Resumo Acompanhando o jornalismo de guerra desde o seu princípio, a fotografia que registra tais episódios é marcada por uma bagagem imagética que se vale de fórmulas particulares para expressar diferentes emoções. Em seu livro, Leão Serva evidencia os caminhos através dos quais as imagens estabelecem tal método em nossa cultura, recorrendo sobretudo ao legado das pesquisas de Aby Warburg. O autor se baseia no Atlas Mnemosine de Warburg para criar seus próprios painéis, apontando as especificidades das fotografias de guerra e de que forma estão empregadas nelas as fórmulas da emoção, ou Pathosformeln. A obra de Serva é notável ao revelar como o processo de criação fotográfico dialoga com esses padrões e como a utilização dos painéis pode contribuir na construção do conhecimento sobre o imaginário.
Diante dos graves impactos causados pela pandemia da covid-19 no Brasil, o artigo busca elucidar os discursos do bolsonarismo sobre a morte, à luz de dois conceitos fundamentais: a pulsão suicidária e a negação do luto. No intuito de compreender os afetos que guiaram o presidente brasileiro na crise sanitária, exploramos o conceito de Estado suicidário, principalmente a partir das ponderações de Michel Foucault, e seus desenvolvimentos associados à pandemia no Brasil, conforme esmiúça Vladimir Safatle. Além disso, consideramos as ideias de Judith Butler a respeito do luto, a fim de pensar uma negação da vulnerabilidade frente à doença. Os resultados de nossa investigação buscam contribuir com as reflexões sobre como o bolsonarismo, e os fascismos de modo geral, lidam com a morte, e de que maneira, num contexto de crise sanitária e social, suas fantasias implicaram a produção de um morticínio em massa, acompanhado da negação de um luto coletivo.
Resumo: Neste artigo, as relações entre processos de criação em curadoria, experiência estética e percepção do corpo são exploradas. Projetos de curadoria de grandes exposições de arte, como a Bienal de São Paulo e a Documenta de Kassel, buscam, em suas propostas, estimular experiências estéticas transformadoras em vários sentidos. Nesse contexto, nosso objetivo é discutir como o projeto curatorial da 33 a Bienal de São Paulo ( 2018), com coordenação geral de Gabriel Pérez-Barreiro, problematiza a percepção do corpo tanto na relação do visitante com seu corpo individual como em rede com o corpo das obras e do espaço expositivo. Nosso argumento é que Pérez-Barreiro, em sua curadoria, empreende uma experiência que potencializa diferentes graus de consciência corporal. O artigo propõe reflexões sobre o conceito de somaestética (SHUSTERMAN, 2008) e adota a cartografia como método (LEÃO, 2011). Palavras-chave: Processos de criação em curadoria. Bienal de São Paulo. Experiência estética. Percepção do corpo. Cartografia.
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