O objetivo deste artigo foi o de dimensionar a área desmatada até 2017 e a evolução do desmatamento nos últimos 20 anos (1997-2017), nos recortes espaciais do estado do Acre, bacia, buffer das florestas aluviais e APP do rio Acre e dentro dos recortes espaciais nas categorias territoriais de áreas públicas (Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Projetos de Assentamento) e áreas privadas ou sem destinação. A bacia do rio Acre tem grande relevância socioeconômica e ambiental para o estado do Acre ao concentrar 66,6% de toda a população do estado, a ligação por via rodoviária com o Pacífico, a localização de 49 assentamentos para a pequena produção rural familiar e 36% do território em áreas protegidas. Os resultados das comparações entre os percentuais de áreas desmatadas e a evolução do desmatamento entre os recortes espaciais demonstraram que a APP e o buffer das florestas aluviais foram as de maior percentual de área desmatada, com 48% e 45%, respectivamente. A evolução do desmatamento dessas áreas próximas à margem do rio Acre também demonstra que este funcionou como um vetor do desmatamento. Os maiores responsáveis por esse padrão foram as áreas privadas ou sem destinação. As famílias dos pequenos produtores rurais, dos Projetos de Assentamento, tiveram um padrão de desmatar quanto mais distantes da margem, enquanto as populações tradicionais da Reserva Extrativista Chico Mendes e as populações indígenas da Terra Indígena Cabeceira do Rio Acre tiveram um padrão de desmatar quanto mais próximas à margem do rio. No caso das populações tradicionais com 47% da APP já desmatada, há indicação do processo de migração das comunidades do interior para a margem do rio. Apesar do grande passivo florestal a ser recuperado na APP, a tendência de desmatamento tem diminuído em todos os recortes espaciais e nas categorias territoriais das áreas privadas e sem destinação, nos projetos de assentamento e nas unidades de conservação.
Investigar os impactos da Política Estadual de Florestas sobre o desenvolvimento da economia no Acre, com ênfase na produção de origem extrativista de açaí (Euterpe precatória) a partir do banco de dados, mantido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre o Valor Bruto da Produção, VBP, do açaí comercializado no Acre em uma série histórica de 30 anos, foi possível detalhar a importância da PEF, considerando, em termos metodológicos, dois períodos: pré-política, que antecedeu os anos 2000, e pós-política, que vai de 2001 até 2018. Complementa a análise a avaliação sobre a produção de açaí em quatro municípios selecionados por serem considerados de maior relevância. Ao final também se discute a relação entre o comportamento da taxa anual de desmatamento e a produção florestal.
Palavras-Chave: Amazônia, Política Florestal, Açaí.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.