No final dos anos 80, considerada a "década perdida" para o desenvolvimento, a situação não só do Brasil como de toda a América Latina afigurava-se muito difícil e sombria. Solução viável não se percebia para o problema da dívida externa, com o qual os desinvestimentos conjugavam-se, devido à crescente fuga de capitais tanto estrangeiros quanto nacionais, carreando a estagnação econômica, em meio de incontrolável processo inflacionário. Essa crise, que começava a afetar seriamente os interesses dos Estados Unidos ao reduzir na América Latina a capacidade de importar e atender ao serviço da dívida externa, levou o Institute for International Economics 1 a promover uma conferência, para a qual foram convidados economistas de oito países latino-americanos -Argentina, Brasil, Chile, México, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia, com a finalidade de formular um diagnóstico e sugerir medidas de ajustamento para sua superação. Naquela oportunidade, o economista norte-americano John Williamson apresentou um documento, que continha dez propostas de reforma econômica, sobre as quais havia amplo consenso em Washington, tanto entre os membros do Congresso e da Administração quanto entre os tecnocratas das instituições financeiras internacionais, agências econômicas do Governo norte-americano, Federal Reserve Board e think tanks 2 . As propostas, visando à estabilização monetária e ao pleno restabelecimento das leis de mercado, consistiam em: 1 -disciplina fiscal; 2 -mudanças das prioridades no gasto público; 3 -reforma tributária; 4 -taxas de juros positivas; 5 -taxas de câmbio de acordo com as lei do mercado; 6 -liberalização do comércio; 7 -fim das restrições aos investimentos estrangeiros; 8 -privatização das empresas estatais; 9 -desregulamentação das atividades econômicas; 10 -garantia dos direitos de propriedade. 3A adoção de tais medidas, como a privatização das empresas estatais, a desregulamentação da economia e a liberalização unilateral do comércio exterior pelos países da América Latina constituiria condição fundamental para que pudessem renegociar a dívida externa e receber qualquer recurso das agências financeiras internacionais. Assim eles passariam a depender sempre de financiamentos do BID ou do BIRD para a execução de obras públicas, tendo de
Since the mid-nineteenth century, Brazil’s interests have conflicted with those of the great industrial powers. Its alignment with the United States in the first half of the twentieth century reflected its dependence on coffee exports and the North American market, and even then it did not always passively accept U.S. predominance. An inevitable consequence of Brazil’s ambition to win its rightfully prominent place in the international structure of power has led to a withering away of that unwritten alliance over the past quarter of a century. Brazil has steadily improved its ties with other South American countries in an effort to expand its room for maneuver and increase its bargaining power. While the current administration has pursued friendly relations with the United States, divergences between the two countries remain. In particular, along with other South American countries, Brazil has serious economic and political concerns that run counter to the proposed Free Trade Area of the Americas.
Não somente no Paraguai e no Uruguai, o Brasil, no começo do século XX, defrontou-se com problemas. Também com a Bolívia, um conflito de fronteiras, que havia vários anos irrompera, atingiu o clímax, na região do Acre, onde Plácido de Castro, um gaúcho de 28 anos, liderou outro levante armado, em meados de 1902, contra os representantes do governo de La Paz. Este conflito, porém, mais grave configurou-se, não porque a Argentina parecesse respaldar a Bolívia 1 a disputar com o Brasil a hegemonia da região, mas por envolver fortes interesses dos E.U.A e arrastar-se desde 1899, quando a canhoneira norte-americana Wilmington, comandada por Chapman Todd, aportou em Belém, em missão aparente de amizade, e partiu rumo a Tabatinga e Iquitos, furtivamente, com os faróis de navegação apagados durante a noite, sem esperar licença especial do governo brasileiro, levando a bordo o cônsul dos E.U.A. Esse procedimento irritara a população e as autoridades do Amazonas e do Pará, que hostilizaram o comandante Todd quando ele regressou e, ao governo do Brasil, alternativa não restou senão protestar junto ao Departamento de Estado contra aquele desrespeito à soberania nacional. O secretário de Estado, John Hay, reconheceu a incorreção do procedimento do comandante Todd, atribuindo-o a um mal-entendido, mas não só se queixou da populaça que, segundo ele, maltratara a tripulação do navio e agredira o cônsul norte-americano, como também da imprensa brasileira e das autoridades, ou seja, do governador do Amazonas e do capitão do porto de Manaus 2 . A resposta de Hay não agradou ao ministro plenipotenciário do Brasil em Washington, Joaquim Francisco de Assis Brasil, que a percebeu como o reflexo do estado de espírito dos E.U.A, depois "das frescas e facílimas vitórias" contra a Espanha, na guerra pela independência de Cuba (1898)
Este artigo analisa as circunstâncias que envolveram a Guerra do Chaco, entre Paraguai e Bolívia, na primeira metade do presente século. Faz-se um estudo da evolução da situação política e econômica na região desde a Guerra da Tríplice Aliança, ressaltando também os interesses dos países vizinhos na disputa dos dois países beligerantes pela região do Chaco. Paraguai e Bolívia enfrentaram-se em torno da posse da região por motivos econômicos, sobretudo no caso do Paraguai, e por motivos estratégicos, precipuamente no caso da Bolívia que teria, com a tomada do Chaco, acesso à bacia platina e, assim, maior facilidade de escoamento para a sua produção petrolífera. A deflagração do conflito envolveu mais diretamente os interesses da Argentina e do Brasil, que tiveram importante papel no desenrolar e na conclusão da Guerra do Chaco.
This article analyses the circumstances that surrounded the Chaco War, between Paraguay and Bolivia, in the first half of the current century. It studies the evolution of the political and economic situation in the region since the War of the Triple Alliance, stressing also the interests of the neighbouring countries in the dispute of the belligerent countries over the Chaco. Paraguay and Bolivia fought each other in order to control the region guided by economic reasons, mainly for Paraguay, and strategic ones, mostly for Bolivia, which, by possessing the Chaco, would have access to the Plata Basin and easier drainage to its oil production. The deflagration of the conflict involved more directly the interests of Argentina and Brazil, two countries that played an important role in the development and in the conclusion of the Chaco War
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