INTRODUÇÃOA ditadura militar, imperante no Brasil, nas duas últi-mas décadas, pode ser designada, sinteticamente, de antipopular, pois, dirigida para a exploração desmedida de imenso contingente populacional, favorecendo às chamadas elites representadas por ínfima parcela da população; de antidemocrática, porque divorciada da vontade da maioria e de antinacional, posto que, promoveu dependência e a desenfreada exploração do povo brasileiro, por empresas e bancos internacionais. À margem disto, generalizou-se a mais descarada corrupção. A sem-cerimônia com o interesse coletivo e com a opinião pública tornou fora de moda até a menor preocupação com a aparência de honestidade e de eficiên-cia, na gestão do governo.Este processo político-administrativo resultou, diversamente, em setores diferentes da vida nacional. Houve inegável incremento da economia. Mas a custo de não menos inegável involução das condições de vida e de bem-estar social.O setor saúde terá sido, talvez, o mais prejudicado, dentre aqueles que compõem as agências públicas de promoção do bem-estar, no país. A involução sanitária do Brasil é um fato incontestável, representando-se pelo incremento de doenças evitáveis e pelo ressurgimento daquelas que já haviam sido banidas do cenário nosológico nacional. Mais de metade de nossa população padece e paga seu tributo à desnutrição; a malária, a tuberculose, a doença de Chagas, a esquistossomose, a hanseníase, as gratroenterites, as doenças venéreas e todo o cortejo de doenças da pobreza apresentam índices crescentes. Recrudescem a febre amarela e a filariose. A par disso, crescem, também, aquelas patologias típicas dos países ricos: a obesidade, a arteriosclerose, as neoplasias, o diabetes, as cardiopatias. A incidência de AIDS se acelera, dobrando-se o número de casos novos, a cada dez meses, não sendo incrível que aí conquistemos um campeonato mundial. As doenças mentais são a segunda causa de invalidez e de benefícios previdenciários, acometendo a mais de dez, em cada cem brasileiros e, ainda assim, diz-se, inteligentemente, que não se constituem em problema de saúde pública. . .
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