Este estudo integra a linha de pesquisa "Prática dialógica no cuidado de enfermagem", que vem sendo desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa de Fundamentos do Cuidado de Enfermagem (NUCLEARTE), cujo enfoque é o diálogo como fundamental na relação do cuidado.O objeto desta pesquisa foi a conversa como cuidado integrador da enfermagem hospitalar. Teve como objetivo analisar a conversa como etapa essencial do diálogo entre o cliente e a equipe de enfermagem, no espaço do cuidado. Foi discutida com base nos conceitos extraídos de Jean Watson (1) , segundo os quais a enfermagem é caracterizada como uma ciência do cuidado que orienta sua prática na abordagem humanista, tomando o cuidado como objeto desta prática. Isso sugere que o mesmo se estabelece na relação interpessoal cliente -sujeito do cuidado, e o profissional -agente da ação, ambos dotados de emoções e sentimentos inerentes à condição de seres humanos que se expressam intersubjetivamente em todo o processo de cuidar; logo, o cuidado é relacional e recíproco. Nesta direção, Watson (1) classifica as atividades de enfermagem em instrumental e expressiva. A primeira refere-se ao atendimento das necessidades mais voltadas ao aspecto físico, biológico, do cliente, como a higiene corporal, a medicação e alguns procedimentos técnicos. Já nas atividades expressivas, se considera em primeiro plano os aspectos psico-sociais. Vale ressaltar que entendemos a conversa como um cuidado expressivo da enfermagem.Em Freire (2,3) , buscamos respaldo para sustentar que a relação de cuidado deve se estabelecer horizontalmente, ou seja, recusamos o princípio da relação vertical cuja ação é carregada de uma prática e de um diálogo autoritário, "conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos" (2:27) . E é somente como sujeito que o cliente pode realmente conhecer, questionar, criticar e transformar a realidade que se lhe apresenta. Nesse sentido, entendemos diálogo como palavra circunscrita em duas dimensões: ação e reflexão. Assim, "não há palavra verdadeira que não seja na práxis" (2:77) . Logo, se e na práxis que a palavra se impõe, ela não é dita para os outros, mas com a palavra dos outros.Vindo ao encontro das concepções deste autor, o cuidado humanizado, preconiza atitudes como habilidade e a sensibilidade na comunicação verbal e não verbal. Saber ouvir, o que e quando falar, compartilhar idéias e decisões, são ingredientes fundamentais para o estabelecimento horizontal de cuidado. Assim, o cuidado não pressupõe a individualidade, mas uma transação pessoa a pessoa, onde o enfermeiro não atua no cliente, mas com o cliente (1) .
RESUMOEstudo qualitativo, discutiu a atenção e a presença física como cuidados fundamentais expressos na relação dialógica entre o cliente vivendo com AIDS e a equipe de enfermagem hospitalar, utilizando conceitos de atividades expressivas e cuidado humano, segundo Watson e de diálogo, conforme Freire. Participaram cinco pessoas com vivência de internação, sob acompanhamento ambulatorial num hospital do Rio de Janeiro. Utilizou-se a triangulação de técnicas: almanaque, entrevista semi-estruturada e observação participante. Mostrou a importância da valorização daquilo que é necessário e de interesse do cliente a partir da atenção e da presença física como requisitos indispensáveis no cuidado humano, expressos na experiência dialógica e na participação do cliente em todo o processo de cuidado. Descritores: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Cuidados de enfermagem; Enfermagem. ABSTRACT Qualitative study, discusses the attention and the physical presence as the fundamental care in the dialogical relation between the client living with AIDS and the hospital nursing, using concepts of expressive activities and
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