez mais vivo, à espera de novas leituras, consignações, reciclagem.Palavras-chave: Graciliano Ramos; cartas; arquivo.Abstract: In this thirty-year commemorative edition of the Acervo de Escritores Mineiros (AEM), from the Federal University of Minas Gerais (UFMG), we chose to think about the issue of the literary archive from the reading of some letters from/to Graciliano Ramos who, although not born in the land of Carlos Drummond de Andrade, has his space in the “Coleções especiais” of that collection. Due to this festive number of O eixo e a roda, therefore, two letters from Graciliano Ramos domiciled in AEM – one written to Octavio Dias Leite and other to Getúlio Vargas –, are put in dialogue, along with additional correspondence residing in other archives, in order to scrutinize the literary universe of the author through his epistolary writing. With this work, it was verified that the letters are a privileged space for literary reflection of the author of Vidas Secas and that the Graciliano Ramos Archive is increasingly alive, waiting for new readings, consignations, recycling.Keywords: Graciliano Ramos; letters; archive.
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