RESUMO O curso de Medicina possui elevada carga horária e habitualmente demanda grande envolvimento dos estudantes. Em consequência, acadêmicos de Medicina podem apresentar alta prevalência de estresse, Síndrome de Burnout e sintomas depressivos, que podem comprometer a qualidade de sua vida. Tais aspectos demonstram a necessidade de estudos mais profundos deste grupo populacional, especialmente em um novo contexto de acesso ao ensino superior. O presente estudo teve por objetivo avaliar globalmente a saúde mental dos acadêmicos ingressantes no curso médico, com ênfase em qualidade de vida, Transtornos Mentais Comuns, sintomas depressivos, nível de sonolência diurna e Burnout, segundo o sexo. Trata-se de estudo transversal, realizado com acadêmicos do primeiro período de graduação em Medicina, oriundos de três instituições do Norte de Minas. Foram aplicados questionários de avaliação de sonolência diurna, sintomas depressivos, Transtornos Mentais Comuns, Burnout e qualidade de vida, além de um questionário com informações sociodemográficas. Os acadêmicos foram abordados na própria faculdade onde estudam, no início ou no término da aula. Na análise dos dados utilizou-se o Teste Qui-Quadrado e o t de Student para amostras independentes, na comparação entre os sexos. Foram avaliados dados de 101 estudantes ingressantes. O estresse esteve presente em 45,5% dos estudantes. A prevalência de sintomas depressivos em grau variado também foi significativa, afetando 43,6% dos estudantes. Houve diferença estatisticamente significante no componente mental da qualidade de vida e na presença de Transtornos Mentais Comuns entre homens e mulheres. Uma parcela bastante significativa apresentou níveis patológicos de sonolência diurna, sintomas de Transtornos Mentais Comuns, sintomas depressivos de graus variados, exaustão emocional e despersonalização. Mais de um terço dos acadêmicos considera sua qualidade de vida ruim, tanto no domínio físico, quanto no mental. A qualidade do curso e da assistência à saúde requer um profissional humanizado e que busque boas condições de saúde. Por isso, é essencial que as universidades discutam estratégias que visem à promoção de saúde e à prevenção de sintomas que comprometem a saúde mental dos acadêmicos.
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